terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Boni confirma manipulação da Globo nas eleições de 1989. Se não viu, confira!

Confirmada”, porque veio na voz de um dos protagonistas daquilo que já se sabia, a manipulação do ultimo debate entre o Lula e o Collor nas eleições presidenciais de 1989. Os detalhes divulgados pelo homem forte da Globo, o Boni, ilustra muito bem o respeito que o canal e os seus jornais, como o Jornal Nacional tem com o telespectador, que em grande parte ainda considera este arremedo de mídia como seu principal veículo de informação.


A Record exibiu no último domingo (4) no “Domingo Espetacular” uma reportagem acusando a Globo de ter manipulado as eleições de 1989. 

A emissora usou como bases trechos da entrevista concedida por José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, ao jornalista Geneton Moraes Neto, na Globo News, há pouco mais de uma semana. 

Durante a conversa com o repórter, o ex-vice-presidente de operações da Globo admitiu que ajudou Collor no último debate entre Fernando Collor de Mello e Luís Inácio Lula da Silva, dizendo que tudo foi produzido, até mesmo o suor do político alagoano. 

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“Conseguimos tirar a gravata do Collor, colocar um pouco de suor com glicerinazinha, e colocar as pastas todas que estavam ali, com supostas denúncias contra o Lula, essas pastas estavam inteiramente vazias, com papéis em branco. Foi uma maneira de melhorar a postura do Collor junto ao espectador, pra ficar em pé de igualdade com a popularidade do Lula”, afirmou Boni, na entrevista. (IG)

Durante quase 10 minutos, a Record ouviu assessores da época, cientistas políticos e até o próprio Boni, que negou que sua “ajuda” tivesse conhecimento do então candidato. Em dado momento, o executivo afirmou que o auxílio foi pedido por Zélia Cardoso de Mello, ao contrário do que havia afirmado na Globo News.

Em sua autobiografia recém-lançada, intitulada “O Livro do Boni”, o empresário fala sobre o episódio do ponto de vista da edição e relembra que, apesar de ele ter culminado com a demissão do então diretor de jornalismo Armando Nogueira, a iniciativa de favorecer Collor nos trechos do debate exibidos no “Jornal Nacional”, partiu de Roberto Marinho.“Não havia necessidade de reforçar a posição de Collor.

A edição do Jornal Hoje, no dia seguinte, dava igualdade aos candidatos, o que não correspondia à realidade. Dr. Roberto não se satisfez e mandou fazer uma nova edição para o JN. 

Tenho para mim que foram mais realistas que o rei e favoreceram exageradamente o Collor. Inútil, visto que o debate havia  registrado 66% no pool de emissoras e o JN registrou 61%, o que não mudaria a opinião de quem o tivesse assistido na íntegra.” Boni ainda completa afirmando que desde então a Globo resolveu adotar a política de não mais editar os debates.

A reportagem foi um responsável por um dos picos de audiência do “Domingo Espetacular”, que chegou a atingir 16 pontos, mas não chegou a vencer o último “Fantástico” apresentado por Patrícia Poeta. (IG)

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