quinta-feira, 15 de julho de 2010

Mães e profissionais, novos desafios para as mulheres


Pesquisa mostra que a ajuda do parceiro nas tarefas domésticas reduz a auto-estima feminina. O “problema” começou a ser identificado em pesquisas com a constatação de que a participação masculina nas tarefas e cuidados com a casa e com os filhos, uma necessidade que surgiu com a sua inserção no mercado de trabalho e há muito tempo uma reivindicação das mulheres, passou a desagradá-las por se sentirem invadidas em um reduto e aptidões tradicionalmente femininas, no que antes se atribuía apenas a um condicionamento imposto pelo machismo.

Isso afetou a sua auto-estima e, conforme a pesquisa, começou a surgir uma tentativa, por parte das mulheres, de “desqualificação” do trabalho masculino, quando se sentem com a auto-estima mais baixa a medida que os seus parceiros demonstram bom desempenho e eficiência nos cuidados com os filhos, sentindo-se desiludidas e incompetentes em seu papel de mães. Ainda segundo as pesquisas, talvez elas se sintam duplamente cobradas, tanto em desempenho no trabalho como no cuidado com os filhos.

A “elaboração” da emancipação feminina que veio, tambem, na expansão e necessidades do mercado de trabalho e de consumo, parece ter desconsiderado algumas peculiaridades do ser feminino e, ainda hoje, batem na mesma tecla segundo a qual ambos – mulher e homem – seriam intrinsecamente iguais.

Esse “discurso” que até então tem sido muito oportuno pelas injunções do mercado de trabalho e produção, provavelmente, vem se conflitando com as necessidades prementes nos países desenvolvidos em processo de “despopulação”, e de suas políticas de estimulo à natalidade que se tornaram um questão de segurança nacional em países como o Japão, por exemplo.

É um cenário que, embora não seja novo, tende a se “complicar” em função de uma realidade já existente nos países desenvolvidos – como falamos acima – que tentam reverter um processo de crescimento negativo de suas populações, com aumento acentuado de idosos e aposentados e taxas negativas de natalidade, e que vem afetando a reprodução da mão-de-obra e a sustentação do sistema de seguridade social.

Logo, identificar e tentar equacionar as necessidades que surgem a partir de um “baby boom” anunciado, já realidade na União Européia e que se acirra no Japão, e acomodar as necessidades pessoais e profissionais das mulheres, uma conquista relativamente recente, com o novo papel de mães de uma nova família “grande” é um desafio para governos e empresas e, sobretudo, das próprias mulheres e/ou do casal.

A pesquisa foi feita pela Universidade do Comércio, em Osaka, no Japão e Universidade do Texas, nos EUA.

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