A autora – Clarice Lispector – expressa um sentimento comum entre os poetas, que teem na tristeza e na infelicidade as suas musas preferenciais, embora não seja uma exclusividade do “gênero”, mas, uma percepção usual às pessoas comuns. Inúmeros ditados ou expressões populares ilustram o mesmo sentimento como: “Era bom demais para ser verdade”; “Quando a esmola e grande demais o santo desconfia”; “É lindo de morrer”; “É gostoso que dói”, e muitos outros que todos conhecemos.
É o culto a morbidez e a infelicidade. É como se não merecêssemos ter/ser o alegre, o belo, o prazer e a felicidade.
Os meios de comunicação refletem, em um processo de retroalimentação, esses sentimentos, ao enfatizar o mórbido, o bizarro, o desequilíbrio e a violência, como se tudo isso prevalecesse e fosse a tônica da vida. Mesmo que, intrinsecamente nos percebamos, paradoxalmente, como bons.
A saída para esse circulo vicioso, no qual estamos imersos existe e passa, necessariamente, por uma mudança de atitude no trato com este gênero de notícia, abstendo-nos de ler, ver, ouvir e comentar tudo isso que rola na mídia como um todo, e se apossa dos nossos corações e mentes, gerando o medo, a insegurança e, consequentemente, sentimentos nada civilizados de violência, vingança e desamor.
Cria e cultiva as neuroses e/ou paranóias que tornam a vida mais triste, feia e destrói a tranquilidade, a alegria, a confiança e a possibilidade de ser feliz. Esses fatos são, relativamente, pontuais e, por mais que sejam inflados pela mídia, representam, na realidade, um traço estatístico, que não reflete a média da índole e da natureza humana.
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