A relação entre a produção de biocombustíveis com o recente aumento nos preços dos alimentos vem sendo explorada de varias maneiras, com motivações nem sempre claras e honestas, como já comentamos no Blog, Metanoverde, e que você pode ler aqui.
Depois do último relator da FAO – agencia sobre agricultura e alimentos da ONU – ter chamado a produção de biocombustíveis de “crime contra a humanidade”, o novo relator, em entrevista nesta sexta-feira a BBC-BR, diz que não concorda com o relator anterior, e que: “O setor (no Brasil) provém empregos para pequenos produtores e para trabalhadores rurais, então eu acho que seria socialmente irresponsável pedir que esse programa seja terminado”
Em outro trecho da entrevista, ele faz distinção entre o biocombustível brasileiro, álcool, que já vem sendo produzido – com a cana há mais de 30 anos – desde o Proálcool, como já analisamos no Blog e que você pode conferir aqui, que teria peculiaridades próprias.
Enquanto as produções nos EUA, que utilizam o milho, e o projeto europeu, ambas subsidiadas, vêm, de fato, gerando desvio de terras do plantio dos alimentos e com isso promovendo uma especulação nos preços, o que não é o caso do Brasil.
Sobre as conseqüências para os países e populações mais pobres com a ameaça da fome, ele, o relator, destaca o Bolsa Escola e o Fome Zero, como mecanismos de defesa dessas populações no Brasil, bem como mecanismos semelhantes que existem na Índia, o que não ocorre com os demais países.
Na próxima Conferência da FAO, em Roma, com a presença do Presidente Lula, serão discutidas estas questões e espera-se que saia algo concreto no sentido de equacioná-las.
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