Claro, existir pressupõe
independência, mesmo, e autonomia em todos os aspectos, sobretudo político-econômicos,
mas com a promoção, entre aspas, à neo-colônia
promovida pelo golpezinho chinfrim, que chegou como se não quisesse nada,
ou para melhorar as coisas, como “avaliaram”, todos apoiadores e manifestantes,
não adjetiváveis, deu nisso.
Colônia não existe em
si mesma, é um mero apêndice da metrópole.
“Brasil não existe mais
internacionalmente”, diz historiador francês. Por Willy Delvalle
Um país que não perdeu a relevância, mas a existência internacional. Para Jean-Jackues Kourliandsky, 70, foi isso que aconteceu com o Brasil. O historiador aponta além da ruptura da política externa, o agravamento da crise interna, com mais desemprego, violência e à beira de ser comandado pela extrema direita. segundo ele, o cenário atual era inimaginável dois anos atrás, mas é um produto da campanha midiática contra a política e de uma justiça que funciona a duas velocidades, lenta demais com as lideranças de direita; e muito rápida e severa com a esquerda. A prisão de Lula, afirma, é parte fundamental dese processo.
A judicialização da política, aponta, é o
nova tática da direita para tomar o poder, não só no Brasil, mas em diversos
países do mundo. Pesquisador no IRIS (Instituto de Relações Internacionais e
Estratégicas) e responsável pelo Observatório da América Latina da Fundação
Jean-Jaurès, financiada em grande parte pelo Estado francês, ele me recebe na
fundação política, de corrente socialista, localizada no bairro de Pigalle, em
Paris, um lugar cheio de crianças, adolescentes, turistas, artistas, e onde
fica o Moulin Rouge. O que é fundamental para a esquerda na “democracia de
exceção” que se tornou o Brasil? Ele responde nessa entrevista.
DCM – Por que você se interessou em estudar
o Brasil e a América Latina ao longo de sua vida?
Jean-Jacques Kourliandsky –Ele veio pela Espanha. Eu nasci no sudoeste
da França, perto da fronteira espanhola. Então eu e meus amigos da faculdade
íamos com frequência à Espanha para festejar. Nessas ocasiões, eu encontrava
uruguaios, refugiados, que me procuravam. Eles sabiam que naquele momento eu
trabalhava em Paris. Eles queriam a minha ajuda para constituir um comitê de
apoio para libertar o general Liber Seregni, que foi o primeiro presidente da
Frente Ampla do Uruguai. Naquela época, nos anos 1979, 1980, os estrangeiros
não podiam presidir ONGs. Eles precisavam de alguém um pouco idiota (risos),
que não conhecesse bem o Uruguai, para presidir esse comitê.
Foi o que eu fiz, por dois ou três anos.
Progressivamente, eu saí da minha inocência. Eu pesquisei sobre o Uruguai,
estudei. Comecei a escrever. A partir desse momento, além do Uruguai, fui à
Argentina, ao Paraguai, ao Brasil, ao Chile. Praticamente todo ano, passei
cinco ou seis semanas em um país diferente. Eu tenho uma formação
universitária, mas nesse caso, me formei um pouco como um jornalista, um
autodidata. Tentei ter um conhecimento pessoal, sem ter apoio um apoio
específico. Como eu não tinha os meios financeiros para conhecer a América
Latina, eu busquei a mídia, o IRIS, para fazer pesquisa, para poder pagar parte
dessas viagens. Então, ao longo dos anos, fui umas vinte vezes ao Brasil, à
Argentina, ao México, à Colômbia…
Por que você diz que eles precisavam de um
“idiota” para presidir a Comissão?
Na Frente Ampla, há mais de 20 partidos
diferentes. Eles têm um modo de funcionamento particular. Eles conseguem chegar
a um consenso. Mas antes do consenso, tem muita disputa. Então, não era para os franceses se misturarem a
essas disputas. Era necessário um francês que nao soubesse de nada (risos).
Por que o Brasil é um país decisivo, segundo
a Fundação Jean-Jaurès
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