Moniz Bandeira é um Cientista
Político conhecido por dissecar o poderio norte-americano na desestabilização
de países, visando à formação e/ou consolidação de seu império. Autor com vários
livros publicados na área, a exemplo de: Formação do império americano, da guerra contra a Espanha à guerra no
Iraque (2005); Presença
dos Estados Unidos no Brasil (2007) e muitos outros.
“Moniz Bandeira: “Moro e Janot atuam com os Estados Unidos contra o Brasil”
Respeitado pela vasta obra em que disseca o
poderio dos Estados Unidos a partir do financiamento de guerras e da
desestabilização de países, o cientista político brasileiro Luiz Alberto de
Vianna Moniz Bandeira afirma, em entrevista ao Jornal do Brasil,
que representantes da Lava-Jato, como o procurador-geral da República, Rodrigo
Janot, e o juiz de primeira instância Sérgio Moro, avançam nos prejuízos
provocados ao país e à economia nacional. Segundo o professor, os “vínculos
notórios” de Moro e Janot com instituições norte-americanas explicam a situação
atual das empresas brasileiras.
“Os prejuízos que causaram e estão a causar à
economia brasileira, paralisando a Petrobras, as empresas construtoras
nacionais e toda a cadeia produtiva, ultrapassam, em uma escala imensurável,
todos os prejuízos da corrupção que eles alegam combater. O que estão a fazer é
desestruturar, paralisar e descapitalizar as empresas brasileiras, estatais e
privadas, como a Odebrecht, que competem no mercado internacional, América do
Sul e África”, argumenta Moniz Bandeira, que está lançando o livro A
desordem mundial: O espectro da total dominação.
Na entrevista a seguir, o cientista político, que
é autor de mais de 20 obras sobre temas como geopolítica internacional, Estados
Unidos, Brasil e América Latina, faz críticas severas ao presidente Michel
Temer, que, segundo ele, “não governa”, mas segue apenas as coordenadas do
ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, “representante do sistema financeiro
internacional”.
“Seu propósito é jogar o peso da crise sobre os
assalariados, para atender à soi-disant, ‘confiança do mercado’,
isto é, favorecer os rendimentos do capital financeiro, especulativo, investido
no Brasil, e de uma ínfima camada da população – cerca de 46 bilionários e
10.300 multimilionários”, critica Moniz Bandeira.
Confira a entrevista com o cientista político.
Jornal do Brasil – Um livro como Quem pagou a conta?, da historiadora
britânica Frances Stonor Saunders, aponta a cultura como estratégia de
dominação e força dos Estados Unidos em relação aos seus artistas e
intelectuais e em relação a outros países durante a Guerra Fria. Essa dominação
ainda se dá da mesma forma? Ela passou por novas configurações?
Moniz Bandeira – Sim, o inglês é a língua franca e os Estados Unidos ainda possuem o maior soft power. É através do controle dos meios de comunicação, das artes e da cultura que influenciam e dominam, virtualmente, quase todos os povos, sobretudo no Ocidente. E os recursos financeiros correm por diversas fontes.
Jornal do Brasil – Como o senhor vê o
modo como os EUA elegem seu presidente da República? É um método seguro? A
Rússia chegou a anunciar que enviaria fiscais para acompanhar o processo de
votação até a apuração do resultado.
Moniz Bandeira – Os grandes bancos e corporações, concentradas em Wall Street, são, geralmente, os grandes eleitores nos Estados. George W. Bush não foi de fato eleito, mas instalado no governo por um golpe do poder judiciário. Agora, porém, a tentativa de colocar na presidência dos Estados Unidos a candidata de Wall Street e do complexo industrial-militar, a democrata Hillary Clinton, falhou. Elegeu-se Donald Trump, um bilionário outsider, como franco repúdio ao establishment político, à continuidade da política de guerra, de agressão. Trump recebeu o apoio dos trabalhadores brancos, empobrecidos pela globalização, dos desempregados e outros segmentos da população descontentes com o status quo. E o fato foi que mais de 70 milhões de cidadãos norte-americanos [59 milhões em favor de Trump e 13 milhões em favor Bernie Sanders, no Partido Democrata] votaram contra o establishment, contra uma elite política corrupta, e demandaram mudança.
Vale à pena continuar, aqui.
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