O texto é interessante e oportuno. Mas, eu chamo a
atenção como inusitado que é pelas reflexões que suscita, bem como pelo lado bizarro, ou até – como diz o
povo – ‘digno de pena’, o que seria a pose daqueles que estariam fora desta classificação,
mas, que se sentem como tais e fazem questão de posar como se fossem.
É o caso dos milhões de “filhos de lula/dilma”, ou
seja, aqueles de passado, relativamente, recente sem eira nem beira, seja de origem, nascimento e/ou de condição
social e econômica, que agora posam de classe média, com letras maiúsculas, como se assim o fossem
desde seguidas ‘reencarnações...’ Que fazem, falam, votam, e hoje, ‘desfilam’ e
se fazem passar por elite autóctone desde sempre...
É uma forma de tentarem apagar o seu passado –
pouco digno? – e de suas famílias, colocando a maior distância possível entre si
e este ‘monte de gente’ que gosta e se identifica – e é grato? – às políticas lulodilmistas.
Seria uma reação ‘normal’, ‘natural’... O que
acha? Conheço de perto alguns casos bem emblemáticos.
“Flávio de Castro: É tudo uma questão de classe
Eu confesso que não sei a verdade: não sei se Lula
é ou não dono de um triplex no Guarujá como não sei se FHC é ou não dono de um
apartamento na Avenue Foch, em Paris.
Sei apenas que a presunção de ser dono de um
triplex no Guarujá é inequivocamente associada à corrupção e a presunção de ser
dono de um apartamento em Paris não tem nada a ver, obviamente, com corrupção.
Especialmente se o apê do Guarujá for um tanto
novo-rico e o apê de Paris, um tanto elegante.
A questão é estética.
Lula carregando uma caixa de isopor e sendo dono
de um barco de lata é uma cômica farofa. Se FHC carregasse uma caixa de isopor
e fosse dono de um barco de lata seria uma concessão à humildade.
A questão é classista.
Um Odebrecht sentado à mesa com FHC é um
empresário rico. O mesmo Odebrecht sentado à mesa com Lula é um pagador de
propina.
Nada disso tem a ver com corrupção. Nada disso
revela qualquer preocupação com o país.
A cada dia que passa, é mais evidente que o que
está em discussão é quem são os verdadeiros donos do poder.
E os donos legítimos do poder são os elegantes.
Aqueles com relação aos quais não interessa saber como amealharam riqueza
porque, simplesmente, a riqueza lhes cai bem.
A casa grande tem um perfume que inebria toda a
lavoura arcaica e sensibiliza até a senzala. É o que estamos assistindo.
Tudo o mais, tudo o que não é casa grande é Lula e
os amigos de Lula!
A questão é preconceito.
Vejam como um fraque cai naturalmente bem em FHC.
Um fraque assim em Lula, certamente, deveria ter sido roubado.
O Brasil é o país dos elegantes. De uma elegância
classista, racista e preconceituosa deitada eternamente no berço esplêndido do
aristocrático século XIX.
[FHC, por favor, levante a gravata do seu lado direito, está um pouco torta, isso, perfeito!]
Flávio de Castro*, no Facebook,
republicado a pedidos
*É professor de arquitetura no Centro Universitário de Sete
Lagoas, em Minas Gerais
No Viomundo
Se
gostou deste post subscreva o nosso RSS
Feed ou siga-nos no Twitter
para acompanhar nossas atualizações
*
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Olá!
Bem vindo, a sua opinião é muito importante.