Parece uma
instância de poder tão miúda, sobretudo se pensarmos em um dos 5.570 municípios
espalhadas pelo país, quando algo em torno de 60 % da população vive em cidades
de até 100 mil habitantes com 75 % dos eleitores ou 101,5 milhões de votos,
(dentre os 141,8 – IBGE/2014) para vermos ou atribuirmos maior importância a
uma eleiçãozinha assim, chinfrim, não é verdade?
O pior é que
vemos assim mesmo... Como uma coisa chinfrim. E costumamos votar assim,
chinfrim...
Lá, nos
pequenos municípios espalhados pelos rincões mais distantes do centro de poder
maior – os governos estaduais e o DF – é onde se gesta esta coisa medonha que
paralisa o país, que é o ‘toma lá da cá’, embora em dimensões infinitamente
menores, comparativamente, até insignificantes, com o que sabemos e que é,
praticamente, a tônica nestas instâncias maiores – Estadual e Federal.
Entretanto,
é o jardim da infância dos políticos – deputados e senadores – que compõe, em
numero e/ou volume uma parte considerável das “elites políticas”, que fazem o
país patinar – como agora com o golpe – e os direitos da população se reduzirem
a uma infinidade de leizinhas esquecidas em alguma gaveta metafórica tanto nos
meandros dos tribunais como nas cabeças dos “representantes do povo”.
O que vemos
hoje em torno do golpe, que chutou as instâncias democráticas tão
penosamente conquistadas, é um exemplo “cuspido e escarrado” desta cultura
política que tem suas raízes nos rincões diminutos, em sua maioria, que
‘infestam’ o território nacional.
A cadeia
política que se inicia no vereador até o senador e passando pelos deputados
estaduais e federais, surge de forma bizarra, já que pra eles, é só receber o voto e
considerar o eleitor apenas por ocasião das novas eleições,
usando, no máximo, seus préstimos para beneficiar as elites locais.
Não temos a
cultura de seguir-lhes os passos, o desempenho ao longo do mandato, o que lhes
dá carta branca, literalmente, inclusive, ou, sobretudo, para irem não só
contra os interesses do eleitor como do próprio país, sem que este – o eleitor –
se dê conta.
Logo, você é
o culpado! Entre aspas. Você que vota “compadremente” ou “comadremente” nas
cidadezinhas onde tem domicilio eleitoral. O que acontece em Brasília é reflexo
direto de seu voto.
Aproveita esta
oportunidade de crise institucional brava, que de uma forma ou de outra vai
pegar toda a população, caso este golpe
se confirme, mesmo aqueles que em primeira hora entraram na esparrela de apoiar
o golpe, e conheça o “seu” vereador, de fato.
Sem alarde, descubra
a quais deputado, estadual e federal, ele está ligado, servindo, e se informe
sobre as atuações desses deputados, sobretudo agora nesse contexto de ruptura das
leis e da democracia, e só então confirme
a sua intenção de votar no “seu “vereador”.
Logo, não importa
quem ele seja aí no interior, o importante é a quem ele serve de apoio nas estâncias
superiores. Ou seja, em qual “catecismo ele reza”.
Pense nisso!
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