Estes dados não mentem. De 42 presidentes, apenas
18 foram eleitos e só 11 terminaram seus mandatos. Como vê, ela não gosta de
ser contrariada.
Sentindo-se dona, mesmo, do país, logo “toma uma atitude” toda
vez que alguém ensaie mexer em seus privilégios tão arraigados, em um Estado
sempre subserviente.
É o que ameaçam fazer agora, com esta “quartelada
civil”, sobretudo diante da petulância e ousadia de um partido que teve o
desplante de mexer tão profundamente na coisa pública, e as manifestações de rua pedindo o golpe atestam como a memória
social sobre estes eventos, sobretudo o ‘recente’ golpe de 64, ainda é muito precária.
Mas, pelo visto, um caso preocupante deve ser com a
cabeça da molecada que em bom número seguiu o ‘canto da seria’ do golpe feito pela imprensa marrom. O que dá para
inferir que o ensino de História nas escolas deve ter-se rendido ao
“pragmatismo” dos vestibulares da vida.
Apesar dos pesares os tempos mudaram, e
independente de todo seu aparato com uma mídia vendida e, até certo ponto
eficiente, tentando manipular a opinião pública, nós, brasileiros comuns,
mesmo, podemos começar a mudar esta história, cerrando fileiras para fazer
voltar ao poder um governo eleito por 54
milhões de votos, endossando e participando das manifestações que combatem
o golpe.
Golpe que tomou o governo, e o Brasil, como de
assalto – e pelo elenco de bandidos que o dito cujo está “escolhendo” para
assessores/ministros, não é nenhuma forçada de barra chamar o golpe de assalto de bandidos, a começar
pelo próprio almofadinha que assumiu a presidência do bando.
Logo, cabe a nós, também, participar ativamente –
lendo, nos informando, conversando, divulgando, participando e militando nas redes sociais – para
impedir que a nossa História se repita, novamente, como farsa.
Se você sabe e tem consciência de seu voto – já
que muitos costumam votar na legenda – sobretudo para Senador, é hora de
mandar-lhe e-mails, muitos, exigindo a sua fidelidade ao voto que lhe deu e à
defesa intransigente da Democracia.
Encha a sua caixa de mensagens com seus e-mails de protesto!
Para mais informações, confira texto produzido
pela UNICAMP: Para
que a história não se repita como farsa
"Só 11 presidentes que o país elegeu terminaram o mandato
Em tempos
de arreganhos golpistas, vale lembrar que o golpismo é uma praga nacional que
fez este país vagar errático pelo século XX, perdendo o bonde da história
várias vezes em função da interrupção de projetos nacionais que, mesmo não
sendo os melhores, dão rumo a uma nação.
Ruptura
institucional custa caro e o Brasil só não se tornou uma das maiores potências
econômicas e sociais do mundo porque uma elite étnica e econômica diminuta
comandou todas essas rupturas e nos fez pagar alto preço ao impedir a consolidação
de nossa democracia.
Nos dias
que correm, assistimos a mais um capítulo da velha novela antidemocrática
brasileira que exibiu a derrubada de quase metade dos presidentes que o país
elegeu pelo voto direto.
Desde 1889,
quando foi instaurada a República, até 2015, o Brasil foi comandado por 42
presidentes. Porém, apenas 18 foram eleitos pelo povo e só 11 terminaram seus
mandatos.
A lista
abaixo só inclui os presidentes que chegaram ao poder através de eleições
diretas e exclui os que chegaram ao poder por ser vice-presidentes, após saída
do cargo pelos titulares.
1 – Prudente de Morais (1894 – 1898) foi o terceiro presidente a governar o país no regime republicano e o primeiro eleito pelo voto direto. Ele concluiu o mandato.
2 – Campos Sales (1898-1902) foi o quarto e também concluiu o mandato.
3 – Rodrigues Alves (1902 – 1906), o quinto, também concluiu o mandato
4 – Afonso Pena (1906 – 1909), o sexto, morreu antes de concluir o mandato, sendo sucedido por Nilo Peçanha, que terminou o ano de mandato que falou a Pena.
5 – Hermes da Fonseca (1910 – 1914), o sétimo, concluiu o mandato.
6 – Venceslau Brás (1914 – 1918), o oitavo, concluiu o mandato
7 – Rodrigues Alves (1919), o nono, elegeu-se novamente em 1918, mas faleceu antes de tomar posse.
8 – Arthur Bernardes (1922 – 1926), o décimo, elegeu-se em 1922 após os interinos Delfim Moreira e Epitácio Pessoa terem preenchido a vaga deixada por Rodrigues Alves. Concluiu o mandato.
9 – Washington Luís (1926 – 1930), o décimo-primeiro, concluiu o mandato.
10 – Júlio Prestes (1930), o décimo-segundo, elegeu-se em 1930, mas não tomou posse por conta de um golpe de Estado (revolução de 1930).
11 – Eurico Gaspar Dutra (1946 – 1951) foi o décimo-terceiro presidente a se eleger pelo voto popular após uma década e meia, durante a qual Getúlio Vargas preponderou. Concluiu o mandato.
12 – Getúlio Vargas (1951 0 1954), o décimo-quarto, matou-se no terceiro dos quatro anos de mandato após uma campanha difamatória que lembra em muito a que se vê contra Dilma Rousseff e que foi tentada contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
13 – Juscelino Kubitschek (1956 – 1961), o décimo-quinto, concluiu o mandato.
14 – Jânio Quadros (1961), o décimo-sexto, renunciou pouco após assumir.
15 – Jango Goulart (1961 – 1964), o décimo-sétimo, foi deposto por golpe de Estado.
16 – Fernando Collor (1990 – 1992), o décimo-oitavo, foi deposto pelo Congresso.
17 – Fernando Henrique Cardoso (1995 – 2002), o décimo-nono, concluiu o mandato.
18 – Luiz Inácio Lula da Silva (2003 – 2010), o vigésimo, concluiu o mandato.
Dilma Rousseff não está relacionada porque não concluiu o segundo mandato e está sob ameaça de impeachment*, o que a faria integrar a lista de presidentes eleitos legitimamente e que não concluíram seus mandatos por golpe ou fatalidade.
A lista
acima, porém, revela como a democracia brasileira é fraca. Em 126 anos de vida
republicana, apenas 11 presidentes conseguiram concluir mandatos outorgados
pelo povo. 40% dos eleitos não concluíram seus mandatos, e um-quinto deles
deixaram o cargo por razões políticas.
O número
mais impressionante é o seguinte: o povo brasileiro escolheu apenas um-quarto
dos presidentes que já o governaram. 75% dos presidentes que o país teve
governaram sem mandato popular, por uma razão ou por outra.
O estudo
acima revela que poucas vezes o poder de Estado emanou do povo, no Brasil. Por
conta disso, tirar do poder mais um presidente legitimado pelo tão raro voto
popular significaria um golpe mortal em nossa rala democracia.
Por eduguin
*Já que o golpe, ainda, está "sub judice"
** Adicionado (03/03/2017): Vai ver que o texto é anterior ao impeachment , de fato, que aqui foi considerado, ainda, como hipótese, já que o dito cujo – golpe – não tinha se ‘efetivado’ de vez, como agora.
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