terça-feira, 14 de junho de 2016

Porque o golpismo é uma tara histórica das elites locais. E como podemos mudar isso


Estes dados não mentem. De 42 presidentes, apenas 18 foram eleitos e só 11 terminaram seus mandatos. Como vê, ela não gosta de ser contrariada.

Sentindo-se dona, mesmo, do país, logo “toma uma atitude” toda vez que alguém ensaie mexer em seus privilégios tão arraigados, em um Estado sempre subserviente.

É o que ameaçam fazer agora, com esta “quartelada civil”, sobretudo diante da petulância e ousadia de um partido que teve o desplante de mexer tão profundamente na coisa pública, e as manifestações de rua pedindo o golpe atestam como a memória social sobre estes eventos, sobretudo o ‘recente’ golpe de 64, ainda é muito precária.

Mas, pelo visto, um caso preocupante deve ser com a cabeça da molecada que em bom número seguiu o ‘canto da seria’ do golpe feito pela imprensa marrom. O que dá para inferir que o ensino de História nas escolas deve ter-se rendido ao “pragmatismo” dos vestibulares da vida.

Apesar dos pesares os tempos mudaram, e independente de todo seu aparato com uma mídia vendida e, até certo ponto eficiente, tentando manipular a opinião pública, nós, brasileiros comuns, mesmo, podemos começar a mudar esta história, cerrando fileiras para fazer voltar ao poder um governo eleito por 54 milhões de votos, endossando e participando das manifestações que combatem o golpe.

Golpe que tomou o governo, e o Brasil, como de assalto – e pelo elenco de bandidos que o dito cujo está “escolhendo” para assessores/ministros, não é nenhuma forçada de barra chamar o golpe de assalto de bandidos, a começar pelo próprio almofadinha que assumiu a presidência do bando.

Logo, cabe a nós, também, participar ativamente – lendo, nos informando, conversando, divulgando, participando e militando nas redes sociais – para impedir que a nossa História se repita, novamente, como farsa.

Se você sabe e tem consciência de seu voto – já que muitos costumam votar na legenda – sobretudo para Senador, é hora de mandar-lhe e-mails, muitos, exigindo a sua fidelidade ao voto que lhe deu e à defesa intransigente da Democracia. Encha a sua caixa de mensagens com seus e-mails de protesto!

Para mais informações, confira texto produzido pela UNICAMP: Para que a história não se repita como farsa
"Só 11 presidentes que o país elegeu terminaram o mandato
Em tempos de arreganhos golpistas, vale lembrar que o golpismo é uma praga nacional que fez este país vagar errático pelo século XX, perdendo o bonde da história várias vezes em função da interrupção de projetos nacionais que, mesmo não sendo os melhores, dão rumo a uma nação.

Ruptura institucional custa caro e o Brasil só não se tornou uma das maiores potências econômicas e sociais do mundo porque uma elite étnica e econômica diminuta comandou todas essas rupturas e nos fez pagar alto preço ao impedir a consolidação de nossa democracia.

Nos dias que correm, assistimos a mais um capítulo da velha novela antidemocrática brasileira que exibiu a derrubada de quase metade dos presidentes que o país elegeu pelo voto direto.

Desde 1889, quando foi instaurada a República, até 2015, o Brasil foi comandado por 42 presidentes. Porém, apenas 18 foram eleitos pelo povo e só 11 terminaram seus mandatos.

A lista abaixo só inclui os presidentes que chegaram ao poder através de eleições diretas e exclui os que chegaram ao poder por ser vice-presidentes, após saída do cargo pelos titulares.
1 – Prudente de Morais (1894 – 1898) foi o terceiro presidente a governar o país no regime republicano e o primeiro eleito pelo voto direto. Ele concluiu o mandato.
2 – Campos Sales (1898-1902) foi o quarto e também concluiu o mandato.
3 – Rodrigues Alves (1902 – 1906), o quinto, também concluiu o mandato
4 – Afonso Pena (1906 – 1909), o sexto, morreu antes de concluir o mandato, sendo sucedido por Nilo Peçanha, que terminou o ano de mandato que falou a Pena.
5 – Hermes da Fonseca (1910 – 1914), o sétimo, concluiu o mandato.
6 – Venceslau Brás (1914 – 1918), o oitavo, concluiu o mandato
7 – Rodrigues Alves (1919), o nono, elegeu-se novamente em 1918, mas faleceu antes de tomar posse.
8 – Arthur Bernardes (1922 – 1926), o décimo, elegeu-se em 1922 após os interinos Delfim Moreira e Epitácio Pessoa terem preenchido a vaga deixada por Rodrigues Alves. Concluiu o mandato.
9 – Washington Luís (1926 – 1930), o décimo-primeiro, concluiu o mandato.
10 – Júlio Prestes (1930), o décimo-segundo, elegeu-se em 1930, mas não tomou posse por conta de um golpe de Estado (revolução de 1930).
11 – Eurico Gaspar Dutra (1946 – 1951) foi o décimo-terceiro presidente a se eleger pelo voto popular após uma década e meia, durante a qual Getúlio Vargas preponderou. Concluiu o mandato.
12 – Getúlio Vargas (1951 0 1954), o décimo-quarto, matou-se no terceiro dos quatro anos de mandato após uma campanha difamatória que lembra em muito a que se vê contra Dilma Rousseff e que foi tentada contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
13 – Juscelino Kubitschek (1956 – 1961), o décimo-quinto, concluiu o mandato.
14 – Jânio Quadros (1961), o décimo-sexto, renunciou pouco após assumir.
15 – Jango Goulart (1961 – 1964), o décimo-sétimo, foi deposto por golpe de Estado.
16 – Fernando Collor (1990 – 1992), o décimo-oitavo, foi deposto pelo Congresso.
17 – Fernando Henrique Cardoso (1995 – 2002), o décimo-nono, concluiu o mandato.
18 – Luiz Inácio Lula da Silva (2003 – 2010), o vigésimo, concluiu o mandato.
Dilma Rousseff não está relacionada porque não concluiu o segundo mandato e está sob ameaça de impeachment*, o que a faria integrar a lista de presidentes eleitos legitimamente e que não concluíram seus mandatos por golpe ou fatalidade.
A lista acima, porém, revela como a democracia brasileira é fraca. Em 126 anos de vida republicana, apenas 11 presidentes conseguiram concluir mandatos outorgados pelo povo. 40% dos eleitos não concluíram seus mandatos, e um-quinto deles deixaram o cargo por razões políticas.

O número mais impressionante é o seguinte: o povo brasileiro escolheu apenas um-quarto dos presidentes que já o governaram. 75% dos presidentes que o país teve governaram sem mandato popular, por uma razão ou por outra.

O estudo acima revela que poucas vezes o poder de Estado emanou do povo, no Brasil. Por conta disso, tirar do poder mais um presidente legitimado pelo tão raro voto popular significaria um golpe mortal em nossa rala democracia.

Por eduguin

           *Já que o golpe, ainda, está "sub judice"
** Adicionado (03/03/2017): Vai ver que o texto é anterior ao impeachment , de fato, que aqui foi considerado, ainda, como hipótese, já que o dito cujo – golpe – não tinha se ‘efetivado’ de vez, como agora.
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