sexta-feira, 17 de junho de 2016

Ministro do “interino” contra SUS e Bolsa Família privilegia sua sobrinha com um ‘pot-pourri de bolsas’

A 'família graciosa'

Coisas assim não são novidades na história da democracia, entre aspas, que sempre funcionou no país. Sempre, assim, quando aconteceu, nos intervalos das ‘exceções golpistas’, como pode conferir aqui.

A tal elite e seus representantes estavam impacientes com o prolongamento de um governo – Lula/Dilma – que não só suspendeu décadas de regalias e relativizou outras, dando assim um tempo em “governos pessoais”, tipo o do interino, como ameaçava (ameaça com a perspectiva de Lula de volta em 2018) dar continuidade a esta pouca vergonha de se voltar, assim, para o povo, para os interesses do povo, ou da maioria da população.

Uma frase do ‘nobre deputado’ e ministro do interino golpista ilustra muito bem o que estamos falando: (...) “Minha base eleitoral é outra. Eu não tenho esse problema” (...).  Em manter os “Bolsas Famílias” e SUS da vida.

Esta “filigrana burocrática’ da boquinha de sua parente, bizarramente fazendo jus a todo tipo de bolsas:  é a típica ironia que pode deixar perplexo algum eleitor meio desavisado com tanta incoerência: (...) auxílio-alimentação, auxílio-transporte, auxílio pré-escolar, auxílio-saúde, auxílio-natalidade, auxílio-moradia e ajuda de custo. Além disso, tem direitos como “abono constitucional de 1/3 de férias e gratificação natalina”.

Tudo isso “de cima” de salário base de R$ 10.352,52

O ‘golpe civil’ tem, também, estes objetivos internos, digamos assim, de  “resgatar estes tempos bons”. Isso, além daqueles que tem os cordões além fronteiras, é claro!

É o que vai ver abaixo.
"Ministro que propôs corte do Bolsa Família e do SUS tem sobrinha não concursada recebendo R$ 15 mil mensais
Sr. Presidente, pela unidade do Partido Progressista, que fechou questão em relação ao impeachment, pelos progressistas da minha família: Maria Victoria, Cida Borghetti, Silvio Barros, pelos paranaenses que represento e pela minha Maringá, o meu voto é sim. Então deputado Ricardo Barros (PP-PR), ao votar pela abertura do processo de impeachment de Dilma Rousseff na Câmara

Ninguém vai ficar na miséria se cortar um pouco do programa. São eles [do PT] que politicamente se beneficiam da distribuição de recursos do Bolsa Família. Minha base eleitoral é outra. Eu não tenho esse problema. Quando eu propus zero de reajuste para os servidores públicos, eu propus porque o governo simplesmente não tem como pagar. Deputado Ricardo Barros, relator do Orçamento, em 2015, ao propor corte de 36% nas verbas do Bolsa Família

Vamos ter que repactuar, como aconteceu na Grécia, que cortou as aposentadorias, e em outros países que tiveram que repactuar as obrigações do Estado porque ele não tinha mais capacidade de sustentá-las. Ministro da Saúde Ricardo Barros, propondo restrições a direitos no Sistema Único de Saúde

Ninguém é obrigado a contratar. Não cabe ao ministério controlar isso. Ministro Ricardo Barros ao dizer que não pretende controlar a qualidade dos planos de saúde privados

Da Redação, com Garganta Profunda

O engenheiro Ricardo Barros, que deixou mandato parlamentar do PP-PR para servir ao governo interino de Michel Temer na condição de ministro da Saúde, causou um bocado de polêmica nos últimos meses.

Ele tem se mostrado linha dura quando se trata de gastos públicos. Propôs aumento zero para servidores públicos e disse que é impossível sustentar o SUS.

Porém, sabemos agora que Barros tem bem perto de casa um exemplo de possível corte que pouparia o suficiente para dar o benefício básico do Bolsa Família a 195 domicílios.

Trata-se da sobrinha de sua esposa, Alana Borghetti Violanni, que trabalha no cerimonial do Tribunal Regional do Trabalho do Paraná com um salário bruto de R$ 15.087,38.

Alana não é concursada. Foi lotada na Secretaria Geral da Presidência e tem direito a vantagens como auxílio-alimentação, auxílio-transporte, auxílio pré-escolar, auxílio-saúde, auxílio-natalidade, auxílio-moradia e ajuda de custo. Além disso, tem direitos como “abono constitucional de 1/3 de férias e gratificação natalina”.
 É por isso que o salário base dela, de R$ 10.352,52, chega aos R$ 15.087,38 brutos mensais.

Alana é sobrinha de Cida Borghetti, esposa de Ricardo Barros, que é vice-governadora do Paraná.

Fonte interna do tribunal informa que “a remuneração dela corresponde a de um cargo de chefia dos mais altos do TRT-PR, um CJ03. Trata-se não apenas de mais um caso de provável nepotismo cruzado e troca de favores. Num momento de crise como esse, trata-se do retrato do descaramento que tomou de assalto o governo brasileiro”.

A fonte da informação acrescentou: “Cabe dizer que não tenho nada de pessoal contra a moça, mas não é possível que um tribunal que demite seus terceirizados e quebra contratos com seus fornecedores, tudo por falta de dinheiro, possa manter a sobrinha de seu principal inimigo em seus quadros por uma mera conveniência política”.

O informante se refere ao fato de que o contingenciamento que afetará o funcionamento dos TRTs em 2016 foi proposto pelo deputado Ricardo Barros quando ele foi relator do Orçamento da União. Os maiores prejudicados pela medida serão os trabalhadores que movem ações contra seus patrões.

Registros oficiais mostram que Alana tem cargos no judiciário paranaense desde julho de 2012. Ela foi exonerada em fevereiro de 2015, mas dois meses depois já havia sido nomeada outra vez, contratada desta vez na Assessoria de Comunicação do TRT-9ª Região.


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