quarta-feira, 30 de março de 2016

Se você achava que “conhecia” o Cunha… Ainda não viu nada

O abismante (nem sei se existe vocábulo assim) é que até as pedras já sabem disso e “tudo continua como antes no quartel de Abrantes”, ou seja, ele continua lá “derrubando” a presidente eleita por 52% dos votos – superando um bebum e toxicômano – sem uma linha que seja de ilegalidade, já que as tais pedaladas não se enquadram nessa categoria, já que sempre foi, e é, um pratica corriqueira de administradores em todas as instâncias públicas, do prefeito à presidência da República.

Sobretudo se você “endossa” esta insanidade institucional, ilegal, diga-se de passagem, já parou para imaginar o Brasil pós-golpe? Não? Então, lamento muito que, não obstante a democracia ser, impreterivelmente, o melhor regime político que existe, paradoxalmente permita coisas assim.

Não “só” o golpe em si, mas que eleitores “analfabetos de pai e mãe” – os funcionais de qualquer nível de escolaridade, econômico e/ou social – destituídos do mínimo de informação e bom senso, vítimas que são da imprensa marrom que domina os seus corações e mentes, permitam, felizes, um estelionato eleitoral e democrático que pode nos levar a todos de roldão.

Mas, fazer o que, não?

Confira, então alguns “traços” da biografia recente do dito cujo. É melhor sentar-se!
"O golpe do meio bilhão com o sultão e sua bancada à frente
O processo de impeachment contra a presidenta Dilma é um golpe em dois sentidos: político e financeiro. Não tem qualquer traço de legalidade. Há um trem pagador de mais de R$ 500 milhões de reais (meio bilhão) que patrocina o golpe contra uma presidente eleita e contra a qual não pesa sequer uma acusação de corrupção. O trem pagador tem um maquinista, Eduardo Cunha.

Segundo documentos do Ministério Público da Confederação Suíça enviados à Procuradoria Geral da República, o esquema suíço liderado por Cunha com outros participantes movimentou R$ 411 milhões em 29 contas bancárias entre 2007 e 2014 (o valor não inclui, portanto, o ano de 2015). Isso é apenas uma fração, aquilo que foi identificado Suíça. Há ainda o dinheiro não localizado na própria Suíça e mais uma série de paraísos fiscais não mensurados neste montante (veja reportagem do Correio Braziliense sobre os documentos suíços clicando aqui).

Entrevistado pelo programa Espaço Público TV Brasil da EBC em novembro de 2015, o ex-ministro Ciro Gomes estimou que deste volume imenso de recursos Cunha usou R$ 350 milhões para montar seu próprio bloco parlamentar: “Eduardo Cunha roubou algo ao redor de meio bilhão de reais e deve ter distribuído uns 350 (milhões de reais) por uns 150 a 200 picaretas” – assista aqui e veja a afirmação de Ciro sobre a montagem da bancada de Cunha, a tropa de choque do impeachment, aos 8min05 da entrevista. Se as contas de Ciro estiverem corretas (e use-se o número mais modesto, 150), Cunha repassou algo como R$ 2 milhões para cada um de seus apoiadore$ apenas na “operação Suíça”.

Mas não é só. Como a planilha da Odebrecht já deixou patente, Cunha é padrinho de muitas outras doações$. A planilha indica o poder de Cunha como intermediário. Tomo emprestada a formulação da jornalista Helena Sthephanowitz no blog da Helena, na Rede Brasil Atual sobre o assunto: “Eduardo Cunha aparece como beneficiário de uma doação do Grupo Odebrecht de R$ 1,1 milhão para seu partido, o PMDB. Se foi ou não devidamente registrada é outra discussão e deverá ser objeto de novas investigações.

O curioso é ele aparecer como 'padrinho' de uma doação bem maior, de R$ 3 milhões, para o diretório nacional do PSC, atual partido do deputado Jair Bolsonaro. Cunha aparece também na planilha como 'padrinho' de outra doação, de R$ 900 mil, para o PR. Ou seja, só por essas indicações na planilha, em 2010 Eduardo Cunha operou como captador de R$ 5 milhões – isso apenas junto ao Grupo Odebrecht – para três partidos, justamente os que em Brasília compõem a chamada 'bancada do Cunha', ou seja, o grupo de parlamentares de vários estados que acompanha fielmente a liderança do atual presidente da Câmara em todas as votações.” – leia a íntegra da coluna aqui.

É impressionante. Cunha apadrinha R$ 5 milhões apenas na planilha de uma empreiteira em uma eleição. É a bancada da mala, estimada por Ciro Gomes em 150 deputados. Fiéis a Cunha até o fim –enquanto ele continuar doando, é claro. É disparadamente a maior bancada da Câmara, praticamente o dobro do maior bloco parlamentar da Casa, que conta com 87 deputados (PP, PTB, PSC e PHS).
É a tropa de choque de Cunha, majoritária na Comissão do Impeachment e capaz de tudo para impedir o prosseguimento do processo contra o “capo” na Comissão de Ética.

(…)

Os números são dignos de um sultão mesmo, é só ir à denúncia, ler e deixar o queixo cair:
Virada de 2012/2013 – Em nove dias, numa viagem a Miami para a passagem de ano (entre 28 de dezembro e 5 de janeiro) Cunha, mulher e filha torraram R$ 170 mil. Isso mesmo! Mais de R$ 18 mil por dia (a cada dia ele gastou mais do que o salário mensal de um parlamentar à época, de R$ 17.794,76). Em Miami, a gastança foi antológica. Tudo em nove dias (a seguir apenas alguns exemplos dos gastos): almoço e jantar em restaurantes em Miami Beach em 28 de dezembro pela bagatela de R$ 7.500; uma refeição para celebrar o início de 2013 com a família no restaurante Prime Italian, em 01 de janeiro, no valor de R$ 6 mil; outras contas de valor similar em diversos restaurantes; apenas no dia 29 de dezembro, R$ 24.520 em comprinhas na Saks e na Salvatore Ferragamo. Mas não foi suficiente. Em 2 de janeiro, mais comprinhas, agora na Giorgio Armani e Ermenegildo Zegna, duas das grifes mais requintadas do planeta, somando outros R$ 20.504. Parece mentira, não é? Mas tudo registrado nos cartões de crédito do futuro “capo” do impeachment.

Você, ainda, não viu nada. Clique aqui e confira!

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