terça-feira, 29 de março de 2016

“Eficiência” da polícia toma – prende – filho do pai em manifestação contra a Globo

Vimos mostrando no Twitter uma série de imagens que ilustra a “atuação” da polícia em demonstrações de um nível de “eficiência” com alvos – como poderia dizer? – não necessariamente perigosos, quando não deveria agir assim, nem com elementos que trariam em si algum risco para a sociedade e as pessoas que, em princípio, é o seu foco, com uma violência covarde – na ausência de outro adjetivo mais preciso para qualificar.
Talvez busquem mostrar ao incauto, e desinformado, cidadão uma eficiência que os justifique aos montes em situações sociais delicadas e políticas, e legais, diga-se de passagem, – manifestações e greves –, como uma polícia política em que vem se tornando ao longo dos anos, como é o que acontece nos 21 anos de governo PSDB em São Paulo, por exemplo.

Esse caso extremo de arbitrariedade e/ou exacerbação de autoridade, que vai ver abaixo, é um exemplo, a prisão de uma criança de 7 anos e seu pai, com camburão é tudo, a título de “defender” a criança – contra o seu próprio pai? – em uma manifestação na rua, contra um dos arautos do sistema, na raro ilegal, o sistema Globo.
"O depoimento do pai que foi preso com o filho de 7 anos no ato contra a Globo
Na manifestação pacífica da última quinta-feira (24) em Brasília, a Polícia Militar levou uma criança de 7 anos para a delegacia sob a alegação de que o pai estaria sendo negligente ao levá-lo para um protesto; “Da opressão física e da violência psicológica só posso dizer que saímos mais forte para a luta, para o combate ao fascismo e a retirada de direitos que avançam”. Assista

Por Chico Carneiro

“Hoje é daqueles dias que nos marcam de forma diferente. O sentimento de ter seu filho arrancado pela PM, quando se está fazendo aquilo que entende o mais fundamental para a formação dele, é algo tão inexplicável quanto desesperador.

Já presenciei uma mãe saindo correndo de uma barraca atingida por gás lacrimogênio enquanto ela dormia com seus dois filhos, inclusive uma filha recém-nascida, que tive que levar no hospital.

Minha foto de perfil é uma homenagem eterna ao garoto Eduardo, e a todos jovens e crianças mortos na periferia pela violência policial.

Também já vivenciei relatos de diversas mães/pais que por motivos de remoções forçadas de suas casas ou de prisões absurdas se viram afastados de seus/suas filhos (as).

Em todas estas situações, a indignação mexeu forte e reforça o sentimento de que a luta é aquilo que dá sentido às nossas vidas.

Mas hoje, numa situação bem menos tensa que todas estas relatadas, pude vivenciar um sentimento diferente, daquele(a) que é atingido diretamente.

Estávamos em um ato pacífico, mais para demarcar presença contra a Globo fascista que qualquer coisa.

Em atos assim, faço questão de levar o Uirá, e de contextualizá-lo do que ocorre. E me orgulho de vê-lo compreendendo e aos poucos construindo sua história.

Num determinado momento do ato, quando o Uirá cantava as palavras de ordem e também brincava com seus super-heróis, fui tirar foto dele. No que tirei, veio um PM e o levou de mim. No mesmo instante fui questioná-lo e levei voz de prisão. Motivo: estava levando meu filho a uma manifestação. Aquilo que acredito ser fundamental para a formação do Uirá foi tratado como crime.

A partir daí fui imobilizado e colocado junto com ele no camburão. As pessoas foram nos ajudar e a polícia revidou com gás de pimenta. Tudo feito de forma pensada para desestabilizar o ato e, obviamente, traumatizar uma criança. Segundo o Coracy Coelho, não é o primeiro caso no DF.

Ficamos rodando um tempo pelas ruas do DF porque a polícia queria nos levar na DCA (não sei porque o meu filho estaria cometendo algum ato infracional??), mas, como não sabiam onde era a DCA, nos levaram para a 5 DP mesmo.

Lá na quinta DP, foi mais uma série de arbitrariedades, com 2 horas de agonia. O ápice foi uma policial querendo tomar o celular do Uirá, porque estava tentando se distrair assistindo desenho animado porque o barulho a incomodava, e, ao não consegui fazê-lo, disparou a proferir ofensas e palavrões, especialmente contra a Karina Moura, confundida como se fosse a mãe.

Mas, após isto tudo, o óbvio foi constatado, não havia crime. E aí, eu e meu filho fomos liberados. Porém, tenho certeza que a liberação só ocorreu em virtude da pressão e solidariedade de todos(as), não fosse isto, estaríamos ainda presos como a maioria das pessoas que vão presas sem capacidade de se defender da mentira e da pressão psicológica policial.

Portanto, minha maior obrigação neste post, além de divulgar este absurdo arbitrário (não vou comentar que não ocorre nos atos coxinhas, porque não deveria ocorrer em nenhum) é agradecer todo apoio e solidariedade. De quem escreveu aqui e no Whats, de quem mobilizou a distância pelo fone e, principalmente de quem esteve lá presente. Estes(as) gostaria de nominar.

Primeiramente agradecer ao Yuri, levado também preso por durante a minha detenção ter gritado com o PM. Agradeço também ao irmão de todas as lutas Rafael Madeira e aos demais advogados, especialmente o Jonatas Moreth que me acompanhou no depoimento. Agradeço à Karina, a Bia Barbosa e ao Vinícius que acompanharam o Uirá. à Michelle e ao Lício, que foram buscar a Graci. Graci que chegou num momento fundamental e nos acompanhou depois. Cito também a belíssima condução da nossa conselheira tutelar Keka, mostrando firmeza e o sentido de serviço público em favor dos direitos humanos.

Muita gente estava e passou por lá. não dá pra citar todo mundo. Marco mais alguns(mas) no final. Nunca na minha vida vi o tanto que a solidariedade é fundamental. A todos(as), muito obrigado.

Enfim, tendo vivenciado a experiência, ainda que pequena perto de outras mais brutais e mortais, da opressão física e da violência psicológica só posso dizer que saímos mais forte para a luta, para o combate ao fascismo e a retirada de direitos que avançam.

Informo, por fim, e talvez mais importante, que o Uirá está bem. Chorou bastante neste tempo, mas aguentou firme porque acreditou que estava me defendendo. Chegou em casa e dormiu!

Abraços e muito obrigado.”

Revoltante e Inaceitável! Botando Pilha reproduz agora as imagens revoltantes da PMDF RAPTANDO uma criança de seu pai em ato PACÍFICO contra a Globo !A PMDF passou de TODOS os Limites! Alguém viu as PMs questionarem a presença de crianças em atos contra o governo? Como pai, cai em prantos ao ver as imagens do DESESPERO do Chico e de seu filho! TODA A SOLIDARIEDADE DO MUNDO AO COMPA CHICO CARNEIRO E SEU PEQUENO! Compartilhem e EXIJAM a IMEDIATA queda do comando da PMDF! Imagens: CUT-DF e YuriSoares

Posted by Botando Pilha on Friday, 25 March 2016

Imagens: Yuri Soares

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