segunda-feira, 14 de março de 2016

“Quem não conhece a sua história está condenado a repeti-la”.Quase sempre como tragédia!

É um velho filme, um “déjà vu”. Claro que a “molecada” (de todas as idades, diga-se de passagem), não tem nada a ver com isso, não tem nada a ver quanto a carecer de informação suficiente para avaliar os sintomas visíveis, escrachados que estão por todo lado.

De velho, mesmo, como se diz, só a velha mídia, sobretudo as globos da vida com o seu imenso poder de fogo, turbinado, ou melhor, possibilitado, por sua concessão de TV publica, que não preserva qualquer traço que denote sua origem, ou seja, limitações ou restrições legais, já que não podemos falar em algo como ética, por exemplo.

É como diz o velho ditado: “Um povo que não conhece a sua história está condenado a repeti-la”. Quase sempre como tragédia!

O risco fica

Os que mais exibem susto e medo, e recuam com apelos à tolerância dos apoiadores de Lula e Dilma, nas ruas de hoje, são os que mais incitaram a atitudes de ódio e provocação, de desafio e humilhações. O juiz Sérgio Moro despertou, sem pretendê-lo, certa altivez em um lado e covardia no outro. Dilma, o governo e a direção petista tiveram a difícil sensatez de pedir que a massa dos provocados se contenha, de preferência, em casa.

Mas nada é garantido.

Nem o melhor êxito dos apelos e providências contra o confronto alteraria a pior probabilidade perceptível: o que for evitado hoje está propenso a ocorrer adiante, a se manterem os atos arbitrários que suscitam sentimentos de perseguição e revolta nos lulistas e suas redondezas. A perplexidade provocada pela torrente de insinuações, acusações e “suspeitas” despejada pelos meios de comunicação contra Lula e família, dia a dia, foi substituída por ânimos que aos atacantes pareciam extintos. Caso se contenham hoje, não quer dizer que voltaram a amortecer-se.

No decorrer do século passado, e já desde o anterior, o Nordeste e sua pobreza eram considerados a área susceptível de um incidente capaz de espalhar-se pelo país. Essa expectativa transfere-se para São Paulo, que se vê como a cidade mais desenvolvida da América Latina. E não é do anel de pobreza e miséria à sua volta que vem o risco. É dos bairros da riqueza e da classe média, em mais uma demonstração de que dinheiro e desenvolvimento verdadeiro não são sinônimos.

O ÓBVIO

Primeiro, uma estranheza: o símbolo da Unesco, extensão da ONU, como signatária de uma “nota pública” emitida por entidades de representação empresarial. Depois, a afirmação, no texto de protesto contra violências sofridas por jornalistas no Brasil:

“É equivocado o pensamento daqueles que creem que os veículos de comunicação são protagonistas do processo político.”

A quem a Abert, a Abratel, a Aner, a ANJ, associações representativas das empresas de comunicação, e mais a Unesco pensaram iludir? Há milhares de estudos, pesquisas e documentos sobre a influência dos meios de comunicação nos processos políticos nacionais e ainda nas relações internacionais. Muitos desses trabalhos foram feitos com apoio ou por iniciativa da Unesco.

Ser “protagonista do processo político” não é um mal por si só. O problema é o “como”: contribuindo para aprimorar o processo e a exercício da cidadania, ou deturpando-o com inverdades, exageros, facciosismo. Ou seja, sem ética.

FALAS

O promotor Cássio Conserino, que pediu a prisão de Lula, já foi processado por dano moral e por isso condenado a indenizar um dos seus presos, solto como todos os outros do mesmo inquérito. O juiz federal Sérgio.

Moro e o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima correm risco de processos semelhantes. Já há uma representação contra Moro, apresentada ao Conselho Nacional de Justiça pelo Sindicato dos Advogados de São Paulo: o juiz insinuou, sem sequer indício factual ou pericial, que o advogado Roberto Teixeira poderia ter “forjado assinaturas”, em documentos de compra do sítio em Atibaia. Nisso, disse que o advogado é capaz de falsificações.
 
Moro e Lima são dados como autores de insinuações e “suspeitas”, em público, não confirmadas pelo Supremo Tribunal Federal.

Haja poupança.

Em tempo: muito interessante, de fato, a amistosa visita palestra do juiz Sérgio Moro ao Lide, do João Dória acusado de corrupção eleitoral por colegas do próprio PSDB, além de uma testemunha.

Por Jânio de Freitas, na Folha

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