É o caso não só de sua elaboração, das leis, mas, sobretudo de sua aplicação, quando se sabe que uma verdadeira oligarquia, senão dinastia, domina o judiciário local.
Todo mundo sabe, em off, que as famílias se reproduzem em seus quadros, não por competência ou por méritos, digamos assim, mas por mecanismos ocultos, no que se refere a influências e, ao velho recurso da fraude nas provas.
Primeiro as “provas” para entrar, depois os velhos mecanismos para indicar e promover.
Não sabia? É que não é para sabermos mesmo, mas, alguma coisa escorrega para a mídia, de leve, fique ligado e verá.
Afirmo isso porque conheço casos, e, como disse acima, também, observando as filigranas das notícias.
Mas, voltando a origem real das leis, sua elaboração e aprovação, é o que acontece por aqui, o tal fenômeno da elitização. Se bem que, pelo menos teoricamente, elas teriam sido concebidas pelos representantes do povo, os tais parlamentares que em tese, pelo menos em tese, seriam reapresentes do povo e em seu nome exerceriam o tal mandato.
Só que, mesmo que sua origem tenha sido o povo, assim que chega lá, na tal “casa do povo”, ele é acometido de uma velha síndrome bem definida pela sabedoria popular: “é só subir na tampinha que começa a fazer discurso”, ou, trocando em miúdos, ao “subir”, ele sofre uma metamorfose e vira elite, e como tal passa a “pensar” e agir como autentico representante das elites tradicionais.
Logo, não é de surpreender que “trabalhem” para a manutenção dos privilégios e perpetuação das coisas, “para que tudo mude para ficar, exatamente, como está”, ou como sempre esteve.
Ainda bem que temos algumas honrosas exceções que continuam a justificar o voto, e aí está o nosso desafio, aumentar o seu peso específico nas tais tomadas de decisões – elaboração de leis e aprovação – que mudem um pouco a cara do quadro que pintamos acima.
Afinal, esse é o recurso que a democracia coloca em nossas mãos. E nada acontece por inércia, mas, com muita informação, participação e voto.
As últimas manifestações contra a Dilma e pró impeachment, ilustram um pouco isso que estamos falando.
Os últimos mandatos presidenciais do PT, provocaram uma rearrumação, mesmo que incipiente, diriam alguns, neste estado de coisa sobre o qual falamos acima, daí tanta virulência da mídia associada historicamente a estes setores, bem como um quadro bem emblemático da composição das manifestações.
O DataFolha publicou dados de uma pesquisa feita durante as manifestações em São Paulo no último domingo, 13/03/16, que deve ser um pouco o retrato do que rolou no resto do país.
Segundo a pesquisa, 77% dos manifestantes, dentre os 450 mil aferidos, tinham curso superior e em sua maioria com renda e “status social”, também, superior.
Com números assim, se dirimem quaisquer dúvidas sobre os interesses reais que estão por trás do discurso golpista de destituição de uma governante eleita democraticamente. É a tentativa de barrar qualquer mudança que possa colocar em cheque, mesmo que não diretamente, ou “paranoicamente”, o seu status como centro dominante do país, de privilégios e poder, isso no plano interno, já que as conexões com interesses estrangeiros, notadamente dos EUA, dispensam maiores comentários.
É bom lembrar que este contingente “dominante” deve conter muitos componentes egressos dos estratos sociais mais abaixo que “subiram”, graças a politicas executadas nesses últimos anos de governos petistas e que podem ser enquadrados no fenômeno que descrevemos para os parlamentares. O lance da tampinha.
Logo, fique ligado. Diversifique suas fontes de informação e prepare-se para um voto consciente e efetivamente transformador e representativo do que julga ser importante para o país.
Observe, busque informações sobre o que anda fazendo, efetivamente, os parlamentares que ajudou a eleger – vereadores, deputados estaduais, deputados federais e senadores – e se eles não estiverem correspondendo às suas expectativas, retire o seu apoio, o seu voto, nas próximas eleições e apoie 'coisa' melhor.
Se ligue! O Brasil precisa de nós, de nosso voto e participação consciente e efetiva no processo político que define o nosso futuro e das próximas gerações.
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