"Em 10 anos, Brasil reduziu extrema
pobreza em 63% e manteve conquistas na crise, diz Ipea
Segundo o Ipea, base estruturante dos avanços
feitos desde 2003 permaneceu em 2014, com crescimento real da renda do
trabalhador, redução de desigualdades, melhora da escolaridade e das condições
de vida dos brasileiros.
O Brasil conseguiu reduzir a extrema pobreza em
pelo menos 63% entre 2004 e 2014, segundo análise feita pelo Instituto de
Pesquisa Aplicada (Ipea) sobre os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (Pnad) de 2014. A avaliação está na Nota Técnica Pnad 2014, divulgada
na quarta-feira, dia 30/12, na sede da entidade, em Brasília.
De acordo com o Ipea, mesmo em 2014, quando
começaram a ser sentidos aqui os primeiros efeitos da crise econômica mundial,
o Brasil permaneceu em “franco processo de mudança social”. Isso porque a base
estruturante desses avanços, que vêm sendo feitos desde 2003, permaneceu no ano
passado, com o crescimento real da renda do trabalhador e a diminuição de
desigualdades, o aumento da escolaridade e das condições gerais de vida dos
brasileiros, além da redução das desigualdades entre negros e brancos, mulheres
e homens, trabalhadores rurais e urbanos.
“Passamos por um ciclo ininterrupto de transformações
sociais em dez anos (2004-2014). Todos os dados relacionados às questões
sociais têm apresentado melhora e nos permitiram a constituição de um colchão
de amortecimento às crises”, pontuou André Calixtre, diretor de Estudos e
Políticas Sociais do Ipea, durante o lançamento da Nota Técnica Pnad 2014 – breves
análises.
Para o pesquisador, a renda crescente, a
diminuição da desigualdade de renda, além da melhoria dos programas de
transferência de renda e o aumento da cobertura previdenciária explicam os
números de 2004 a 2014. “Houve uma retomada do ciclo de redução da extrema
pobreza”.
Índice de Gini
O estudo é composto de diversas análises sobre
temas como desigualdade social, gênero e raça e arranjos familiares. No
primeiro texto, Desigualdade
e Pobreza, o autor, Rafael Osório, demonstra que tanto pelo índice
de Gini quanto por outros três índices da família de indicadores de entropia
generalizada as desigualdades de renda decrescem no Brasil de 2004 a 2014.
O Índice de Gini é um sistema de cálculo usado
internacionalmente para medir o grau de concentração de renda em um em
determinado grupo. Valores mais altos deste coeficiente indicam maior
concentração de renda. Numericamente, o índice varia de zero a um (alguns
apresentam de zero a 100), em que o valor zero representa a situação de
igualdade, ou seja, todos têm a mesma renda. Já o valor um (ou 100) representa
o extremo oposto, isto é, uma só pessoa detém toda a riqueza.
Segundo o Ipea, o índice de Gini do País caiu
de 0,570 em 2004 para 0,515 no ano passado. Da mesma forma, a parcela da
população em situação de pobreza teve uma redução no período analisado. A queda
na taxa de pobreza extrema de 2004 para 2014 varia de 63% a 68,5%, dependendo
da linha de análise utilizada, uma redução média em torno de 10% ao ano.
Educação
Já a análise feita pelos pesquisadores Paulo
Corbucci, Herton Ellery Araujo, Ana Codes e Camilo Bassi trata da evolução de
dois indicadores educacionais: média de anos de estudo dos jovens brasileiros e
taxa de alfabetização da população de 15 anos ou mais.
A pesquisa mostra que os dados da Pnad 2014
reiteram os avanços obtidos na última década com relação à ampliação da
escolaridade dos jovens brasileiros, mas também confirmam a necessidade de
maior atenção junto aos segmentos populacionais de maior idade.
Por outro lado, o texto Breve análise dos dados da Pnad 2014 para o
mercado de trabalho explorou
o tema por meio da comparação dos resultados de seus principais indicadores, ao
longo dos dez anos. E concluiu que o desempenho dos rendimentos do trabalho, da
informalidade e do desemprego foi amplamente favorável no período.
Os dados da Previdência capturados pela Pnad
2014, e analisador por Leonardo Alves Rangel, revelaram que a cobertura
previdenciária da população ocupada (PO) de 16 a 64 anos e da população idosa
(65 anos ou mais), quando considerados todos os beneficiários contributivos e
não contributivos, pulou de 63,4% em 2004 para 72,9% em 2014 em toda a
população ocupada de 16 a 64 anos. Quando se observa somente a população idosa,
a cobertura subiu de 89,9% em 2004 para 91,3% em 2014.
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