A
certeza, logo a confiança, na leseira, senão imbecilidade, de seu eleitor
cativo faz com que ‘coisas políticas’ como um aécio, ‘cunhista’ de primeira hora, se invista agora no papel de paladino
da legalidade e da honestidade, coisa que sua própria biografia anda a léguas de
distancia disso, e tente capitalizar sobre a desgraça do até então aliado,
exigindo a cabeça do dito cujo.
É preciso
ser muito leso, ou muito desinformado, como parece ser o seu público e eleitor
alvo, para embarcar nesta canoa furada e continuar a comprar a imagem do bom
moço de alguém, que nem mesmo o seu partido anda lá muito bento com ele, tanto
é que os ‘cabeças’ já articulam para vê-lo pelas costas.
O
tamanho do estrago nos corações e mentes de quem, ainda, pensa e tem um pouco de
informação, de opinião e opte em continuar um seguidor do partido, é grande,
embora incompreensível. Sabe-se lá o porquê.
"Cunha e a “conversão” dos fariseus
"Enquanto sobrou uma gota
de esperança de que houvesse o clima político para a derrubada da Presidente,
viviam 'mostrando as canjicas', todos sorriso, para Cunha. Encontros, jantares
e, mesmo diante dos papéis vindos da Suíça, mostrando-lhe os dólares, ele
merecia 'o benefício da dúvida'", lembra Fernando Brito, editor do
Tijolaço; senador Aécio Neves (PSDB-MG) é um dos ex-aliados que agora querem a
cabeça de Cunha.
Se o prezado amigo e a cara
leitora quiserem entender porque a mídia, agora, destaca a cruzada dos
demotucanos, que não aceitam mais “um minuto de Cunha”, dê um pulinho na coluna
de Lauro Desculpe Jardim.
Ele
publica que Eduardo Cunha registrou “dezenas de domínios de (sic) internet, apropriando-se de Jesus”, algo que os
blogs “sujos”, entre
eles este aqui, já havia feito no início de abril.
Obvio
que Lauro sabia há muito disso, porque é muito bem informado, como muito bem informados
são dos demistas e os tucanos, e o mundo inteiro sabia que para Eduardo Cunha
tudo era negócio, até o nome de Deus.
Mas
agora “requenta” o tema, para provocar mais indignação na opinião pública, com
toda a razão já enojada com aquele sacripanta.
O
mesmo falso beato Cunha que lhes servia, porque servia à paralisia do Governo,
recusando-se a votar os projetos de seu interesse e, ao contrário,
pondo em pauta tudo o que acarretasse mais despesas públicas, mais
receitas para os políticos (doações empresariais) e mais histeria social
(redução da maioridade). Tudo, sempre, com o apoio maciço do DEM e do PSDB.
E
servia, sobretudo, para manter a espada do impechment dobre a cabeça de Dilma
Rousseff, quase um Moisés, capaz de abrir as águas do mar constitucional ao
golpismo até o poder que não conquista pelo voto, este povo não-eleito.
Enquanto
sobrou uma gota de esperança de que houvesse o clima político para a derrubada
da Presidente, viviam “mostrando as canjicas”, todo sorriso, para Cunha.
Encontros, jantares e, mesmo diante dos papéis vindos da Suíça,
mostrando-lhe os dólares, ele merecia “o benefício da dúvida”, nas palavras
do líder tucano Carlos Sampaio, tão furioso com os outros acusados.
A
rigor, não houve fatos novos e não importavam as explicações de Cunha, desde o
“usufrutuário” à carne enlatada, porque o essencial, na questão do decoro
parlamentar, foi a descarada mentira de dizer que não tinha contas. Da qual a
humanidade inteira tinha ciência, mas não era motivo de que a oposição rompesse
com o presidente da Câmara.
Agora
que a possibilidade do impeachment se desfez, o desejo tucano segue
sendo o mesmo: o de paralisar o Governo.
Estamos
há menos de um mês do recesso legislativo e dificilmente se terá outra semana
de plenário cheio até o dia 18 de dezembro, porque – incrível isso, não é? – já
se teve de fazer um esforço imenso para tê-lo esta semana e votar os vetos
presidenciais.
As
medidas provisórias do ajuste fiscal estão na fila de votação. E pela ordem,
trancando a pauta da Câmara, que não pode ser invertida para que as mais
importantes sejam postas antes em votação.
De
outro lado, também o Conselho de Ética não vai deliberar nada até o recesso,
porque os aliados de Cunha por lá vão pedir vistas e ainda há o prazo de
apresentação da defesa.
E,
então, a Câmara dos Deputados fica virtualmente paralisada até fevereiro do ano
que vem. E o Governo, bom ou mau, sem o ajuste fiscal, sem orçamento, manietado.
Aí
está a explicação sobre o surto ético da oposição, recém-separada de Cunha, que
o acovardamento político do PT, infelizmente, não tem explicado à população.
E,
assim, deixa que a imprensa a confunda com essas caras de santinho com que se
apresentam agora os ex-tucanocunhistas.
Definitivamente,
quem não parte para a polêmica está deixando que as elites e sua mídia usem a
política como sua arma para confundir o povão.
Por Fernando Brito, no Tijolaço
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