Este é
um típico caso do ‘colunista’ que confia piamente na leseira de seu ledor. Sabe
que tem aquele que vai reprovar o seu “gesto de humildade”, de “superioridade
humanitária” ao se ‘retratar’, mas, sabe, também, que deve levar até alguns
pontos a mais em sua fidelidade ledora.
É que
o principal – o objetivo real desde o início – já foi feito, o objetivo atingido
neste meio tempo, que foi o de associar o Lula, na figura de seu filho, a um delito, já
que a tal admissão de erro ou notinha de pé de pagina está longe de fazer o efeito
de uma manchete de capa, como foi a denúncia mentirosa.
Foi
como disse a Márcia Tiburi e Rubens Casara em excelente artigo: A arte de escrever para idiotas. Esse, o tal jardim, é um caso
típico, como se diz popularmente: “Cuspido
e escarrado”. Vale à pena dar uma conferida!
"O arrependimento “slow-motion” de Lauro Jardim. Ofensa hoje, desculpas em um mês.
A coluna de hoje de Lauro Jardim um ato de
arrependimento com aquele inconfundível sabor de “tomei processo e
vou perder”.
É o pedido de desculpas por ter dito, em sua estreia
no jornal dos Marinho que o delator Fernando Baiano Soares disse ter pago
despesas do filho de Lula, Fábio.
Jardim sabia faz tempo que isso era uma mentira,
mas só o corrigiu agora, passados 28 dias.
Se foi aconselhado a agir assim pelos advogados é
algo que não elide a falta de espontaneidade que, de fato, está contida num
pedido de desculpas sinceras.
Aliás, é evidente que os advogados da empresa
entraram no circuito, porque orientaram a dar uma chamada de primeira página do
tamanho prudente para que não fosse obrigado a fazer o desmentido com o mesmo
escandaloso destaque que deu à mentira.
Os 28 dias do ciclo de arrependimento do jornal e
do jornalista mostram-lhes a insinceridade.
São lágrimas de crocodilo, nada mais.
Aliás, para O
Globo publicar a
verdade, em relação a Lula, só obrigado ou na iminência de ser obrigado pela
Justiça.
Por Fernando
Brito
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