segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Ainda aturdido com a barbárie terrorista na França? Dê uma olhada e veja as “razões”. Se é que algo assim seja justificável


A mídia ocidental sempre demonizou os movimentos de resistência e defesa no Oriente Médio como uma forma de justificar o domínio, a opressão e as guerras de conquista e destruição de governos locais que não ‘topam cooperar’. 

Um cenário que não é novo, uma verdadeira província neocolonialista dos EUA e seus aliados europeus no domínio do petróleo da região.

Basta conversar com qualquer pessoa nestes dias ainda sob o efeito dos ataques a Paris, inclusive muitos que se têm em alta conta como bem informados e conscientes, para perceber como trabalho da mídia foi bem feito. É quase unânime a condenação, não só dos terroristas, mas de todo povo da região, tachados literalmente como bárbaros e verdadeiros demônios. 

É o típico argumento de um subproduto de um JN, por exemplo, criado criteriosamente para ser um imbecil, que flana nas filigranas dos fatos e da notícia como um verdadeiro Homer Simpson, como bem disse o seu apresentador mor, por pura incapacidade de apreender a verdadeira natureza dos fatos e da notícia. 

Se quiser conferir a perola do dito cujo, aqui.

"Os provocadores do atentado em paris
Hoje, o mundo inteiro está chocado com as notícias do atentado terrorista em Paris.

A origem do problema que resultou no trágico atentado em Paris ontem à noite, e que já vinha causando o tsunami de refugiados invadindo a Europa, é a errada política externa dos EUA no Oriente Médio.  


A França e outros aliados europeus se submeteram aos desígnios norte-americanos e também atacaram, eufórica e orgulhosamente, países árabes. Mas tudo tem seu preço.  


Simplificando e resumindo, o Iraque, a Líbia, a Síria foram atacados e arrasados, segundo a imprensa ocidental, por razões humanitárias, “porque eram governados por ditadores sanguinários”, e precisavam de “democracia e liberdade”. Desculpa rasteira, que somente engana os trouxas. Saddam Hussein, Kaddafi e Assad não eram mais ditadores e sanguinários do que os ditadores dos intocáveis regimes da Arábia Saudita e do Qatar, estreitos aliados dos Estados Unidos.  


O Iraque, na realidade, foi vítima por possuir muito petróleo, assim como a Líbia e a Síria. Agravando isso, Saddam Hussein e Kaddafi caíram na desgraça porque ameaçaram negociar suas exportações em outras moedas, saindo do petrodólar. Isso seria pecado gravíssimo para os reis do mundo, os poucos e grandes banqueiros e rentistas que hoje governam todos os países. A Síria, particularmente, além de tudo, precisa ter seu governo substituído para cancelar a autorização de as forças navais russas terem uma base em seu litoral no Mar Mediterrâneo. 


Para a Arábia Saudita e o Qatar, os “bons rebeldes” sírios foram armados, treinados e municiados para derrubar Assad, para assim se conseguir a até hoje negada autorização para a construção do oleoduto que escoará o petróleo saudita e do Qatar para o Mediterrâneo. Em sua maioria, esses “terroristas do bem” fugiram com as armas e aderiram ao Estado Islâmico.


Por tudo isso, a França, submissa e alegremente, para agradar seu idolatrado patrão norte-americano, bombardeou a Líbia, a Síria, com seus lindos e ruidosos Rafales. Agora, vem a conta.


Antes, tudo isso estava razoavelmente controlado. No Iraque, sunitas e xiitas conviviam nos mesmos quarteirões, as crianças frequentavam as mesmas escolas. A Líbia ostentava altos índices de IDH. Porém, os mortíferos ataques dos EUA e aliados destruíram tudo e tiraram as tampas das panelas de pressão e tudo saiu do controle. Chegou ao ponto da tragédia de ontem à noite.


O artigo abaixo, de Vicenç Navarro, professor de ciências políticas e de políticas públicas da “Universidade Pompeu Fabra” (Espanha), e da “The Johns Hopkins University” (EUA) foi escrito há algumas semanas e então postado neste blog. Ele se refere apenas aos refugiados. Mas suas causas também são as mesmas do atentado em Paris]: 

FRANÇA ANUNCIA GUERRA CONTRA O ESTADO ISLÂMICO

“Na manhã deste sábado, o presidente francês François Hollande falou à população e classificou os atentados terroristas de ontem, que deixaram mais de uma centena de mortos em Paris, como um “ato de guerra” cometido por um “exército terrorista”, fazendo referência ao Estado Islâmico. Hollande decretou três dias de luto e convocou o parlamento para uma sessão extraordinária. A França, que já [bombardeou a Líbia e] vinha [armando e municiando “rebeldes do bem” (sic) e] bombardeando a Síria, deve anunciar fortes reações no campo militar. A grande complexidade da questão é que o Estado Islâmico não possui um estado a ser atacado – é uma força paramilitar que foi alimentada pelo Ocidente para derrubar o regime de Bashar al-Assad e que, agora, se volta contra o próprio Ocidente. A guerra civil na Síria já matou 250 mil pessoas e deslocou 11 milhões de pessoas, levando 800 mil refugiados à Europa. (No Brasil 247 )


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