Nada como uma mídia
amiga em tempos bicudos, quando as nossas mazelas veem à tona, e põe mazela
nisso! Só que no caso, quem vacilou foi o leitor e eleitor, já que a noticia saiu
na ‘amiga’ de sempre, a velha Folha de São
Paulo.
Não é de estranhar. É uma
forma de a Folha posar de jornal independente,
sério, pois ela sabe que a turma do voto destes caras não é lá muito chegada à informação
mais elementar, daí a pensar que ela
iria dar uma olhada na Folha: é ruim em! Como se diz, no vulgo.
ELEIÇÕES 2012
Justiça barra 317 candidatos a
prefeito que têm ficha suja
PSDB reúne o maior número de
políticos afetados pelas decisões dos TREs.
Eleição deste ano marca entrada em vigor da Lei da
Ficha Limpa; candidatos ainda podem recorrer ao TSE.
Os TREs (Tribunais Regionais Eleitorais) barraram
até agora a candidatura a prefeito de 317 políticos com base na Lei da Ficha
Limpa, mostra levantamento da Folha nos
26 Estados do país.
O número deve aumentar, já que em 16 tribunais
ainda há casos a serem julgados. Entre os fichas-sujas, 53 estão no Estado de
São Paulo.
Na divisão por partido, o PSDB é o que possui a
maior “bancada” de barrados, com 56 candidatos, o equivalente a 3,5% dos
tucanos que disputam uma prefeitura. O PMDB vem logo atrás (49). O PT aparece
na oitava posição, com 18; 1% do total de seus postulantes a prefeito.
Todos os candidatos barrados pelos tribunais
regionais podem recorrer ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A presidente do
tribunal, Cármen Lúcia, já disse que não será possível julgar todos os casos
antes das eleições, mas sim até o final do ano, antes da diplomação dos eleitos.
Os nomes barrados pelos TREs irão aparecer nas
urnas eletrônicas, mas todos os seus votos serão considerados sub judice até
uma eventual decisão no TSE.
Exemplo: se o ficha-suja tiver mais votos, mas seu
recurso for rejeitado, assume o segundo colocado na eleição.
Entre os barrados, destacam-se o ex-presidente da
Câmara dos Deputados Severino Cavalcanti (PP-PE) e a ex-governadora Rosinha
Garotinho (PR-RJ).
Severino tenta se reeleger prefeito de João Alfredo
(PE) e foi enquadrado na lei por ter renunciado ao mandato de deputado federal,
em 2005, sob a acusação de ter recebido propina de um concessionário da Câmara.
Já Rosinha Matheus, atual prefeita de Campos (RJ),
teve o registro negado sob a acusação de abuso de poder econômico e uso
indevido de meios de comunicação durante as eleições de 2008.
A maioria dos barrados foi enquadrada no item da
Lei da Ficha Limpa o que torna inelegível aqueles que tiveram contas públicas
rejeitadas por tribunais de contas.
De iniciativa popular, a lei foi sancionada em 2010,
mas só passa a valer na eleição deste ano. A lei ampliou o número de casos em
que um candidato fica inelegível –cassados – condenados criminalmente por
colegiado ou que renunciaram ao cargo para evitar a cassação.
“A lei anterior era permissiva demais”, disse
Márlon Reis, juiz eleitoral e um dos autores da minuta da Ficha Limpa. Para
André de Carvalho Ramos, procurador regional eleitoral de São Paulo, os
próprios partidos vão evitar lançar fichas-sujas. (08/09/2012, na Folha)
Por Maria Frô
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