segunda-feira, 17 de agosto de 2015

O que o Alckmin ‘deu’ ao PCC em acordo selado entre os dois? Com o aval de seu voto, diga-se de passagem


Você eleitor alkminsta e psdbista não tem nem ‘um pingo’ de curiosidade? Acha mais do que normal um governador de um Estado como São Paulo, ou mesmo outra autoridade constituída, fazer um acordo velado com uma organização criminosa?

Claro que a mídia associada faz ouvidos moucos e boca de siri para honrar os dividendos que recebe por sua associação com o psdb, mas, você tem certeza que confia mesmo em coisas assim, ou governos que partem para ‘coisas assim’ em vez de fazer sua obrigação que é ‘destruir’ um poder paralelo no Estado que está sob sua responsabilidade administrativa?

Quem sabe qual a origem da “ordem” para dar um “trato na segurança” com chacinas programadas, que o “acordado” vem executando?

Pense! Talvez seja a hora de repensar, e cuidar, melhor do seu voto.

      O que o PCC ganhou no acordo com o governo paulista em 2006?

Na época, a facção realizou vários ataques, especialmente a postos da Polícia Militar, de maneira coordenada. Eles foram interrompidos após uma reunião no presídio de Presidente Bernardes, no interior do estado.

De acordo com o Estadão, a solução foi encaminhada pela advogada Iracema Vasciaveo, então presidente da ONG Nova Ordem, que defendia os direitos dos presos e representava o PCC.

Iracema esteve com Marcola, o líder. O substituto de Geraldo, Claudio Lembo, deu aval para o encontro, bem como os secretários da Segurança Pública e da Administração Penitenciária — Saulo de Castro Abreu Filho e Nagashi Furukawa, respectivamente.

A história foi revelada pelo delegado José Luiz Ramos Cavalcanti, que depunha  num processo contra advogadas supostamente ligadas ao crime organizado. “Eu apenas autorizei a viagem. O que aconteceu lá dentro, não tenho detalhes”, afirma Lembo.

O diabo está nos detalhes. Em tese, garantiu-se a rendição dos criminosos, desde que se assegurasse a integridade física deles. Os atentados cessaram, subitamente, e o poder do PCC só fez crescer. Geraldo sempre negou qualquer tipo de acordo, mas o fato é que a relação com o Primeiro Comando da Capital só se tornou mais confusa, para usar um eufemismo, com o passar do tempo.

O deputado Conte Lopes, ex-delegado, declarou, certa vez, que “essa facção criminosa é cria do PSDB”. O PCC nasceu em 1993 na Cadeia Pública de Taubaté e sua relação com o governo paulista é recheada de episódios assombrosamente estranhos.

Em 2010, Alckmin pediu votos para um candidato a deputado estadual do PSC chamado Claudiney Alves dos Santos, conhecido como Ney Santos.

Pouco depois, Santos foi preso, acusado de adulteração de combustível, enriquecimento ilícito, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e formação de quadrilha. Era também investigado por envolvimento com o PCC. Em seu nome, possuía um patrimônio de 50 milhões de reais, incluindo uma Ferrari e um Porsche.

Ok. Alckmin muito provavelmente não sabia do passado, do presente e do futuro de Santos. Mas nem sua equipe?

Em 2012, um inquérito sobre o envolvimento de PMs com o PCC foi arquivado. Um ano depois, aconteceu outro episódio de ampla repercussão, em que o governador saiu-se como herói na luta contra os bandidos.

Ele teria sido ameaçado de morte, segundo um recado interceptado. “Os bandidos dizem que as coisas ficaram mais difíceis para eles, pois eu quero dizer que vai ficar muito mais difícil”, disse GA, triunfal, em Mirassol. “Nós não vamos nos intimidar. É nosso dever zelar pelo interesse público.”

Não contavam com a astúcia do ex-secretário Antônio Ferreira Pinto, que revelou que a escuta dos membros do PCC circulava desde 2011.

“Esse fato não tinha credibilidade nenhuma. A informação é importante desde que você analise e veja se ela tem ou não consistência. Essas gravações não tinham. Tanto que o promotor passou ao largo delas”, falou.

“Aí vem o governo e diz: ‘Não vou me intimidar’. Ele está aproveitando para colher dividendos políticos”. De novo: Geraldo, muito possivelmente, não tinha ideia de que as tais ameaças tinham dois anos de idade e nunca foram levadas a sério.

No início de 2014, outro evento inacreditável. Um relatório vazado do Ministério Público dava conta de um esquema para tirar Marcola e outros três chefões da penitenciária de Presidente Venceslau.

O plano estaria sendo arquitetado há oito meses. Os homens já tinham serrado as grades das janelas de suas celas, colocando-as de volta em seguida, devidamente pintadas. Eles sairiam dali para uma área do presídio sem cobertura de cabos de aço, de onde seriam içados por um helicóptero com adesivos da Polícia Militar.

O “vazamento” do documento criou situações surreais. Policiais ficaram de tocaia aguardando os meliantes. Jornalistas correram para lá. No Jornal Nacional, um repórter perguntava, sussurrando, a um franco atirador como funcionava a arma dele. Diante da falta de ação, era o jeito.

Claro que não aconteceu nada. Alckmin, no entanto, estava pronto para faturar. Na Jovem Pan, elogiou “o empenho da polícia de São Paulo, 24 horas, permanentemente, contra qualquer tipo de organização criminosa, tenha a sigla que tiver. São Paulo não retroage, não se intimida”. Para ele, “lamentavelmente, isso acabou vazando.”

Nomeado em janeiro, o secretário de segurança pública Alexandre Moraes é advogado em ao menos 123 processos de uma cooperativa denominada Transcooper, citada em investigações que apuram lavagem de dinheiro do PCC. Em nota, avisou que “renunciou a todos os processos que atuava como um dos sócios do escritório de advocacia”.

O PCC, hoje, controla áreas inteiras da cidade, as cadeias, tem ligação com escolas de samba e mantém bases no Paraguai e na Bolívia. Um fenômeno.

Naquele ano de 2006, Geraldo deu uma entrevista a uma rede de televisão australiana. A jornalista quis saber sobre os “grupos de extermínio” e sobre as ações da facção. Irritado, ele se levantou da cadeira e encerrou o papo.

“Esse é um problema do governo estadual. Você deveria ir falar com eles. Tchau, tchau. Bye, bye”, diz. “Se eu soubesse que era sobre isso, não tinha entrevista. Não faz o menor sentido”. A entrevistadora ainda tentou, inutilmente, um apelo: “Alguém precisa falar sobre isso”.

O que o PCC levou, de fato, no tal acordo permanece uma incógnita. Geraldo Alckmin, ao menos, vem levando excelentes dividendos políticos com um pacto cujo preço é pago por seus eleitores. (por: Kiko Nogueira)

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