Cenas de um domingo festivo
da família cristã brasileira: “Putinha do Lula, putinha do Lula!”.
Protestos
registram agressões a quem veste camiseta vermelha
A polarização que se estende desde as
eleições do ano passado foi evidente em alguns dos protestos contra o Governo
deste domingo, com cenas de agressividade que destoam do tom pacífico que os
organizadores procuraram manter.
Algumas cidades registraram casos
isolados de violência contra pessoas que vestiam vermelho, numa cena típica das
perigosas brigas de torcidas de futebol.
Em Curitiba, um casal foi agredido
porque vestia camisetas vermelhas, o que provocou a ira dos manifestantes
anti-Dilma, que se caracterizaram por vestir roupas verde e amarela.
A camiseta do rapaz, que tinha uma
imagem de Che Guevara estampada, foi arrancada do seu corpo e, depois,
incendiada. O rapaz tomou socos e chutes dos presentes. Ambos ficaram feridos e
tiveram de ser escoltados pela polícia.
Enquanto isso, no Rio de Janeiro, seis
policiais tiveram que escoltar um senhor vestindo vermelho até um táxi, após uma
multidão tentar agredi-lo, lhe desejar a morte e encurralá-lo, aos gritos de
“filho da puta”, informa Maria Martín.
Em Londrina, no Paraná, um estudante da
Universidade Estadual de Londrina também teve de ser escoltado pela polícia
quando tentava passar por uma calçada de camiseta vermelha.
Estabelecer uma conversa com uma
multidão decidida a gritar conjuntamente por ideias polêmicas também se mostrou
infrutífero para Paolo, um senhor que caminhava na Avenida Paulista. Ao ouvir
um grupo de manifestantes fazendo críticas a feministas, ele tentou argumentar
com alguns deles que a inquisição havia matado muitas mulheres.
Seu comentário foi logo rebatido com
gritos e provocações. “Mamadeira do PT”, gritava um manifestante, enquanto
Paolo falava. “Viva a direita! Os conservadores vão dominar o Brasil!” e “Viva
Bolsonaro” repetiam outros. O embate se transformou num princípio de tumulto,
aos gritos de “Vai pra Cuba” e “fora comunista”, que chamou a atenção dos
jornalistas presentes, que começaram a filmar a cena. “Enfia a câmera no cu”,
gritou um rapaz mais exaltado para o grupo da imprensa.
A reportagem do EL PAÍS questionou a
ordem e imediatamente começou a ser hostilizada. “Onde você pensa que está?”,
gritou um homem à repórter. “Eu sei o que vocês escrevem. Vocês distorcem os
fatos”, dizia outro manifestante com uma camiseta escrito “fora Dilma”. Ao se
distanciar da reportagem, gritou “sua feminazi”, uma junção de feminista com
nazista.
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