Agora está, mais ou menos,
explicado o fenômeno inusitado de o Alckmin/psdb já estar em seu quatro
mandato como governador de São Paulo.
Pesquisa da USP e Unifesp com paulistas depois da manifestação em 12 de abril –
que você confere abaixo – deixa mais claro tudo isso.
Em nome da democracia e
da liberdade de expressão, um atributo e/ou direito inalienável nos regimes
democráticos, temos que compreender tudo isso.
Entretanto, não há como
não alinhavar alguns comentários e reflexões sobre tamanha preferência ou “namoro”
com o que existe de mais à direita da “direita” no espectro político, o velho e
retrógrado nazi-fascismo.
É que, não há como não considerar
que aquilo que alimenta tanto ranço direitista, no caso, seja uma baita ignorância
e/ou falta de informação e outras ‘filigranas comportamentais’, ou melhor
dizendo, ‘imbecilidade’.
É a típica posição ou postura
que costuma se alimentar de mitos, clichês, frases feitas (sabe-se lá por quem),
chutes e afirmações que rolam por ai’, sem qualquer embasamento teórico, nos
fatos ou na realidade cotidiana do país e do mundo contemporâneo.
É a perfeita confissão da
mais trivial ignorância, mancomunada com um monte de preconceitos rasteiros. A velha
e ‘pouco estudada’ ou compreendida, imbecilidade.
Obs.
A pesquisa foi feita após as manifestações de 12 de abril na Av. Paulista - SP
"Breviário do perfeito midiota
"Em pesquisa feita com os manifestantes do dia 12 de abril, o mais
alto grau de credibilidade é dado à apresentadora do SBT Raquel Sheherazade,
considerada entre os comentaristas políticos: 49,40% disseram “confiar muito”
nela, seguindo-se o colunista Reinaldo Azevedo (39,60% dizem confiar muito
nele)”.
Pesquisa mostra o grau de sofisticação intelectual dos que protestam e querem o impeachment de Dilma Roussef
A
base que os defensores do impeachment da presidente Dilma Rousseff chamam de
“apoio popular” é formada por cidadãos de perfil extremamente conservador,
propensos a acreditar em mitos urbanos e com baixo grau de cultura política.
Sob orientação do filósofo Pablo Ortellado, da USP, e da socióloga Esther
Solano, da Unifesp, dezenas de pesquisadores organizados pelo núcleo de debates
Matilha Cultural, de São Paulo, entrevistaram 571 participantes da manifestação
de domingo (12/4), em toda a extensão da Avenida Paulista. O resultado é
estarrecedor. E esclarecedor.
Por exemplo, 71,30% acreditam que Fábio Luís Lula da Silva, um dos filhos
do ex-presidente Lula, é sócio da gigante de alimentos Friboi; 64,10% acham que
o Partido dos Trabalhadores pretende implantar uma ditadura comunista no
Brasil; 70,90% entendem que a política de cotas nas universidades gera mais
racismo; 53,20% juram que a facção criminosa PCC é um braço armado do Partido
dos Trabalhadores; 60,40% acham que o programa bolsa-família “só financia
preguiçoso”; 42,60% acreditam que o PT trouxe 50 mil haitianos para votar em
Dilma Rousseff nas últimas eleições; 55,90% dizem que o Foro de São Paulo quer
criar uma ditadura bolivariana no Brasil e 85,30% acham que os desvios da
Petrobras são o maior caso de corrupção da história do Brasil.
A
lista das perguntas permite traçar um perfil muito claro da matriz dos
protestos, como preferências partidárias, confiança na imprensa, em partidos
e entidades civis e, principalmente, adesão a teses improváveis que, no
entanto, são muito populares nas redes sociais digitais. O resultado mostra,
por exemplo, que a maioria (57,80%) confia pouco ou simplesmente não confia
(20,80%) na imprensa. No entanto, o mais alto grau de credibilidade é
dado à apresentadora do SBT Raquel Sheherazade, considerada entre os
comentaristas políticos: 49,40% disseram “confiar muito” nela, seguindo-se o
colunista Reinaldo Azevedo (39,60% dizem confiar muito nele).
A
maioria (56,20%) declarou usar como principal fonte de informação política os
sites da mídia tradicional (jornais, TVs, etc.), vindo em seguida o Facebook
(47,30%). No campo da imprensa propriamente dita, o veículo em que os
manifestantes declaram ter mais confiança é a revista Veja (51,80% confiam
muito); entre os jornais, destaca-se O Estado de S. Paulo (40,20%).
Rejeição à política
Foram
entrevistados apenas manifestantes com idades acima de 16 anos, ou seja,
cidadãos aptos a votar. O perfil médio corresponde ao que foi identificado pelo
Datafolha (ver aqui): na maioria (52,70%) homens, brancos (77,40%), com
educação superior completa (68,50%), idade acima de 45 anos e classes de renda
A e B. Apesar de uma tendência a afirmar que não confiam em políticos, a
maioria declarou considerar, como lideranças mais confiáveis, pela ordem, o
senador Aécio Neves, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o PSDB, o
governador Geraldo Alckmin, vindo em seguida a ex-ministra Marina Silva e o
deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ); José Serra (PSDB-SP) perde para Ronaldo
Caiado.
Nada
menos do que 73,20% dizem não confiar nos partidos políticos em geral, contra
apenas 1,10% que confiam muito e 25,20% que confiam pouco.
Os
maiores índices de rejeição vão, evidentemente, para o PT (96% não confiam),
seguindo-se o PMDB (81,80% não confiam). A presidente Dilma Rousseff (com
96,70%), seguida do ex-presidente Lula da Silva (95,30%) são os políticos em
que os manifestantes menos confiam, seguidos pelo prefeito petista de São
Paulo, Fernando Haddad (87,60%). O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo
Cunha (PMDB-RJ), conta também com alto grau de rejeição (73,40% não confiam
nele).
Os
números da pesquisa (ver aqui)
permitem fazer uma análise bastante clara do recorte da população que saiu às
ruas na última manifestação de protesto contra o governo federal. Os participantes
são, majoritariamente, eleitores do PSDB, de uma extração específica da
população paulista formada por indivíduos de renda mais alta, brancos, com
baixa educação política a despeito da alta escolaridade, muito influenciados
por jornalistas comprometidos com a agenda da oposição e propensos a acreditar
em rematadas bobagens que proliferam nas redes sociais.
A
“base popular” que o senador Aécio Neves apresenta como fonte de legitimidade
para seu projeto de impeachment da presidente da República é a fração mais
reacionária de seu próprio eleitorado, primor de analfabetismo político. A
maioria se encaixa exatamente na definição do perfeito midiota.
Passarão?
Por Luciano Martins Costa
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