quarta-feira, 22 de julho de 2015

Acredite se quiser! Deputado sugere aborto de bebês com “tendências à criminalidade”


A internet veio mesmo para ficar. Embora, como tudo o mais, tenha as duas faces que é um princípio que norteia a vida, é a capacidade e consciência para optar entre elas que define o presente continuo e o futuro.

Sem ela dificilmente as entranhas dos poderes – Legislativo, Executivo e Judiciário – e de outras instâncias publicas ficariam tão expostas – para quem quer ver, diga-se de passagem.

Logo, um cara assim, com uma cabeça deste tipo, e o que é mais grave, foi eleito e, provavelmente, é sustentado em seus devaneios alucinados por seus eleitores, se é que a maioria deles tenha qualquer ideia do que o dito cujo anda fazendo em seu nome, fica, mesmo que involuntariamente, exposto à opinião pública.

Mas, é assim que funciona a democracia, de fato. Alucinado ou não ele tem, em princípio, o direito de defender ideias estapafúrdias como esta. O diferencial são os outros, que igualmente representam outros setores da sociedade, para relativizar os devaneios, delírios e excessos de alguns.

    "Um dia, chegaremos a um estágio em que será possível determinar se um bebê, ainda no útero, tem tendências à criminalidade, e se sim, a mãe não terá permissão para dar à luz”. Essa afirmação foi feita pelo deputado federal Laerte Bessa (PR-DF) em matéria publicada pelo jornal inglês The Guardian. O parlamentar é relator da PEC 171/93, que reduz a maioridade penal. Na mesma reportagem, Bessa deixou bem evidentes suas pretensões de não se contentar com a redução de 18 para 16 anos: “Em vinte anos, reduziremos para 14, depois para 12″, disse.

Relator da redução da maioridade penal sugere aborto de bebês com “tendências à criminalidade” no futuro
“Um dia, chegaremos a um estágio em que será possível determinar se um bebê, ainda no útero, tem tendências à criminalidade, e se sim, a mãe não terá permissão para dar à luz”, disse Laerte Bessa (PR-DF) a jornal inglês.
“Um dia, chegaremos a um estágio em que será possível determinar se um bebê, ainda no útero, tem tendências à criminalidade, e se sim, a mãe não terá permissão para dar à luz”. Essa afirmação foi feita pelo deputado federal Laerte Bessa (PR-DF) em matéria publicada pelo jornal inglês The Guardian no dia 29 de junho. O parlamentar é relator da PEC 171/93, que reduz a maioridade penal.

Na mesma reportagem, Bessa deixou bem evidentes suas pretensões de não se contentar com a redução de 18 para 16 anos em casos de crimes hediondos (estupro, sequestro, latrocínio, homicídio qualificado e outros), homicídio doloso e lesão corporal seguida de morte, como ocorreu no último dia 2. “Em vinte anos, reduziremos para 14, depois para 12″, disse. Para ele, a proposta, aprovada em primeiro turno na Câmara após manobra do presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ), “é uma boa lei que acabará com o senso de impunidade em nosso país.”

O texto do The Guardian destaca falas do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, sobre o “terrível” sistema prisional brasileiro e ressalta que nossa população carcerária é a quarta do mundo, perdendo apenas para os EUA, China e Rússia. Também sublinha que a elevação do nível de encarceramento tem a ver com o aumento de prisões por tráfico de drogas, exemplificando com o caso do homem enquadrado como traficante por portar 0,02g de maconha.


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