Eu
encerei há já algum tempo a ‘assinatura’ de um site seu, depois que ela entrou
em uma rota nova que não tinha nada a ver com a Marta de sempre, e que me
fizera assinar um histórico-relatório de sua trajetória política, no PT,
diga-se de passagem.
Agora,
pelo visto, ela “virou de vez” e entrou em uma trilha que, quem curtiu ou
gostou dela no passado só tem a lamentar. Pelo visto é uma trilha ou caminho
sem volta, inclusive aos seus velhos tempos de referência.
"O grave erro de Marta Suplicy
A senadora e ex-prefeita de São Paulo, Marta
Suplicy, anunciou hoje sua saída do PT. Depois de 33 anos, o fim da relação não
foi dos mais amigáveis. Marta deixa a legenda fazendo barulho e criando caso.
Bem ao estilo Marta, o que não significa que ela não mudou muito nos últimos
tempos.
O mandato de Marta como deputada federal foi muito bom. Ela era um pouco o Jean Willys da época, assumia temas polêmicos e com competência conseguia levar vários debates no Congresso.
Como prefeita, Marta tentou um discurso belezura, mas terminou fazendo o melhor governo que a cidade teve para a periferia. E até por isso ainda hoje é querida nos bairros mais pobres de São Paulo.
Na disputa com Kassab, ela já mostrou que sua sede por poder podia passar dos limites. E veio a famosa frase: “é casado, tem filho?”.
Depois, Marta se elege para o Senado, numa disputa difícil e onde evitava o candidato a governador de sua chapa, o atual ministro Aloysio Mercadante.
Antes tinha sido uma discreta ministra do Turismo e depois foi uma medíocre ministra da Cultura. Aliás, no ministério da Cultura, por exemplo, Marta reservava tempo e dinheiro para a indústria da moda e detonava os Pontos de Cultura.
O mandato de Marta como deputada federal foi muito bom. Ela era um pouco o Jean Willys da época, assumia temas polêmicos e com competência conseguia levar vários debates no Congresso.
Como prefeita, Marta tentou um discurso belezura, mas terminou fazendo o melhor governo que a cidade teve para a periferia. E até por isso ainda hoje é querida nos bairros mais pobres de São Paulo.
Na disputa com Kassab, ela já mostrou que sua sede por poder podia passar dos limites. E veio a famosa frase: “é casado, tem filho?”.
Depois, Marta se elege para o Senado, numa disputa difícil e onde evitava o candidato a governador de sua chapa, o atual ministro Aloysio Mercadante.
Antes tinha sido uma discreta ministra do Turismo e depois foi uma medíocre ministra da Cultura. Aliás, no ministério da Cultura, por exemplo, Marta reservava tempo e dinheiro para a indústria da moda e detonava os Pontos de Cultura.
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Tratava-os como algo ilegal, um esquema. Fez exatamente o inverso da
sua gestão na prefeitura, deixou à míngua a cultura de periferia e colocou
recursos apenas nos espaços de elite.
Ao fim e ao cabo, na eleição passada, se o seu voto tivesse sido filmado como o do senador José Sarney, talvez hoje ela não pudesse fazer um discurso tão de decepcionada.
Marta tem todo o direito de sair do PT. E o PT também tem o direito de pedir seu mandato de volta. Mas isso não significa que o divórcio precise ser tão ruidoso.
Mas ele está sendo assim barulhento porque Marta quer mostrar que mudou. E não porque ela quer denunciar que o PT deixou de ser o que era.
Marta não sai do PT pela esquerda. Sai com um discurso 15 de março, com uma crítica pouco estrutural e exageradamente blasé. Com um discurso de eu sou brasileira e nunca desisto, odeio a corrupção, mas não discuto sonegação.
E a partir da revista que tanto a esculhambou, sai buscando o diálogo com a elite paulistana que nunca lhe deu votos. E com quem tanto brigou como prefeita, deputada e mulher pública.
Isso não costuma dar certo.
Marta tende a ficar sem os votos daqueles que nunca confiaram nela e ao mesmo tempo pode ficar sem sua história, porque está preferindo recontá-la.
Num momento tão bonito e significativo da sua vida, fazer isso é algo muito arriscado. E só faz sentido se tudo que se viveu de verdade não valeu a pena. Se o PT mudou e ela quer pular fora do barco, nada mais justo. Mas ir por outro lado do rio é outra história.
Ao fim e ao cabo, na eleição passada, se o seu voto tivesse sido filmado como o do senador José Sarney, talvez hoje ela não pudesse fazer um discurso tão de decepcionada.
Marta tem todo o direito de sair do PT. E o PT também tem o direito de pedir seu mandato de volta. Mas isso não significa que o divórcio precise ser tão ruidoso.
Mas ele está sendo assim barulhento porque Marta quer mostrar que mudou. E não porque ela quer denunciar que o PT deixou de ser o que era.
Marta não sai do PT pela esquerda. Sai com um discurso 15 de março, com uma crítica pouco estrutural e exageradamente blasé. Com um discurso de eu sou brasileira e nunca desisto, odeio a corrupção, mas não discuto sonegação.
E a partir da revista que tanto a esculhambou, sai buscando o diálogo com a elite paulistana que nunca lhe deu votos. E com quem tanto brigou como prefeita, deputada e mulher pública.
Isso não costuma dar certo.
Marta tende a ficar sem os votos daqueles que nunca confiaram nela e ao mesmo tempo pode ficar sem sua história, porque está preferindo recontá-la.
Num momento tão bonito e significativo da sua vida, fazer isso é algo muito arriscado. E só faz sentido se tudo que se viveu de verdade não valeu a pena. Se o PT mudou e ela quer pular fora do barco, nada mais justo. Mas ir por outro lado do rio é outra história.
Por Renato Rovai, em seu blog
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