domingo, 25 de janeiro de 2015

A expectativa pelo “saco de bondades” do novo governo Dilma.

Com uma mídia jogando pesado – aliás, como sempre –, sobretudo depois de “sua” fragorosa derrota nas últimas eleições com os aliados conhecidos, a expectativa é  pela revelação pela presidente Dilma das medidas para enfrentar pontos cruciais que precisam ser colocados na ordem do dia, no sentido de remover certo entulho que teima em marcar presença no cotidiano do brasileiro, alguns dos quais muito caros a setores retrógrados que têm prevalecido até então, medidas estas que podem fazer a diferença entre o país que se submete a certos grupos e um país a serviço da grande maioria do povo brasileiro.

    "Depois do saco de maldades, falta um plano de governo

A campanha eleitoral trouxe um ensinamento para a presidente Dilma Rousseff: a função de um presidente da República é eminentemente política, e não a de gerente.

Por política, não se entenda uma função que despreze a gestão, pelo contrário. Cabe à presidente definir o rumo, o papel de cada Ministério, viabilizar politicamente as alianças e mobilizar o país na direção apontada.

Mas fazer política não é apenas montar um Ministério pensando na maioria parlamentar: é apontar o futuro, desenhar o sonho, acender as expectativas. Só se mobilizar com ideias claras e propostas fundamentais para a construção do futuro.

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No seu primeiro mês de governo, Dilma Rousseff liberou o Ministro da Fazenda Joaquim Levy para abrir seu saco de maldades. Ensina-se nos manuais políticos que a maldade faz-se de uma vez.

Agora, aguarda-se que desenhe o futuro.

A presidente tem se reunido com seus Ministros, passando orientações, não se sabe quais porque continua vigorando a lei do silêncio no Palácio.

Até agora não indicou os presidentes de bancos públicos, não definiu as prioridades, a não ser um slogan para educação. Mas certamente está se preparando para a agenda positiva a ser anunciada em breve.

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Nos últimos anos a sociedade brasileira alcançou uma dinâmica nova, com novos incluídos, nova escala das empresas – e dos problemas também. Mas há problemas que permanecem rondando o futuro, como ectoplasmas que não conseguem ser exorcizados.

São desafios que dependem de vontade política, capacidade de mobilizar a opinião pública, de montar pactos com a sociedade civil, de movimentos sociais a empresários.

Alguns desses fantasmas:
- A burocracia pública. Nos próximos meses deverá ser definitivamente implantado o módulo gerencial do SIAFI, um trabalho monumental de Nelson Machado, projeto que vinha se arrastando desde a gestão Bresser Pereira. Com novas ferramentas, as possibilidades da Internet, a própria presença do Ministro da Microempresa Guilherme Afif Domingos, será possível uma revisão nos processos internos do governo. 
- Essa é uma praga secular que mereceria a criação de um grupo de trabalho permanente para enfrentar o problema. 
- Modelos de participação social. O preço da maior inclusão social é abrir as possibilidades de participação social em todos os níveis: atraindo ONGs, movimentos sociais, sindicatos, entidades empresariais, novos movimentos que surgiram no bojo das manifestações de abril de 2013. 
- Reconhecimento definitivo dos direitos do consumidor e revigoramento das agências reguladoras. O episódio mais vergonhoso do primeiro governo Dilma foi a complacência da Anatel e do Ministério das Comunicações com os problemas da telefonia. 
- Reforma política. Inadiável. 
- Regulação econômica da mídia, acompanhando o que fazem todas as democracias ocidentais do planeta. Eliminando definitivamente a possibilidade de políticos serem donos de concessão e também a propriedade cruzada. 
- Redefinição clara das políticas industriais, de conteúdo nacional e de compras públicas à luz do ajuste fiscal e da crise da Petrobras. 
- Aprofundamento dos programas de inovação e de integração das universidades com as empresas
Por Luis Nassif
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