É uma expressão
popular que define quem perdeu e não se deu conta. Não percebeu que não tem
mais “escada” de onde pintava a parede. A “broxa” é um “pincel” feito com um
tipo de vegetação antes usado no interior do país. É o caso desse moço, que
além de tudo vive na ilusão de que todos os votos que recebeu “eram dele”,
quando vieram de uma “conjuntura eleitoral” atípica.
BRASÍLIA -
O líder do PT no Senado,
Humberto Costa (PE), fez duras críticas ao senador Aécio Neves (PSDB-MG),
candidato derrotado à Presidência da República, em discurso nesta
segunda-feira, ao comportamento do mineiro após as eleições, principalmente a
declarações feitas nesse fim de semana em programa de televisão. Costa chamou
Aécio de "quixotesco perdedor" e classificou como "infame ópera
bufa" sua afirmação, na entrevista, de que perdeu a eleição para uma
"organização criminosa" patrocinada pelo PT.
"É um caso
inusitado em que a derrota subiu à cabeça", afirmou o líder do PT, em
discurso na tribuna. Para ele, Aécio parece "não ter entendido que
perdeu", "não quer aceitar a derrota" e está "reduzindo sua
estatura política a cada declaração desastrada que dá".
Humberto Costa
afirmou que o ex-presidenciável "cria novas teorias contra a
legitimidade" da presidente Dilma Rousseff, chegando a acenar com
manifestações golpistas. Criticou, ainda, as acusações feitas por tucanos de
que a presidente está cometendo "estelionato eleitoral", por anunciar
medidas de ajuste. "Os tucanos perderam o discurso, ficaram sem
argumento", disse.
Para o petista, é
hora de Aécio assumir a derrota. "O quixotesco perdedor das eleições
continua lutando contra imaginários moinhos de vento", disse o petista,
lembrando que a eleição terminou há mais de um mês.
Em aparte, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) disse que o senador mineiro "passou todos os limites nessa entrevista", em programa da GloboNews. Informou que a direção nacional do PT decidiu interpelar judicialmente o ex-presidenciável, que, para ele, "age como meu perdedor".
Lindbergh disse que a entrevista é apenas mais um episódio, lembrando que o PSDB tem questionado a lisura do processo eleitoral. Citou pedidos de impeachment da presidente e manifestações em que grupos contrários ao governo defenderam intervenção militar e impeachment de Dilma.
Segundo ele, Aécio está tentando garantir espaço no partido, já que há outras lideranças tucanas que podem disputar a Presidência da República em 2018, como o governador Geraldo Alckmin (SP).
(Raquel Ulhôa | Valor)
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