A tão propalada irrelevância do dólar nas transações comerciais
em todo o mundo parece, à primeira vista, algo como uma sabotagem deliberada, gradual
e efetiva contra o poder e hegemonia dos EUA, quando isso seria uma mera
consequência, já que o objetivo principal dos países que estabelecem transações
comerciais com as próprias moedas tem como motivação prioritária uma estabilidade
cambial para não ficarem à mercê dos humores do mercado internacional controlado
pelos EUA via dólar, com os seus agentes de sempre, Banco Mundial e FMI, só que
este poder está com os dias contados, é só uma questão de tempo, e pelo visto
curto.
O BRICS, por exemplo, é uma bomba de efeito retardado, mas
certo, desta tendência, daí as tentativas dos EUA em melar o acordo. As eleições
deste ano no Brasil, com disputa tão acirrada, e até atípica, foi palco deste
cenário.
As transações comerciais do Brasil com os seus parceiros no
Mercosul, que vem privilegiando o uso de suas próprias moedas está neste
caminho.
"A aproximação
da Rússia e da China ameaça a prosperidade do dólar americano, consideram os
peritos. Durante a recente visita a Moscou de Li Keqiang, chefe do Conselho de
Estado da China, as partes confirmaram o desejo mútuo de aumentar ao máximo as
contas em rublos e yuans. Os peritos sublinham que semelhante tendência pode
acabar por derrubar o domínio econômico dos EUA.
Em maio, a Gazprom e CNPC assinaram um contrato,
válido por 30 anos, de fornecimento de gás à China no valor total de 400
bilhões de dólares. Os primeiros pagamentos segundo este contrato serão
realizados em yuans. Por isso, o Banco Central da Rússia abriu uma linha de troca
com o Banco Popular da China no valor de 150 bilhões de yuans (24,5 bilhões de
dólares) em três anos. Deste modo, pela primeira vez na história, um negócio
internacional no campo da energia foi realizado sem a participação do dólar,
mas em yuans.
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