Isso, também, ajuda
a explicar o clima de “revolta” que parece rolar não só no Congresso, mas,
também nas ruas, por certos setores da sociedade saídos sabe-se lá de onde, o que
nos comprova que em caso de eleição do Aécio, estas reformas urgentes e imprescindíveis
para a ratificação do processo democrático no país, a reforma eleitoral e da
mídia, seriam enterradas de vez. Logo, o desafio da Dilma é grande neste
momento, tendo que montar a base aliada possível para conseguir governar e levar
a termo estas reformas já inadiáveis.
.
Logo, você
militante ou não, considerando esse quadro já posto, deve cerrar fileiras para o
apoio à Dilma em todo lugar, nos relacionamentos, na escola, em casa e nas
redes sociais, é o nosso futuro e o futuro do Brasil que queremos livre, justo
e democrático que está em jogo.
sexta-feira, 7 de novembro de 2014
Financiadores e “donos” de parlamentares elegem maior bancada no Congresso para impedir fim de financiamento privado
.
"A primeira campanha com o fim das doações
ocultas expôs a força empresarial na eleição para deputados. Oito grupos
econômicos que irrigaram o caixa dos candidatos à Câmara dos Deputados com R$
162,6 milhões ajudaram a eleger bancadas maiores que as do PT e o PMDB, mostra
levantamento do Valor com colaboração do Valor Data.
Mais de 160
deputados eleitos receberam dinheiro da J&F, dona do frigorífico JBS, na
disputa por cadeiras no Congresso Nacional. O grupo empresarial enviou cerca de
R$ 57,6 milhões para financiar a disputa, se consolidando - com folga - como o
maior doador da nova Câmara, segundo declararam as campanhas ao Tribunal
Superior Eleitoral (TSE).
A reportagem é de Raphael
Di Cunto e Thiago Resende, publicada pelo jornal Valor, 07-11-2014.
A JBS, que também
figura como a maior doadora dos candidatos majoritários desta eleição, recebeu
bilionários empréstimos a juros subsidiados do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que é um dos acionistas da
companhia, dona da marca de carnes Friboi. A bancada financiada pela holding
J&F é maior que a soma dos deputados eleitos em outubro do PT (70) e do
PMDB (66), que se digladiam pela presidência da Câmara dos Deputados.
Para o juiz Marlon
Reis, membro do Comitê Nacional do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral,
com o envio de dinheiro para as campanhas de parlamentares, as empresas ficam
"blindadas" e "capazes de influir sobre as decisões" do
Legislativo. "Não há doações desinteressadas. São feitas com propósito de
assegurar vínculo robusto com os eleitos", diz. "Como nosso sistema é
baseado em doação empresarial, ter esses recursos significa ganhar a
eleição", afirma.
Embora figure como
maior financiadora da campanha dos deputados, a J&F não está sozinha entre
os grandes doadores. O grupo Odebrecht, que atua nos ramos de infraestrutura,
energia e agronegócio, distribuiu R$ 37,9 milhões e ajudou a eleger 141
deputados federais. Ainda elegeram mais deputados que o PT os bancos Bradesco e
Itaú Unibanco; as construtoras OAS e Queiroz Galvão; a Ambev, do ramo de
bebidas; e a Vale, que atua em mineração e energia.
As construtoras
Andrade Gutierrez, com R$ 10,8 milhões doados as campanhas de 67 deputados, e a
UTC, com R$ 5,5 milhões para 58 parlamentares eleitos, também ficariam a frente
dos maiores partidos, como o PSDB, que terá 54 deputados.
Esta é a primeira
eleição em que a influência dos grandes grupos econômicos na Câmara pode ser
identificada com mais clareza. Em abril, o TSE aprovou mudança nas regras para
tentar pôr um fim às doações ocultas.
Prática comum nas
últimas campanhas, essas doações ocorrem quando os partidos distribuem recursos
arrecadados junto a empresas para candidatos ou comitês sem identificar a
origem do dinheiro. A Justiça Eleitoral passou a exigir que os candidatos
identifiquem o doador originário, como empresas, ao prestarem contas.
Na opinião de Cláudio
Weber Abrão, do ONG Transparência Brasil, apesar de ainda ser cedo para
analisar com profundidade, é essa mudança na regra que fez aumentar o número de
beneficiários dos grandes doadores de campanhas em relação as eleições passadas.
Mas a prestação de contas mostra que, apesar da medida do TSE, as doações
ocultas ainda foram usadas. Pelo menos R$ 45 milhões doados aos deputados
eleitos não tiveram a origem identificada.
Para Marlon Reis,
as novas regras apenas deram clareza à grande quantidade de doações
empresariais a candidatos, mas, agora, "não é mais uma questão de
transparência, pois é preciso mudar as regras do jogo".
Após recolher cerca
de um milhão de assinaturas, a organização de combate à corrupção deve
apresentar uma projeto de lei de iniciativa popular ao Congresso para que
proibir doações empresariais para as campanhas.
A discussão sobre a
reforma política, puxada por promessa da presidente Dilma Rousseff e pelos
altos custos da campanha, é uma das prioridades da próxima legislatura do
Congresso. Ao todo, as campanhas dos deputados federais eleitos custaram R$
733,7 milhões em 2014.
Procurada, a J&F,
a Ambev e a Andrade Gutierrez informaram que as doações são feitas com base num
critério de representatividade dos partidos políticos e têm o objetivo de
colaborar com o debate democrático do país. Os recursos são enviados aos
partidos que, então, repassam aos parlamentares, ressaltaram esses grupos
empresariais.
Em nota, a Odebrecht
destacou que "promove suas doações dentro de uma visão democrática e em
respeito à legislação brasileira, sem adotar posição partidária nem
ideologia". O Bradesco e a Queiroz Galvão afirmaram que as doações feitas
atendem à legislação eleitoral. Até o fechamento desta edição, a construtora OAS
não comentou o assunto.
Publiciado em : ihuinisinos
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