(...) Com a influência política insuficiente para decidir
eleições presidenciais nos três últimos pleitos, passou a haver uma tentativa
de influir na própria economia. Sucessos, como o cumprimento de metas de
inflação, são noticiados como se fossem fracassos. Aliás, até que ponto o
próprio alarmismo do noticiário sobre esse tema, como se a inflação fosse a
toda hora sair de controle, não tem afetado a própria realimentação da inflação
em algum grau? Até que ponto a “overdose” de sensacionalismo tem influído nos
ânimos de comerciantes para aumentar os preços?(...)
Já há
amplos estudos sobre a falta de democratização dos meios de comunicação de
massa, sobretudo a televisão, na influência política. A mídia influiu na
sustentação da ditadura e nos resultados das eleições após a redemocratização.
Mesmo que desde 2002 não consiga decidir quem sai vitorioso nas eleições
presidenciais, a mídia conservadora e neoliberal tem sido decisiva para levar
as eleições ao segundo turno.
Tem sido fundamental também para eleger um
parlamento de maioria conservadora, que impede reformas populares e conserva os
privilégios de quem detém o poder econômico, incluindo aí os donos da própria
mídia.
Influi
ainda na formação do espírito antipolítico do cidadão, sempre associando
organização partidária e social não a instrumentos de conquistas populares, mas
sempre e quase unicamente a escândalos de corrupção. Isso se dá pela
predominância de um pensamento único conservador e neoliberal nas linhas
editoriais, contrário a qualquer pensamento transformador do sistema econômico
vigente, onde demandas populares diferentes desta linha não têm voz.
Com a
influência política insuficiente para decidir eleições presidenciais nos três
últimos pleitos, passou a haver uma tentativa de influir na própria economia.
Sucessos, como o cumprimento de metas de inflação, são noticiados como se
fossem fracassos. Aliás, até que ponto o próprio alarmismo do noticiário sobre
esse tema, como se a inflação fosse a toda hora sair de controle, não tem
afetado a própria realimentação da inflação em algum grau? Até que ponto a
“overdose” de sensacionalismo tem influído nos ânimos de comerciantes para
aumentar os preços? O pior é que aqueles que caem na tentação de subir preços
sem que seus custos tenham aumentado, apenas por influência do noticiário,
acabam diminuindo as vendas, ou perdendo mercado para o concorrente que não
subiu, desaquecendo seu próprio negócio. Se esse noticiário deixar de
contaminar marginalmente e contaminar a maioria, afeta o próprio crescimento do
PIB.
E até que
ponto o mesmo noticiário tem influído no desânimo do consumidor,
artificialmente fabricado, tanto para resistir a aumentos, como para reduzir o
consumo?
Note que
não se trata de controle dos meios de comunicação e nem de censura. Pelo
contrário, democratização significa ampliação de vozes, aumento da concorrência
no mercado de informações.
Ninguém está querendo calar as atuais TVs
conservadoras e neoliberais, mas é preciso que o telespectador tenha também
acesso a outras fontes de informações com visões diferentes e que informem
dados sonegados pelos atuais donos da mídia.
Recentemente
a empresária Luíza Trajano, dona do Magazine Luiza, surpreendeu ao dar uma
visão diferente da linha editorial dos noticiários das Organizações Globo.
Luíza, em um debate sobre a economia em canal de TV por assinatura, usou uma
figura de linguagem bastante popular e disse que os críticos só enxergavam o
copo meio vazio, nunca enxergavam a parte meio cheia do copo.
Claro que
um noticiário para ser completo deve mostrar tanto a parte meio cheia, como a
parte meio vazia do copo. No entanto há um oligopólio na mídia que prega um
pensamento único e que só noticia a parte meio vazia. Falta ao cidadão o direito
de ser informado em sua plenitude, da parte meio cheia do copo.
Se o tema
democratização dos meios de comunicação de massa até hoje despertou paixões
políticas, agora já é fator de ordem econômica também. Um noticiário prolongado
que falseia sistematicamente as reais expectativas econômicas, pode demover
empreendedores de empreender, consumidores de comprar o que precisam,
prejudicando a economia como um todo e a prosperidade dos cidadãos e da nação.
“Mídia
monopolizada afeta a economia” Por Helena Sthephanowitz, na Rede Brasil Atual
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