Tradicionalmente aberta
pelo Brasil, a Assembleia Geral da ONU é um palco importante para este
pronunciamento, já que praticamente todos os povos do mundo estão representados
e é alvo de toda a mídia internacional.
Dilma deu início ao discurso, de 23 minutos de duração, lamentando as mortes após um ataque terrorista ao shopping da capital Nairóbi, no Quênia. Em seguida entrou no tema da espionagem norte-americana, defendendo que sejam criadas condições para evitar que o espaço cibernético seja instrumentalizado como arma de guerra.
"Recentes revelações sobre as atividades de uma rede global de espionagem eletrônica provocaram indignação e repúdio em amplos setores da opinião pública mundial", disse. "Dados pessoais de cidadãos foram indiscriminadamente objeto de interceptação. Informações empresariais – muitas vezes com alto valor econômico e mesmo estratégico", continuou.
"Não se sustentam os argumentos de que a interceptação ilegal de informações e dados destina-se a proteger as nações contra o terrorismo", disse Dilma, destacando que o Brasil repudia, combate e não dá abrigo a grupos terroristas.
Dilma, que centrou seu discurso perante a Assembleia geral da ONU na espionagem da qual ela mesma foi vítima, afirmou que se trata de "uma afronta" e "uma falta de respeito" que não pode ser justificada como luta contra o terrorismo.
"A espionagem norte-americana transcende a relação bilateral entre os Estados Unidos e o Brasil, afetando toda a comunidade internacional e exige por isso uma resposta, ressaltou a presidenta brasileira em Nova York. "As tecnologias de telecomunicação e informação não podem ser o novo campo de batalha entre os Estados", disse ela, reforçando que o Brasil redobrará os esforços para se proteger da interceptação ilegal de dados.
"A ONU deve desempenhar um papel de liderança no esforço de regulamentar o comportamento dos Estados frente a estas novas tecnologia", continuou.
A presidenta ainda aproveitou seu discurso para fazer um apelo por um esforço pelo crescimento econômico mundial nesta terça-feira.
Dilma argumentou que a economia global continua frágil, mesmo passada a fase mais aguda da crise, e que este é o momento para reforçar as tendências de crescimento. A presidente reafirmou seu compromisso com o controle da inflação e o rigor fiscal.
O discurso de Dilma será seguido pela fala do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. A sede da ONU em Nova York está sob forte esquema de segurança, com as ruas e calçadas próximas fechadas e um grande número de policiais e seguranças.
Ao todo, 84 chefes de estado, 41 chefes de governo e 11 primeiro ministros participarão da Assembleia Geral, de acordo com números divulgados pela ONU.
Rio+20
Para a presidente, os resultados da conferência ambiental Rio+20 realizada no Brasil no ano passado devem servir de eixo para a agenda de desenvolvimento mundial pós-2015.
"O sentido da agenda pós-2015 é a construção de um mundo no qual seja possível crescer, incluir e proteger", afirmou a presidente, que fez o discurso de abertura da Assembleia-Geral.
Segundo Dilma, o "grande passo" dado na conferência da ONU realizada no Rio de Janeiro foi colocar a pobreza no centro da agenda do desenvolvimento sustentável. (br.noticias)
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