Este texto é a resposta a um comentário que um amigo
fez em um artigo que publiquei aqui e no Facebook, falando exatamente sobre o problemático julgamento
da Ação Penal 470, ou “mensalão”.
Achei oportuno publicar aqui, com a sua permissão, é
claro, pois, pode trazer informações sobre a composição do STF, já que muitas
mensagens que tenho visto por aí podem trazer uma visão equivocada da coisa, da
composição da casa.
Olá!
Confesso que não conhecia a biografia do Joaquim
Barbosa.
Quanto às suas relações profissionais com membros do
PT, como afirma, ter influenciado em sua indicação pelo presidente Lula ao STF,
eu não creio que tenha acontecido. Foi conhecida de todos, à época, a intenção
do presidente que deixou bem claro que queria indicar um negro.
Só para se ter uma ideia, com exceção do Gilmar
Mendes, que foi indicado por Fernando Henrique, e o Celso de Mello, por
Fernando Collor, seu primo, todos os demais foram indicados pelo Lula – o presidente que
mais indicou para o STF, dentre todos – inclusive alguns que já se aposentaram,
e só as duas últimos vagas de aposentados, pela presidente Dilma.
Logo, se o fator “quem indicou” fosse algo relevante
no sentido de gerar alguma “recompensa” ou algo como apoio ou cumplicidade a quem
indicou, o “mensalão”, que é atribuído, também ao PT e que lhe trouxe um grande
desgaste, não teria ido para frente, já que, praticamente todos tinham sido
indicados pelo Lula. O único caso, que é público e notório, em que um
“indicado” age como se empregado fosse do “indicador”, é o Gilmar Mendes, que é,
praticamente, um garoto de recados do FHC/PSDB, no mais não existe qualquer
tipo de retorno.
Outro caso que comprova ausência de solidariedade ou
retribuição de qualquer natureza – que seria equivocada e ilegal, no mínimo ilegítima
– do “indicado” para com o “indicador”, foi, também, o caso do Procurador Geral
da República, o Amaral Gurgel, que até abusou de sua autoridade, levianamente,
no caso do “mensalão”, por exemplo, e que foi indicado pelo Lula, como agora o
seu substituto, o Rodrigo Janot, indicado
pela Dilma.
Tem que ser assim mesmo, a isenção e independência
do “indicado” em relação ao presidente que o indicou. Afinal, estamos em uma
democracia, onde estas relações “coronelísticas” não teem lugar, ou pelo menos
não deveriam, já que temos um caso conhecido. Ainda bem que é o único.
Um abraço
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