Pelo visto, o lema da “reforma” vai ser: “É necessário que tudo mude se desejamos que
tudo permaneça como está”, como disse o velho Lampedusa.
Um item central para a reforma eleitoral e política
no país, o financiamento publico de campanha, pelo visto não vai “passar”, já que,
enquete feita entre os 14 deputados escalados para o Comitê que irá finalizar o
projeto de reforma do sistema eleitoral constatou que 8 são contra.
O sistema como está, onde o dinheiro privado,
sobretudo de grandes grupos e empresas nacionais e estrangeiras financiam seus
representantes de fato, às custas dos votos dos eleitores desavisados, é o
ponto crucial do sistema, já que coloca o Congresso à serviço de interesses escusos,
ocultos, na verdade, já que o eleitor não tem a mínima ideia do que o seu voto
está elegendo ou a quem de fato está delegando o seu poder.
Com o financiamento publico exclusivo das campanhas,
provavelmente, muitos parlamentares vitalícios iriam voltar para casa, já que não
mais contariam com a mamata do “monte” de dinheiro disponibilizado pelo setor
privado, e teriam que disputar os eleitores “pau a pau” com os demais, apenas
com a verba publica igual para todos, o que poderia levar a uma verdadeira
renovação na casa.
Logo, diante deste item, os demais se tornam
secundários e irrelevantes, verdadeiras filigranas. E é o que vai acabar
rolando com este tal projeto de reforma, ou seja: : “É necessário que tudo mude se desejamos que tudo permaneça como está”,
como disse o velho Lampedusa, pois,
o seu ponto básico que iria trazer transparência e lisura ao processo eleitoral,
pelo visto, vai mesmo ficar de fora.
Veremos então um projeto cheio de “trique-triques” que
irá apenas confirmar o velho ditado acima.
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