terça-feira, 22 de março de 2011

Governo Dilma prepara nota de apelo pelo fim dos ataques à Líbia

Apesar do desconforto pela abstenção do Brasil - junto com China, Índia, Rússia e Alemanha - no Conselho de Segurança da ONU,  na votação pela autorização de ataques à Líbia, o Barack Obama desfilou o seu “discurso de boa vontade” com o Brasil, embora a grande mídia dos EUA tenha desaprovado a viagem em função do voto do Brasil, o Itamarati se prepara para divulgar uma nota à imprensa em que condena os ataques, logo depois da visita do Obama, o que ratifica a postura diplomática do país iniciada no governo Lula.

Brasília – O Ministério das Relações Exteriores divulgará, ainda nesta segunda-feira (21), nota à imprensa em que defende o fim dos ataques aéreos na Líbia e das hostilidades no país. No documento, o governo brasileiro deve destacar a necessidade de buscar a paz e o diálogo, evitando o acirramento do conflito.

De acordo com diplomatas, a nota deve ser divulgada até o começo da noite. O comunicado ocorre no momento em que, alegando proteção de civis, as forças de coalizão internacional completam o terceiro dia de lançamento de mísseis sobre a Líbia.

A iniciativa brasileira segue o exemplo da Turquia e da Índia, que defenderam o cessar-fogo e que o presidente líbio, Muammar Kadafi, entregue o poder como forma de acabar com o impasse e os confrontos na região. Há mais de um mês, a Líbia vive em clima de guerra com forças leais a Kadafi enfrentando oposicionistas.

A crise agravou-se na semana passada, com a decisão do Conselho de Segurança das Nações Unidas de autorizar a imposição de uma zona de exclusão aérea na Líbia e outras “ações”, em caso de necessidade. Na prática, o Conselho autorizou a comunidade internacional a determinar intervenção no país.

A decisão do Conselho de Segurança foi aprovada por dez países. Não houve rejeições, mas o Brasil, a China, a Índia, a Rússia e a Alemanha abstiveram-se. Para o governo brasileiro, o uso da força na Líbia pode agravar ainda mais a violência na região. O ideal, de acordo com o governo, é buscar o diálogo e a negociação.

O assunto é tema de uma reunião extraordinária nesta segunda, em Nova York, do Conselho de Segurança. A pedido do Líbano, os 15 representantes dos países no órgão – dez rotativos, inclusive o Brasil, e cinco permanentes – devem discutir a crise na região e a manifestação de Khadafi anunciando o cessar-fogo.

Da Agência Brasil

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