A qualidade do ar nas grandes metrópoles do mundo dispensa maiores comentários e, com São Paulo não é diferente. Já falamos aqui sobre o aumento nos óbitos na cidade, principalmente no inverno quando a dispersão dos poluentes se torna mais difícil e é quando os problemas de saúde se agravam, em um ritual previsível que se repete a cada ano.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde o ar poluído da cidade matou 8.169 pessoas no ano passado, ou 5,9 vezes mais do que o trânsito na capital – 1.382 em 2009 – mortes estas em consequência de doenças respiratórias que incluem a pneumonia, câncer de pulmão, enfisema e asma. A Mooca, na zona leste, Santana, no zona norte, e Lapa, na zona leste, levam os primários lugares neste triste recorde.
Dados da ONG Movimento Nossa São Paulo, esta mortalidade é menor na periferia e, para o patologista da USP, Paulo Saldiva, fatores socioeconômicos não podem ser desconsiderados neste quadro:“A pobreza aumenta em seis vezes o impacto da poluição na saúde. Pessoas de menor renda passam mais tempo expostas à poluição em grandes corredores de tráfego e vivem mais próximas de avenidas movimentadas, onde há mais poluentes.”
O mais grave em tudo isto é que não se vê no horizonte qualquer medida oficial que aponte para o equacionamento deste problema, como o controle no fluxo de automóveis, por exemplo, que só vem aumentando em número, ou alterações significativas na politica de uso do solo que possa contribuir para uma melhoria do ar e da qualidade de vida da população.
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