Algumas “instituições”do país tem, aparentemente, um caráter democrático, mas, na realidade, criam e perpetuam privilégios que já se tronaram um lugar comum, logo, não suscitam qualquer estranheza ou reflexões.
É o caso dos passes de idosos e as meias -passagens de ônibus para estudantes, bem como outro caso, mais sério, a carteira de estudante, que franquia o acesso ao cinema, teatro, shows, futebol e espetáculos diversos, com o pagamento de meia entrada ou as polêmicas cotas raciais na universidade pública.
É necessário que fique claro que, em nenhum dos casos citados acima existe a gratuidade de fato, pois, a anistia ou franquia é bancada pelos demais usuários, que arcam com passagens e entradas mais caras, para não inviabilizar os lucros das operadoras do transporte coletivo, bem como do cinema, teatro, futebol etc.
O recurso ou beneficio correto ou justo seria aquele que estabelecesse o critério de renda para a sua concessão, o que poderia favorecer amplos setores da população que realmente precisam e que ficam de fora, enquanto, especialmente nos casos da carteira de estudante, favorece a segmentos mais abastados da população que tem condições de arcar com as tarifas ou ingressos integrais.
A última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicilio – PNAD- de 2007, do IBGE, chegou a números significativos, segundo os quais, mais de 92% dos brasileiros nunca foi ao cinema. Números semelhantes se repetem para outras atividades culturais e de lazer.
Uma democracia real não se constrói com a criação e/ou manutenção de privilégios que perpetuam a injustiça social. A adoção de critérios de renda, resgataria o “sentido de justiça” e de inclusão cultural, estendendo estes benefícios a todos os trabalhadores e/ou a toda a população, que realmente, ainda, precisam do incentivo.
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