sexta-feira, 26 de outubro de 2007

"Patologizando"

26/10/07

Nos últimos tempos, praticamente todo comportamento é “partologizavel”, ou como diria o Caetano: “...de perto ninguém é normal”. Daí concluirmos que se é tão comum assim, e tão óbvio, não há porque nos preocuparmos ou nos “estressarmos”, pois todos somos normais, com algumas nuances diferentes apenas.

Não sei se existe base empírica para isso – patologizar tudo e todos – ou se é uma necessidade de mercado dessas “novas” categorias médicas e ou terapêuticas.

Digo nova, porque historicamente o homem parece ter prescindido desses profissionais, já que o Confessionário da Igreja Católica, dava conta dos “delitos” ou pecados mais graves e aliviava os corações e mentes do sentimento de culpa, e os amigos – que ainda existiam – davam conta dos mais leves.

Segundo os “patologistas” de plantão, a perspectiva é que, em breve, nós teremos 1 pessoa “normal” para cada três normais.

Não se preocupe em se enquadrar em algumas dessas categorias patológicas, são só força de expressão, a não ser para os hipocondríacos contumazes, ou se você anda rasgando dinheiro ou jogando pedra em avião, no mais, o limite é o outro. Não no sentido “sartreano”, segundo o qual o inferno é o outro, mas como limite para nossas idiossincrasias mais estranhas.

Como disse um cara aí, do qual não consigo me lembrar o nome: “Todas as pessoas são iguais, mas algumas são mais iguais que as outras”.

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