Se
informar dá uma força... É, dá uma forcinha na percepção, logo, aumentam as chances
de maior compreensão, das coisas, daquilo que anda rolando, de fato, no
entorno...
Informações estas que vão muito além do
mero diletantismo em ‘posar’ de bem informado, já que pode ter à ver, e muito,
com a própria vida, qualidade de vida? Isso sem entrar nos méritos ‘dos custos’
para o país em si mesmo, pois costuma gerar ‘coisas’ como o ‘velho voto’... Que
dispensa maiores considerações...
Em
tempo, não é ‘ignorância’ – como poderíamos dizer – político-social? É bem mais
ampla... A ênfase aqui, no “político-social” é feita em função do nosso momento
político/histórico... Embora não tenha sido um item especifico considerado na
pesquisa. Mas, “só” tem tudo á ver...
Confira
dados abaixo:
"Brasil é o 2º país com pior noção da própria realidade
Os brasileiros têm a
tendência de perceber um quadro pior do que a realidade ou têm pouca familiaridade
com características do seu próprio país. Segundo uma pesquisa realizada em 38
países, os brasileiros só ficam à frente dos sul-africanos em um ranking que
mede a percepção equivocada que as pessoas têm da realidade à sua volta.
Elaborado pelo
instituto britânico Ipsos Mori, o levantamento confrontou dados oficiais com a
percepção que as pessoas têm deles. As perguntas dos entrevistadores incluem
temas como taxa de homicídios, criminalidade de estrangeiros, consequências de
ataques terroristas, saúde, religião, consumo de álcool, entre outros.
O ranking da pesquisa,
chamado Índice de Percepção Equivocada, é liderado por África do Sul, Brasil,
Filipinas, Peru e Índia. Já o outro extremo da lista, que mostra os países onde
a população mostrou estar atenta à sua realidade é encabeçado por Suécia,
Noruega, Dinamarca, Espanha e Montenegro.
A visão
brasileira
Quantas garotas de 15 a
19 anos engravidam no Brasil? Os brasileiros acreditam que 48% dão à luz, mas
os dados oficiais mostram que são apenas 6,7%. Quando questionados sobre
quantos estrangeiros compõem a população carcerária do país, os brasileiros em
média disseram acreditar que a taxa chega a 18%, mas o número oficial é 0,4%.
O mesmo se repete com
os homicídios. Quando questionados se acreditam que a taxa de homicídios é mais
alta no país hoje do que em 2000, 76% afirmaram que sim. Mas, segundo o
instituto, a taxa, apesar de alta, é a mesma – cerca de 27 homicídios por cada
100 mil habitantes.
A cada cem mortes de
mulheres de 15 a 24 anos, quantas foram causadas por suicídio? Os brasileiros
afirmaram que são, em média, 29, mas o número real é 4,3.
Em temas que envolvem
economia e status social, os brasileiros também cometeram erros. Segundo a
pesquisa, os entrevistados apontaram que 85% das pessoas no país possuem um
smartphone, mas a taxa real é 38%. Os brasileiros também superestimam a
quantidade de carros registrados por habitante. Segundo os entrevistados, são
68 para cada cem pessoas, mas o dado correto é 40.
Em temas como religião,
os entrevistados mostraram subestimar dados. Quando questionados qual é a taxa
de pessoas que acreditam em Deus no país, os brasileiros responderam em média
80%, mas pesquisas oficiais mostram que a taxa é 98%.
Mas os brasileiros se
saíram bem em relação a países como os Estados Unidos, Suécia, Noruega e
Alemanha quando confrontados com a pergunta “algumas vacinas causam autismo?”.
Apenas 10% dos brasileiros disseram acreditar nessa correlação equivocada, 35%
não souberam respondem e 54% apontaram que tal informação é falsa.
Entre os
norte-americanos, por exemplo, 19% disseram acreditar em uma relação entre
vacinas e autismo. Entre os suecos, 25% apontaram uma relação de causa e
efeito. Os cidadãos de Montenegro e da Índia apareceram como os mais ignorantes:
44% dos entrevistados de cada país afirmaram acreditar na falsa relação.
Influência
de informações negativas
Segundo o diretor de
pesquisas da Ipsos Mori, Bobby Duffy, existem vários motivos para as pessoas
terem uma falsa noção, mas o principal vilão é a tendência de focar
demasiadamente em aspectos negativos.
“Nós superestimamos
aquilo com que nos preocupamos: quanto mais assistimos a uma cobertura
sobre um assunto, mais prevalente acreditamos que ele seja, ainda mais se a
abordagem for assustadora e ameaçadora. Nossos cérebros processam informações
negativas de um jeito diferente – elas ficam grudadas na gente e passam a
afetar como enxergamos a realidade”, disse.
Segundo Duffy, essas
percepções equivocadas são preocupantes por causa das suas consequências. No
caso da ideia falsa sobre uma relação entre vacinas e autismo, isso pode afetar
a saúde das crianças. Mas a pesquisa também mostrou que a população de vários
países enxerga incorretamente temas como terrorismo e até mesmo consumo de
álcool.
Poucos entrevistados souberam responder
corretamente à pergunta “no período de 2002 a 2016, o número de mortes em seu
país causadas pelo terrorismo foi mais alto do que aquele de 1985 a 2000?”.
Para a maioria dos entrevistados, o número de vítimas em atentados em seus
países apenas cresceu. Mas os dados mostram que em muitas dessas nações essa
ideia é falsa.
Entre os alemães, por exemplo, 44% acreditam que o
número é mais alto, mas os últimos 15 anos registraram menos vítimas alemãs do
que o período que incluía parte da década de 1980 e os anos 1990. Em apenas
oito dos 38 países – entre eles França e Bélgica – tal percepção do crescimento
é validada por dados.
A falta de noção também se repete na forma como as
pessoas enxergam outras nações. A Rússia foi apontada pela maioria dos
entrevistados dos 38 países como aquele com a população mais beberrona. Só que
o país na verdade é o sétimo no ranking de maior consumo per capita de álcool.
A lista é liderada pela Bélgica, mas nem mesmo os belgas parecem saber disso –
apenas 5% deles indicaram o seu próprio país como o mais beberrão.
(…)
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