Esse artigo não é novo [01/2017], mas bem oportuno
para lançar um pouco de luz sobre um fator fundamental na sociedade, a mídia, que existe no imaginário da
população como uma coisa anódina, funcional e inocente, mas que é a base real
do processo político [para dizer o mínimo].
É o agente real, quando a soldo de muita grana se
submete a manipular os corações e mentes da população em detrimento de seus próprios
interesses, diga-se de passagem, para beneficiar seus ‘contratadores’, seus financiadores,
locais e externos.
O processo tem seus momentos mais agudos, como no
momento pré-golpe, mas que não é
desativado, apenas fica na manutenção diária na cabeça das pessoas e se
desdobra em momentos cruciais, como depois na eleição do Bolsonaro [continuação do processo].
Tivemos em situação mais recente no convencimento
do “da poltrona”, para a aprovação do projeto [suicida] da Reforma da Previdência.
O texto é do sociólogo, Jessé Souza, e vale à pena
conferir.
(...) Mas vamos insistir e usar aquele órgão que a mídia quer tornar obsoleto no Brasil: nosso cérebro e sua capacidade de reflexão. Será que os dois pesos e as duas medidas são por que o PSDB é o partido da rentismo e do capital financeiro e a imprensa é a defensora bem paga de ambos? É por isso que o país empobreceu e milhões perderam empregos e as causas são sempre postas na herança maldita? Quanto tempo irá decorrer até que a classe média compreenda que o trabalho que o PT fez foi superficial e apenas garantiu um grau de civilidade mínimo ao país? E que as calamidades que estão vindo e ainda virão como insegurança pública crônica, massacres e epidemias vão cair como as pragas do Egito sobre a própria classe média?
O silêncio sobre o papel da imprensa é o fundamento da continuidade da nova ordem. Uma imprensa que deu os motivos – todos falsos como vemos hoje – construiu a narrativa, criminalizou a política, justificou o ódio e até transformou sua marionete jurídica em herói nacional. Não existiriam Bolsonaros como ameaças reais sem esse trabalho prévio da imprensa. No entanto, como mostra meu colega Celso de Barros tão bem, ela fez todo o trabalho sujo e ninguém ainda a responsabiliza por isso. Até quando?
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