“Queremos
aqui dizer que nós queremos oferecer ao novo governo uma linha de pensamento”.
Afirmou o presidente
da Bancada Evangélica, Takayama (PSC-PR)
Foi a justificativa do líder da Bancada Evangélica no Congresso
Nacional – que é a 3ª mais poderosa (75), depois da Bancada da Bala (270) e a Bancada
do Agronegócio (109) * – para o manifesto que entregou a Bolsonaro,
defendendo entre outras preciosidades, a fusão de Ministérios, além da Reforma na Previdência, aliado a uma
intervenção ‘radical’ nas escolas.
Surpreendente, e aparentemente sem sentido diante
das reiteradas afirmações do Bolsonaro sobre emprego, seria a extinção do Ministério
do Trabalho (?) que, como a fusão dos Ministérios da Cultura, Educação e Ciência
e Tecnologia, ratificam aspectos do ‘plano de governo’ já declarado do dito
cujo.
Um item interessante do plano de governo do Bolsonaro, que não deve ter sido citado neste manifesto, provavelmente em função das reações contrárias que podem estar relacionadas, também, ao aumento de seu índice de rejeição, e que fizeram o próprio Bolsonaro reconsiderar – pelo menos no “plano de governo eleitoral” – é a extinção do Ministério do Meio Ambientee e o rompimento do Acordo de Paris. Confira aqui.
A sua extinção é um item fundamental de seu eventual governo, pois com isso seriam extintos, como ele disse em alto e bom som, toda a gama de instituições e entidades que garantem a sua dinâmica e funcionalidade, tipo IBAMA, como pressupostos para atender a bancada do agronegócio, que inclui a destruição e alienação da Amazônia.
Confira matéria da FolhaPress.
"Evangélicos defendem reforma da Previdência
A bancada evangélica lançou nesta quarta-feira
(24) manifesto em defesa das reformas tributária e da Previdência, da autonomia
do Banco Central e da fusão dos Ministérios da Educação e da Cultura.
O "Manifesto à Nação" foi entregue ao
presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) na quinta-feira (18) e também cita temas
como escola sem partido, bandeira antiga da Frente Parlamentar Evangélica.
"Há uma distorção de algumas pessoas
imaginando que uma frente evangélica é apenas para cuidar dos valores
espirituais ou da defesa da igreja", afirmou o presidente da bancada,
Takayama (PSC-PR).
"Queremos aqui dizer que nós queremos
oferecer ao novo governo uma linha de pensamento", disse o parlamentar.
Sobre a reforma da Previdência, o manifesto de 60
páginas afirma que é preciso uma "comissão de notáveis" para propor a
"melhor forma atuarial possível", a igualdade de regras entre
aposentadoria do setor público e privado.
O texto não cita um dos pontos mais polêmicos da
discussão, a da idade mínima.
O manifesto defende ainda a redução de 29 para 15
as pastas ministeriais, com redução de 600 cargos comissionados.
Entre as pastas que seriam fundidas estão a da
Educação e Cultura, que viriam a formar um superministério de Educação,
Cultura, Esportes, Ciência e Tecnologia.
O Ministério do Trabalho também seria extinto,
sendo substituído por duas secretarias: a de Políticas Públicas para Emprego
sob o guarda-chuva do Ministério da Produção Nacional.
Essa pasta incluiria o Ministério da Indústria, Comércio
Exterior e Serviços e o Codefat (conselho do Fundo de Amparo ao Trabalhador).
A Inspeção do Trabalho ficaria no Ministério da
Justiça e também querem a incorporação da pasta dos Direitos Humanos pela
Justiça.
Na parte tributária, o texto propõe um imposto
único que una a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), o
IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), o PIS/Cofins e o ISS (Imposto
Sobre Serviços).
Além disso, prevê a fusão das Cide (Contribuições
de Intervenção no Domínio Econômico) e a substituição do Carf (Conselho
Administrativo de Recursos Fiscais) por um "Conselho Fiscal composto por
juízes especializados sem vinculação ao fisco ou ao contribuinte".
Brasília, DF (FOLHAPRESS)
* Como
eventuais aliados do Bolsonaro – apoio nestas eleições – somam 454
parlamentares, em um total de 513 deputados.
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