A História
se repete?
Pelo visto...
Uma diferença significativa é o uso de recursos que torna tudo muito verossímil.
“Sócios”
preferenciais como o que hoje se chama mídia
detêm um papel fundamental no processo ao manipular, e controlar, os corações e
mentes de tantos, o que parece atribuir um simulacro
de legitimidade, até de legalidade,
a uma exacerbação do arbítrio e do entreguismo.
Entreguismo que pode determinar o futuro, ou melhor,
o não futuro, de uma população crédula e a entrega, literalmente, de um país em
mãos de especuladores internacionais, fato idêntico já registrado no que chamaríamos
de anais da História.
“Moro e a estratégia de Washington – Muniz Bandeira
Se a grande
mídia está a favor, se ela está enchendo a bola de alguém, cuide-se, melhor
ficar do outro lado.
A história
de Sérgio Moro, mais que um Savonarola brasileiro, como destacou o escritor
Rogério Cerqueira Leite, é, na verdade, repetição, como farsa, de Silvério dos
Reis, traidor que entregou os inconfidentes em Minas Gerais, para o império
português levar para a Europa a riqueza da época, o ouro.
Hoje, é o
petróleo.
Silvério
dos Reis notabilizou-se vida afora como personagem a ser estudado para que
brasileiros e brasileiras vejam quem são os vendilhões da pátria.
A grande
mídia, uma dessas vendilhãns, tem, hoje, o vendilhão Moro como ícone da sua
estratégia: preparar o campo para a devastação imperialista avançar.
A jogada é
toda armada em Washington, como disse o historiador e politólogo, Moniz
Bandeira, autor do recente “A nova desordem mundial”, em entrevista a Leite
Filho, do blog “Café na Política” e da TV Comunitária.
Tio Sam
está perdendo o Oriente Médio.
Putin, líder
nacionalista russo, alinhou-se aos nacionalistas árabes e está botando Obama
para correr da Síria.
O dólar
está virando moeda podre, depois da grande crise de 2008-2009.
Não dá mais
para repetir a jogada de Nixon, em 1971, quando desvinculou dólar do ouro e a
moeda americana flutuou, desvalorizou-se, espalhando adoidado em empréstimos
pelo mundo a juro baixo, para depois ser puxado, violentamente, em 1979, a fim
de escravizar os devedores.
Superendividado,
Tio Sam, hoje, está broxa; se puxar o juro, como fez, naquela ocasião,
afunda-se; então, sua jogada, agora, é tomar ativo dos outros, derrubando
governos nacionalistas, colocando os Temer no lugar, usando a TV Globo e afins,
de modo a facilitar o assalto.
A PEC 241,
essencial para destruir o mercado interno consumidor, é isso aí, desmontagem do
Brasil, junto com destruição da Petrobrás; precisou de golpe para articular o
grande movimento, sintonizado com Tio Sam, PSDB, STF, PMDB etc.
Como as
expectativas do imperialismo, no Oriente Médio, estão em baixa, seus
estrategista, diz Bandeira, voltaram-se para a América Latina, quintal
americano, sob impacto de políticas nacionalistas.
Estavam em
xeque as políticas do império, de exploração das riquezas regionais, sem dar
nada em troca.
Lula,
Dilma, Kirchner, Chavez, Correa, Moralez, Castro etc. ergueram-se, nos últimos
anos, barreiras aos avanços dos interesses de Tio Sam.
Não foi
possível a Washington caminhar com a Alca, transformando as indústrias
regionais sul-americanas em meras maquiladoras, como aconteceu no México, que
caiu na armadilha do livre comércio com Tio Sam.
O
nacionalismo econômico, no Brasil, ancorou-se na Petrobras, nascida do
pensamento nacionalista de Vargas.
A
petroleira brasileira, sul-americana, estava avançando demais no continente.
As
indústrias da região, não, apenas, do Brasil, caminhavam para se transformar em
efetivas fornecedoras da estatal do petróleo.
Desenvolvimento
capitalista orgânico.
Cadeia
produtiva em expansão continental sinaliza potência econômica mundial,
somando-se à PDVSA venezuelana.
A
descoberta do pré-sal representou uma bomba para o império americano.
Como conter
o gigante?
Partiu-se
para a destruição da empresa por dentro, comprando os homens.
A corrupção,
algo natural do capitalismo, associada ao sistema político corrupto, comandado
por grandes bancos e grandes empresas, nacionais e internacionais,
financiadoras dos políticos, foi erguida como inimiga central a ser combatida.
Pintou o
falso moralismo característico dos canalhas, para desviarem do assunto central
para o lateral, de modo a acelerar a destruição petroleira.
Precisava,
para o desempenho dessa tarefa, dos profissionais do Direito.
Napoleão já
dizia que o Direito é a prostituta do poder.
Faz o que
ele manda.
Washington
chamou o Juiz Sérgio Moro, treinou-o, em suas agências de espionagem, para ser
seu pé de cabra na empresa, a fim de destruí-la.
Teve que
atuar nessa linha, porque, no plano da disputa capitalista, as petroleiras
americanas e internacionais jamais impediriam a Petrobras de crescer.
Ficou mais
difícil ainda depois da descoberta do pré-sal, mediante tecnologia nacional.
É praxe
Washington requisitar os Moros da vida; viram seus espiões que se transformam
em instrumentos indispensáveis ao falso moralismo jurídico alardeado pelas
tevês Globo etc.
A lógica
diria que o necessário e urgente seria o poder nacional remover os corruptos e
preservar as empresas.
Mas, para
Washington, não; isso seria pouco. Monta-se a Operação Lava Jato. Seria
necessário mais do que isso. Sérgio Moro, treinado pelos agentes americanos,
cuidou da Lava Jato.
O STF
entendeu essência da Lavajato e fez o jogo do império: calou-se diante dos
absurdos jurídicos praticados pelo Savonarola.
Tentou-se
tal jogada com o petrolão, para derrubar Lula.
Não deu
certo.
O PSDB,
braço de Washington, tremeu nas bases, quando o presidente operário disse que
convocaria o povo para defendê-lo.
Com Dilma,
em meio à crise econômica mundial, a estratégia deu certo, tendo o epicentro do
golpe a petroleira estatal, o alvo a ser destruído.
Concluída a
queda, desarticulada a base governista, com a traição do PMDB, maior
beneficiário da corrupção dentro da empresa, enquanto aliado do PT, partiu-se
para consolidar vendas de ativos da Petrobras e caçar petistas.
Moro,
implacável, trabalha, juridicamente, para destruir as bases econômicas e
financeiras da estatal, em seu amplo espectro de cadeia produtiva.
Afinal, ela
puxa os investimentos, por meio das grandes empreiteiras nacionais, que, por
sua vez, ramificam em miríade de pequenas e médias empresas.
Destruindo
a Petrobras, destrói-se tudo; acelera-se, especialmente, privatização do pré-sal,
joia da coroa.
Moro é a
aparência que pensa ser a essência.
Despacha
providências aceleradas para concluir o trabalho de desmontagem da economia.
O objetivo
é claro: impedir Brasil de ser grande concorrente internacional, a partir da
América do Sul, tornando-se parceiro da Rússia, da China e da Índia, nos BRICs.
Washington
luta para impedir essa estratégia; fragilizaria, mais ainda, o dólar; criaria
novo sistema monetário internacional; alteraria a correlação de forças; jogaria
por terra a geopolítica de Tio Sam, montada a partir de 800 bases militares
pelo mundo afora.
Hillary
Clinton, se presidente dos EUA, entrará em cena, jogando pesado; vai querer
bases de Tio Sam na América do Sul; dividir para reinar; eis o que justifica a
ação do império na tarefa de cumprir o título do livro de Moniz Bandeira: “Nova
desordem mundial”.
Moro, o
Silvério dos Reis, é o personagem desse novo tempo, adequado aos interesses de
Tio Sam.
Em SrX
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