domingo, 17 de setembro de 2017

O golpe pode ser mais do que um ‘mero’ golpe... Confira!

A História se repete?

Pelo visto... Uma diferença significativa é o uso de recursos que torna tudo muito verossímil.

“Sócios” preferenciais como o que hoje se chama mídia detêm um papel fundamental no processo ao manipular, e controlar, os corações e mentes de tantos, o que parece atribuir um simulacro de legitimidade, até de legalidade, a uma exacerbação do arbítrio e do entreguismo.

Entreguismo que pode determinar o futuro, ou melhor, o não futuro, de uma população crédula e a entrega, literalmente, de um país em mãos de especuladores internacionais, fato idêntico já registrado no que chamaríamos de anais da História.
Moro e a estratégia de Washington – Muniz Bandeira
Se a grande mídia está a favor, se ela está enchendo a bola de alguém, cuide-se, melhor ficar do outro lado.

A história de Sérgio Moro, mais que um Savonarola brasileiro, como destacou o escritor Rogério Cerqueira Leite, é, na verdade, repetição, como farsa, de Silvério dos Reis, traidor que entregou os inconfidentes em Minas Gerais, para o império português levar para a Europa a riqueza da época, o ouro.

Hoje, é o petróleo.

Silvério dos Reis notabilizou-se vida afora como personagem a ser estudado para que brasileiros e brasileiras vejam quem são os vendilhões da pátria.

A grande mídia, uma dessas vendilhãns, tem, hoje, o vendilhão Moro como ícone da sua estratégia: preparar o campo para a devastação imperialista avançar.

A jogada é toda armada em Washington, como disse o historiador e politólogo, Moniz Bandeira, autor do recente “A nova desordem mundial”, em entrevista a Leite Filho, do blog “Café na Política” e da TV Comunitária.

Tio Sam está perdendo o Oriente Médio.

Putin, líder nacionalista russo, alinhou-se aos nacionalistas árabes e está botando Obama para correr da Síria.

O dólar está virando moeda podre, depois da grande crise de 2008-2009.

Não dá mais para repetir a jogada de Nixon, em 1971, quando desvinculou dólar do ouro e a moeda americana flutuou, desvalorizou-se, espalhando adoidado em empréstimos pelo mundo a juro baixo, para depois ser puxado, violentamente, em 1979, a fim de escravizar os devedores.

Superendividado, Tio Sam, hoje, está broxa; se puxar o juro, como fez, naquela ocasião, afunda-se; então, sua jogada, agora, é tomar ativo dos outros, derrubando governos nacionalistas, colocando os Temer no lugar, usando a TV Globo e afins, de modo a facilitar o assalto.

A PEC 241, essencial para destruir o mercado interno consumidor, é isso aí, desmontagem do Brasil, junto com destruição da Petrobrás; precisou de golpe para articular o grande movimento, sintonizado com Tio Sam, PSDB, STF, PMDB etc.

Como as expectativas do imperialismo, no Oriente Médio, estão em baixa, seus estrategista, diz Bandeira, voltaram-se para a América Latina, quintal americano, sob impacto de políticas nacionalistas.

Estavam em xeque as políticas do império, de exploração das riquezas regionais, sem dar nada em troca.

Lula, Dilma, Kirchner, Chavez, Correa, Moralez, Castro etc. ergueram-se, nos últimos anos, barreiras aos avanços dos interesses de Tio Sam.

Não foi possível a Washington caminhar com a Alca, transformando as indústrias regionais sul-americanas em meras maquiladoras, como aconteceu no México, que caiu na armadilha do livre comércio com Tio Sam.

O nacionalismo econômico, no Brasil, ancorou-se na Petrobras, nascida do pensamento nacionalista de Vargas.

A petroleira brasileira, sul-americana, estava avançando demais no continente.
As indústrias da região, não, apenas, do Brasil, caminhavam para se transformar em efetivas fornecedoras da estatal do petróleo.

Desenvolvimento capitalista orgânico.

Cadeia produtiva em expansão continental sinaliza potência econômica mundial, somando-se à PDVSA venezuelana.

A descoberta do pré-sal representou uma bomba para o império americano.
Como conter o gigante?

Partiu-se para a destruição da empresa por dentro, comprando os homens.

A corrupção, algo natural do capitalismo, associada ao sistema político corrupto, comandado por grandes bancos e grandes empresas, nacionais e internacionais, financiadoras dos políticos, foi erguida como inimiga central a ser combatida.

Pintou o falso moralismo característico dos canalhas, para desviarem do assunto central para o lateral, de modo a acelerar a destruição petroleira.

Precisava, para o desempenho dessa tarefa, dos profissionais do Direito.
Napoleão já dizia que o Direito é a prostituta do poder.

Faz o que ele manda.

Washington chamou o Juiz Sérgio Moro, treinou-o, em suas agências de espionagem, para ser seu pé de cabra na empresa, a fim de destruí-la.

Teve que atuar nessa linha, porque, no plano da disputa capitalista, as petroleiras americanas e internacionais jamais impediriam a Petrobras de crescer.

Ficou mais difícil ainda depois da descoberta do pré-sal, mediante tecnologia nacional.

É praxe Washington requisitar os Moros da vida; viram seus espiões que se transformam em instrumentos indispensáveis ao falso moralismo jurídico alardeado pelas tevês Globo etc.

A lógica diria que o necessário e urgente seria o poder nacional remover os corruptos e preservar as empresas.

Mas, para Washington, não; isso seria pouco. Monta-se a Operação Lava Jato. Seria necessário mais do que isso. Sérgio Moro, treinado pelos agentes americanos, cuidou da Lava Jato.

O STF entendeu essência da Lavajato e fez o jogo do império: calou-se diante dos absurdos jurídicos praticados pelo Savonarola.

Tentou-se tal jogada com o petrolão, para derrubar Lula.

Não deu certo.

O PSDB, braço de Washington, tremeu nas bases, quando o presidente operário disse que convocaria o povo para defendê-lo.

Com Dilma, em meio à crise econômica mundial, a estratégia deu certo, tendo o epicentro do golpe a petroleira estatal, o alvo a ser destruído.

Concluída a queda, desarticulada a base governista, com a traição do PMDB, maior beneficiário da corrupção dentro da empresa, enquanto aliado do PT, partiu-se para consolidar vendas de ativos da Petrobras e caçar petistas.

Moro, implacável, trabalha, juridicamente, para destruir as bases econômicas e financeiras da estatal, em seu amplo espectro de cadeia produtiva.

Afinal, ela puxa os investimentos, por meio das grandes empreiteiras nacionais, que, por sua vez, ramificam em miríade de pequenas e médias empresas.

Destruindo a Petrobras, destrói-se tudo; acelera-se, especialmente, privatização do pré-sal, joia da coroa.

Moro é a aparência que pensa ser a essência.

Despacha providências aceleradas para concluir o trabalho de desmontagem da economia.

O objetivo é claro: impedir Brasil de ser grande concorrente internacional, a partir da América do Sul, tornando-se parceiro da Rússia, da China e da Índia, nos BRICs.

Washington luta para impedir essa estratégia; fragilizaria, mais ainda, o dólar; criaria novo sistema monetário internacional; alteraria a correlação de forças; jogaria por terra a geopolítica de Tio Sam, montada a partir de 800 bases militares pelo mundo afora.

Hillary Clinton, se presidente dos EUA, entrará em cena, jogando pesado; vai querer bases de Tio Sam na América do Sul; dividir para reinar; eis o que justifica a ação do império na tarefa de cumprir o título do livro de Moniz Bandeira: “Nova desordem mundial”.

Moro, o Silvério dos Reis, é o personagem desse novo tempo, adequado aos interesses de Tio Sam.

Em SrX

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