quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

A doação da Petrobrás é tão bizarra que surpreende até os compradores

O processo de doação da Petrobras/Pré-sal é tão bizarro, que até eventuais compradores estão estranhando, e comentando, a facilidade no processo, mas, sobretudo os preços.

É, os preços. As merrecas que os prepostos do golpe, vêm cobrando por tamanho patrimônio construído a duras penas pelo Brasil, e que tornou a Petrobrás um ícone de excelência e de inovação tecnológica – com as perfurações em águas profundas – e com o mar de petróleo que descobriu sob o subsolo nacional.

Esta tudo sendo feito à ‘toque de caixa’, para evitar que uma eventual reviravolta no esquema golpista, que já faz água, possa impedir, ou pode não deixar tempo hábil para a finalização de um dos propósitos dos mentores externos do golpe.

O destino tramado para a Petrobrás/Brasil no plano golpista é, com certeza, reduzir tudo a um mero fornecedor de óleo bruto – por uma merreca – enquanto, de posse de todas as tecnologias – tanto implantadas como conhecimentos ou know-how desenvolvidos –, fiquem em mãos estrangeiras.

Em mãos dos idealizadores e mentores do golpe, executado através desta corja de vendidos bem conhecidos.

É um papel – que reservaram para o Brasil – mais digno de um paizinho de 5ª categoria, a ser reduzido a um mero fornecedor de matéria-prima bruta, e politicamente a um micro-satélite girando na orbita do Big Brother do Norte.
"Mídia francesa se espanta com o baixo preço cobrado pela Petrobras pelo pré-sal
Imprensa francesa confirma o que a Federação Única dos Petroleiros (FUP) denuncia há tempos: “A gestão Parente-Temer está entregando nossas reservas estratégicas a preço vil”.

Na quarta-feira [21/12], a Petrobras fechou acordo com a petroleira francesa Total estimado em US$2,2 bilhões. Ele prevê a cessão à Total dos direitos de exploração destas áreas do pré-sal: 22,5% do campo de Yara e 35% do campo de Lapa, que começou a operar no dia anterior na Bacia de Santos.

O acordo envolve ainda compartilhamento de terminal de regaseificação e transferência de fatias em térmicas, entre outros negócios.

Para a imprensa francesa, a Total fez um bom negócio com a Petrobras.
O Les Echoes, tradicional diário francês de economia, destaca (o negrito é nosso):
Esses campos “guardam reservas gigantescas de petróleo e o valor pago foi interessante.

[…] as reservas do grupo francês serão acrescidas de 1 bilhão de barris, a um custo estimado entre US$1,75 e US$2,4 o barril. Nas reservas adquiridas anteriormente pela companhia, o preço do barril custou US$2,55.

A Radio France Internationale, também conhecida como RFI, em matéria transmitida para o mundo inteiro na sexta-feira, 23 de dezembro, conclui:
“A Total pagou pouco em relação ao que vai lucrar extraindo o petróleo brasileiro”.

A RFI é uma rádio pública francesa, com sede em Paris.

O Viomundo conversou com João Antônio de Moraes, diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP), sobre essa repercussão.
Viomundo – O que achou da avaliação da imprensa francesa?
João Antônio de Moraes – Só confirma o que a FUP e os movimentos sociais vêm denunciando há bastante tempo. A gestão Pedro Parente-Michel Temer está entregando nossas reservas de petróleo a preço vil. Veja bem. É a imprensa francesa assumindo que a França está levando grande vantagem em cima do Brasil ao se apossar de nossas reservas de petróleo a um preço muito aquém do mercado internacional.
Viomundo – O que significa esse acordo com Total?
João Antônio de Moraes – Perda de soberania energética. Ele fere a nossa soberania energética, independentemente do preço. E, mais uma vez, confirma que o golpe, longe de ser para combater a corrupção, veio para entregar as riquezas do nosso povo e liquidar os direitos trabalhistas. A questão energia também estava no centro dos golpes contra Getúlio Vargas e João Goulart.
Viomundo – Explique melhor.
João Antônio de Moraes – Nos anos 50, houve uma tentativa de golpe contra o presidente Getúlio Vargas. Foi logo após a criação da Petrobras.
Já João Goulart, depois de tomar posse, havia dito que iria nacionalizar as refinarias de petróleo. Na sequência, ele foi vítima de um golpe. E a exemplo desses dois golpes, o contra a presidenta Dilma veio para entregar as nossas riquezas.

Viomundo – Supondo que o preço fosse justo, valeria a pena vender esses ativos à Total?
João Antônio de Moraes – Ainda assim seria ruim para o Brasil, pois o país perderia controle sobre reservas extremamente estratégicas. As áreas sob o controle da Petrobras garantem o abastecimento do Brasil. Já sob o controle da Total garantem o abastecimento da França.
Viomundo – O que fazer?
João Antônio de Moraes – Mais do lamentar, a gente tem que lutar e resistir para impedir que essa situação continue. E nisso os blogs da imprensa alternativa, progressista, como o Viomundo, têm um papel importante em divulgar o que a grande mídia esconde todos os dias.

Conceição Lemes, via Viomundo 

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