sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Coordenador de Dória diz que apostou na imbecilidade do eleitor paulistano. Assim foi feita a vitoria em São Paulo

Como vê, este conceito de “classe média” é muito relativo, pois muitos devem supor que se trata de uma condição – como poderia dizer? – econômico-cultural-informacional, que não se sustenta. O aporte de dinheiro com frequência se resume, “apenas”, a isto mesmo, um aporte de dinheiro e/ou melhoria da situação econômica.

Sei, não é pouco, é claro! Mas daí a fazer ilações adicionais... Vai uma grande distancia.

Ainda uma consideração. É que, provavelmente, a constatação desta barbaridade – não o voto em si, mas a declaração do tal coordenador – não vai fazer efeito algum, pois a grande maioria nem vai ficar sabendo, já que, com certeza o JN/globo não vai ‘contar’ e na próxima, se usar o mesmo esquema, vai voltar a funcionar normalmente.
Vitória em São Paulo: Coordenador de Dória diz que apostou na imbecilidade do eleitor paulistano
Como enganar os pobres e a classe média paulistana através do marketing político?
Ontem à noite rolou uma palestra sobre marketing político na Semana de Gestão de Políticas Públicas da EACH-USP. Estavam presentes os profissionais que coordenaram as campanhas de Marta, Russomanno, Haddad e Dória.

O destaque da noite, no entanto, foi Luiz Flávio Guimarães, responsável pela campanha de Dória. Segundo ele, foi relativamente fácil conduzir a campanha, principalmente pela capacidade de se moldar o pensamento da massa acrítica paulistana.

Luiz disse que a gestão Haddad foi uma das melhores que a Prefeitura já teve, que boa parte das políticas feitas pelo prefeito fazem parte de outras realidades, como as europeias, e que talvez façam sentido em São Paulo só em 2050. O modo de reorganizar o trânsito, por exemplo, humanizando-o e dando maior fluidez não faz parte da cultura paulistana, acostumada ao caos, ao transporte individual e às altas velocidades que matam diversas pessoas diariamente. Logo, realizar mudanças de paradigmas sem a devida comunicação de massa gera um choque cultural na cidade, facilitando ataques e jargões como a “indústria da multa”.

O comunicador apontou, também, o ódio ao PT que cega as pessoas. Para ele, os veículos de comunicação falam mal do PT durante a manhã, a tarde e a noite. Isso acaba por gerar um desconforto no imaginário da população, fazendo com que suas convicções as ceguem. Logo, não importa se Haddad tenha sido um ótimo prefeito, pois o ódio ao partido falará mais alto na hora da escolha.

Outro ponto importante foi a imagem de João Dória que eles conseguiram construir. Luiz disse que a imagem de um empresário é muito impopular. O fato de Dória ter nascido em berço de ouro e seu patrimônio ser fruto de heranças não é algo que geraria uma identificação na massa. Logo, era necessário enaltecer os pontos positivos e contornar os pontos negativos: “Vamos dizer que ele é um sujeito bem-sucedido [afinal, ele é rico] e vamos passar a imagem de que ele cresceu a partir de seu trabalho – JOÃO TRABALHADOR”.

Assim, toda classe trabalhadora, seja da periferia ou do centro expandido, acabou por se identificar com o perfil de um trabalhador que empreendeu e subiu na vida. (Sheilinha Couto)

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