Eventos
até hilários, se não fossem trágicos, deste tipo, passam a ser fichinha perto
de tantas arbitrariedades “legais”, bizarrice total que anda rolando no país.
O
Dalí que me perdoe pelo empréstimo, mas é surrealismo puro e com sinal trocado.
A posse de um ‘delinquente comum’ – o tamanho da pena pela lista de delitos* é,
em si mesmo, incompreensível – como representante na ‘casa do povo’...
Coisas
assim, também, ajudam a explicar a ‘infra’ política sobre a qual se apoiou o golpe.
O
mau-caratismo, para ficar só neste eufemismo, é uma grande virtude política. Já
que vimos em manifestações contra o governo Dilma, cartazes da dita classe
média pra cima afirmando ser “o cunha
um corrupto, mas está do nosso lado”.
“Suplente vira deputado cinco dias após deixar a prisão
Osmar Bertoldi passou oito meses na prisão, *acusado de agressão, estupro, cárcere
privado e lesão corporal. Solto na última quinta-feira após ser absolvido
da maior parte das acusações, ele exercerá mandato pelo DEM do Paraná.
O paranaense Osmar Bertoldi estava
preso, até a última quinta-feira (27), na carceragem do Complexo Médico-Penal
de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, onde passou os últimos oito
meses de sua vida, acusado de lesão corporal, estupro e cárcere privado, entre
outros crimes. Menos de uma semana depois de ser solto, Bertoldi assumiu nesta
terça-feira (1º) o mandato de deputado federal pelo DEM do Paraná, na vaga do
ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP-PR).
A posse foi dada pelo vice-presidente da Câmara,
Waldir Maranhão (PP-MA), em reunião que contou com a presença do líder do
partido, Pauderney Avelino (AM). Bertoldi tentava ocupar a vaga desde que
Barros assumiu a Saúde, ainda em abril. Nesse período, ele chegou a recorrer ao
Supremo Tribunal Federal (STF) para trocar a penitenciária pela Câmara. Mas
prevaleceu o entendimento de que ele só poderia virar deputado se estivesse em
liberdade. A vaga do ministro era ocupada até hoje por outro suplente da chapa,
Nelson Padovani (PSDB-PR).
Como parlamentar, Bertoldi passa a ter a prerrogativa
de ser investigado e julgado apenas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o
chamado foro privilegiado. Ele deve herdar em definitivo, nos próximos meses, o
mandato de Marcelo Belinati (PP-PR), deputado que se elegeu prefeito de
Londrina (PR) no último dia 2.
Ex-vereador e ex-deputado estadual, Bertoldi foi
preso em 24 de fevereiro, acusado de agressão, estupro, cárcere privado,
destruição de patrimônio privado e lesão corporal contra a ex-noiva Tatiane
Bittencourt. As denúncias resultaram na abertura de três processos contra ele
no Paraná – todos sob segredo de justiça.
Dois deles já foram julgados. Na
primeira ação, ele foi absolvido das acusações de estupro e cárcere privado,
mas condenado a oito meses de prisão por lesão corporal grave, enquadrado na
Lei Maria da Penha. Na segunda, foi inocentado da acusação de invasão de
domicílio.
Como ele já havia permanecido por pouco mais de
oito meses em regime fechado, a condenação foi dada como cumprida. Por isso, o
deputado foi liberado na semana passada. “Ele [Osmar Bertoldi] foi liberado em
razão disso. Ele está ainda com cautelares vigentes, a medida protetiva ainda
está ativa, porém a juíza daqui autorizou ele a ir para Brasília para, além de
receber o cargo, que é um direito dele, ele vai se afastar dela [Tatiane]”,
disse ao Congresso em Foco Vicente
Bomfim, advogado de Tatiane.
O advogado de Bertoldi, Claudio Dalledone Junior,
afirmou à reportagem que o deputado foi vítima de tentativa de extorsão e
acusações caluniosas. “As acusações eram gravíssimas, mentirosas, infundadas e
canalhas. Ele foi absolvido de tudo, permaneceu apenas uma lesão referente a
uma briga em que ele se defendeu dessa cidadã que promoveu as maiores mentiras
que um ser humano pode fazer”, afirmou.
De acordo com ele, Bertoldi foi agredido e reagiu
em legítima defesa. “O que eles tiveram foi um desentendimento e nesse
desentendimento ela agrediu o deputado, o deputado se defendeu, acabou gerando
uma lesão no olho dela e a partir daí ela exigiu a quantia de R$ 3 milhões para
que ela não explodisse a carreira política dele na imprensa. E ele não aceitou.
Ela fez conforme a ameaça e vai ser processada por tudo isso”, acrescentou.
O defensor de Tatiane diz que o argumento do
suplente é insustentável. “Seria um absurdo uma mulher de 50 quilos bater em um
homem de quase dois metros e 90 quilos”, retrucou. “Ele fala no processo que
ela o agrediu. Mas é a tese de defesa, um direito dele”, destacou. O advogado
conta que a Justiça já arquivou o processo movido por Bertoldi contra Tatiane
por extorsão por falta de provas.
O Congresso em Foco tentou
falar com o novo deputado por meio da liderança do DEM na Câmara e de seu
gabinete, mas não conseguiu localizá-lo. Tatiane Bittencourt se candidatou a
vereadora em Curitiba na última eleição pelo PR. O slogan da campanha da
ex-noiva de Bertoldi era “Contra a violência, vote Tati Bittencourt”. Ela ficou
em 473º lugar e conquistou 324 votos.
Também na condição de suplente, Bertoldi chegou a
exercer o mandato na Câmara entre 4 de fevereiro e 21 de maio do ano passado
devido ao licenciamento de outro deputado. Em sua passagem por Brasília, ele
assinou pedido de instalação da CPI da Petrobras.
Em agosto do ano passado, Tatiane Bittencourt
denunciou Bertoldi ao Ministério Público. A prisão foi decretada em dezembro,
mas ele só foi localizado em fevereiro. As acusações contra o suplente são
baseadas na Lei Maria da Penha e no Código Penal. Segundo Tatiane, os
maus-tratos ocorreram após ela decidir romper o noivado. Ela contou, ainda, que
o ex-noivo lhe ofereceu dinheiro em troca de silêncio, o que ele sempre negou.
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