E aí, o que estamos esperando? Vamos
usar o ‘sistema’ enquanto o interino ditadorzinho na apronta mais uma das suas,
já que, pelo visto, a lei – e a Constituição, pode? – perdeu o seu significado.
Pelo menos aquele que aprendemos em outros tempos mais amenos.
"A “guerra santa” de Temer contra as redes sociais
Só acredito porque vi
o vídeo. Se tivesse lido, duvidaria. Juro.
Temer, num
pronunciamento, disse que é “extraordinário” o poder das redes sociais. Até aí
tudo bem, descontada a banalidade suprema da frase, indesculpável mesmo para um
senhor de 76 anos.
O complemento é que foi incrível: “Vou
combatê-las”, disse num tom de cruzado da Idade Média.
Combater as redes sociais?
Imaginemos, para rir um pouco, Temer declarando
guerra simultaneamente ao Facebook, ao Twitter, ao Instagram.
A toda a internet, enfim.
Ele lembra, aí, um vendedor de papel da série The
Office que lamenta as baixas vendas da empresa, mas mostra esperança no futuro:
“As coisas vão melhorar quando essa tal de internet acabar.”
Temer poderia dizer, se fosse mais lúcido. “Temos
que aprender a usar melhor as redes sociais. Estamos muito atrasados nisso. E
este é o futuro.”
Mas eis um homem que não parece saber sequer as
perguntas, que dirá as respostas.
Ironicamente, mas de forma completamente
previsível, o vídeo viralizou nas redes sociais.
Existe uma leitura bem menos cômica da declaração
de Temer. Obliquamente, ele estaria se referindo, na verdade, às críticas que
recebe na internet. Nas redes sociais, ele não tem como escapar das vaias
típicas de um homem impopular.
Neste caso, podemos entrar no pantanoso terreno da
censura. Parece claro que Temer preferiria um mundo no qual as informações e as
opiniões fossem controladas por grandes empresas de mídia tradicional.
Neste universo, uma conversa com o dono do jornal,
ou a promessa de publicidade federal, pode operar milagres.
Seja como for, ao declarar guerra contra as redes
sociais, mais uma vez Temer demonstra o descomunal tamanho de seu atraso mental – e o medo pânico que tem dos apupos.
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