A atitude do senador pelo DF, longe de ser algum
traço de sinceridade/honestidade política por estar manifestando com esta
confissão – como poderia dizer? – tão explícita assim*, como diz o autor do artigo
abaixo no final do texto, é muito mais uma demonstração de que está se lixando
para o seu eleitor cativo, pois,
sabe que coisas/falas assim jamais chegarão aos seus ouvidos.
É a confiança na alienação do eleitor desinformado, facilmente suscetível as suas embromações
verborrágicas na época adequada, na campanha
eleitoral.
Está se lixando igualmente para as consequências
inqualificáveis do que ajudou a fazer, tanto votar pela deposição da Dilma como vai votar a favor da
aprovação deste estelionato que é a PEC
241.
No seu caso, um agravante, um verdadeiro estelionato eleitoral contra aqueles eleitores
que lhe garantem tanto poder e regalias às suas custas e que irão sentir na
pele as consequências da malfadada PEC, para nos limitarmos apenas a esta
preciosidade golpista.
"Golpista, mas sincero: a confissão de Cristovam de que impeachment foi para passar a PEC 241.
Cristovam
Buarque fez uma confissão no plenário do Senado que, em circunstâncias normais,
estaria causando um barulho absurdo.
Como não
vivemos circunstâncias normais, mas o marasmo de uma república bananeira, o que
o senador falou passa em brancas nuvens, como mais uma blague no meio da piada
trágica que viramos.
Foi num
embate com Gleisi Hoffmann. No final de sua insuportável peroração, naquele tom
subprofessoral que deve deixar seus antigos eleitores em coma, Cristovam falava
da “credibilidade necessária do governo” para a PEC 241 ser efetivada.
— Essa credibilidade não vem da cara do Temer. A cara do Temer é a cara da Dilma, gente. Ficaram dez anos juntos, conta ele.
— Pra que vocês mudaram, então?, devolve Gleisi. Pra que fizeram o impeachment?
— Pela PEC do Teto, que a senhora não quer votar.Gleisi pondera o óbvio: se esse projeto fosse posto em votação por qualquer candidato, não seria eleito. “Desculpe”, é o máximo que Buarque consegue responder.
Cristovam já ultrapassou há muito tempo a barreira do cinismo e da desfaçatez. Talvez esteja beirando o alambrado da loucura, mas isso é dar-lhe indulgência pelo que faz.
A admissão
de Cristovam é tenebrosa. O fato de ele não estar nem aí para isso é emblemático
do momento nacional.
O golpe foi
dado para que uma proposta de emenda constitucional que limita os gastos
públicos pelos próximos 20 anos seja aprovada sem o incômodo de passar pelo
crivo popular.
Já temos um
presidente inepto que mente na maior sobre uma reunião que não teve com Putin
na cúpula dos BRICS em Goa. Nada acontece.
Cristovam,
ao menos, é verdadeiro em sua imensa, facinorosa, cara de pau.
*Na imagem dá para perceber a sua cara de felicidade... A que preço?
Em DCM
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