Veja,
e acredite se quiser! O tamanho do ‘rombo’ que a PEC da Morte, a 247, do interino
golpista, vai provocar na população, no Brasil. E não pense que é só ‘coisa
de pobre’, no sentido usual com que tratamos esta expressão e o próprio SUS, por exemplo. É como diz o povo: “o buraco é, bem, mais embaixo”.
Confira
você mesmo!
Veja, adiante, este parágrafo: “E,
no Brasil, são mais de 150 milhões de pessoas que dependem exclusivamente do
SUS – exclusivamente do Sistema Único de Saúde! Isso não significa que os
outros 50 milhões não dependem do SUS para consumir uma comida saudável, para
consumir água tratada, não usem as campanhas de vacinação, não usem os transplantes...
É um sistema que nós temos que atende os 200 milhões de brasileiros – mas,
particularmente, 150 milhões são exclusivamente dependentes desse sistema.”
É uma entrevista do Paulo Henrique
Amorim com o Presidente do Conselho
Nacional de Saúde.
"A 241 é a PEC da Morte!
É o fim do SUS, Mais Médicos, Saúde da Família, Farmácia Popular...
PHA:
Eu vou conversar com Ronald dos Santos, presidente do Conselho Nacional de
Saúde. Ronald, vocês elaboraram um documento que critica a PEC 241, por causa
das ameaças ao Sistema Único de Saúde previsto na Constituição de 1988. Qual é
a maior ameaça à saúde na PEC 241?
Ronald: É
a morte do Sistema Único de Saúde, um sistema que salva milhões de brasileiros
todo dia, um sistema do qual mais de 150 milhões de brasileiros dependem
exclusivamente. Um sistema que atende a todos os brasileiros, um sistema que
será liquidado.
Ele já vive há algum tempo na UTI em função do
crônico subfinanciamento. Significa desligar os aparelhos. Significa a
eutanásia do maior patrimônio que o povo brasileiro conseguiu contratar na
Constituição de 1988.
Essa PEC congela os recursos por 20 anos. Simplesmente
significa a liquidação do Sistema Único de Saúde. Justamente por iso que
estamos chamando ela de "PEC da Morte".
PHA:
Você poderia dar alguns números a esses seus argumentos? Quanto significará, em
subtração de recursos para a saúde, com o que você chama de "PEC da
Morte"?
Ronald:
Mesmo
com essa "cortina de fumaça" dizendo que o congelamento só vai valer
a partir de 2018 e em 2017 ainda vai ser 15% das receitas correntes líquidas...
Mesmo com isso, em 20 anos, até 2036, significa uma retirada de 438 bilhões de
reais da Saúde.
Isso do ponto de vista prospectivo, pra frente. Se
nós fossemos analisar pra trás, se essa regra tivesse valendo há dez anos
atrás: ao invés dos 100 bilhões que foram aplicados em 2015, seriam 69 bilhões.
Ou seja, uma diferença de quase um terço do recurso aplicado. Isso significaria
hoje menos UPAs, menos Farmácias Populares, menos transplantes, menos cirurgias
oncológicas, menos SUS...
Em última análise: muito menos vidas pro povo
brasileiro. É isso que significa a PEC. Mais do que números, são vidas. Quem
perde uma vida, que seja uma vida, é 100%.
PHA:
Qual é o serviço que o SUS presta hoje que será mais prejudicado com a PEC 241?
Ronald: As
forças políticas que defendem esse passo pra trás defendem a tese do
funcionamento de um sistema de saúde no qual quem determina as regras é o
mercado. É o que nós vivíamos no Brasil até a Constituição de 1988. E nessa
lógica, de Saúde como uma mercadoria, a organização do sistema centra-se no
hospital, no médico e na doença.
Sendo que a gente vai retornar a essa ordem
presidindo a atividade econômica de Saúde no Brasil, com certeza absoluta o que
vai ser mais prejudicado será a atenção básica. A atenção primária. A atenção
que resolve 80% dos problemas de saúde da população, com certeza será, a médio
e longo prazo, a mais prejudicada, pois ela vai na contramão dessa lógica que
estão tentando restabelecer. Ela parte da lógica que a Saúde se faz no
território, com uma equipe multiprofissional, e o centro dela é na atenção
primária, na primeira atenção, junto à comunidade, junto à família.
E, em particular, quem mais vai sofrer, do ponto
de vista da gestão, serão os municípios que já estão super apertados, no
sentido de um compromisso das suas receitas com Saúde.
Continue lendo, aqui.
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