Sei não...
Deve ser
algum desejo meio que inconsciente do interino, já que acaba de ‘decidir’ que a
aposentadoria deve ser aos 70, sendo que a média de vida, ou esperança de vida,
usual pelo país é de 68 anos, quando é público e notório – até o Ministério da
Saúde foi contra – que o dito cujo veneno faz mais mal para as pessoas do que para
o tal do Aedes, pois, conforme a OMS (Organização Mundial de Saúde) é “possível
cancerígeno”.
"Temer contraria técnicos e permite avião jogar inseticida contra Aedes
O presidente interino, Michel Temer (PMDB),
sancionou lei com medidas de combate ao mosquito transmissor da dengue, Aedes
aegypti, que permite a dispersão por aviões de inseticidas, ponto criticado por
setores do Ministério da Saúde por ser potencialmente mais prejudicial que
benéfico à saúde da população. A lei foi publicada nesta terça-feira (28)
no Diário Oficial da União.
A lei nasceu de uma medida provisória, enviada ao
Congresso Nacional ainda pelo governo da presidente afastada, Dilma Rousseff,
que trata de medidas de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor de zika,
dengue e febre chikungunya.
Durante tramitação na Câmara dos Deputados, a
permissão para o uso de aeronaves na dispersão de inseticidas contra o mosquito
foi inserida por emenda do deputado Valdir Colatto (PMDB-SC).
A proposta é defendida pelas empresas de
aviação agrícola, que seriam contratadas para o serviço caso o expediente passe
de fato a ser usado nas cidades brasileiras.
Na
lei sancionada consta, além da autorização para a entrada
forçada em imóveis, a "permissão da incorporação de mecanismos
de controle vetorial por meio de dispersão por aeronaves mediante aprovação das
autoridades sanitárias e da comprovação científica da eficácia da medida".
A dispersão por aeronaves utilizaria os mesmos
produtos químicos hoje empregados pelo popular "fumacê", carros dos
órgãos de saúde que emitem uma espécie de vapor com o inseticida. Um dos
principais produtos utilizados no país, o malation, foi classificado como
"possível cancerígeno" pela agência do câncer da OMS (Organização
Mundial da Saúde).
Sindicato de aeronaves teve reunião com ministro da Saúde
Representantes do sindicato do setor, o Sindag
(Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola), se reuniram em maio com
o ministro da Saúde do governo Temer, o deputado federal Ricardo Barros
(PP-PR), para tratar do assunto.
O Sindag informou defender a proposta apenas em
casos emergenciais, quando houver dificuldades em controlar um surto da doença
pelos mecanismos tradicionais, e defende que, antes da aplicação do método, o
Ministério da Saúde promova um estudo para criar um protocolo para a utilização
da técnica.
O método de jogar inseticidas sobre as cidades
para combater o mosquito já foi rejeitado pela Secretaria de Vigilância em
Saúde, do Ministério da Saúde, em parecer de 2007, e recebeu nova recusa em
nota técnica de abril deste ano feita pelo Departamento de Vigilância em Saúde
Ambiental e do Trabalhador.
Os órgãos rejeitam a prática por conta de risco de
contaminação de pessoas e do meio ambiente pelo uso aéreo de produtos químicos
para combater o mosquito.
Além disso, o Conselho Nacional de Saúde, formado
por entidades da sociedade civil e representantes de órgãos do governo, emitiu
uma moção de repúdio à proposta, e a Abrasco (Associação Brasileira de Saúde
Coletiva), que reúne pesquisadores e instituições de ensino, também se
manifestou contra a ideia.
Procurado pela reportagem do UOL, o ministro da Saúde informou por
meio da assessoria de imprensa da pasta, que sua posição no assunto é a mesma
adotada pelo Planalto.
A assessoria do presidente interino, Michel Temer,
não retornou os pedidos da reportagem para comentar o tema. A reportagem enviou
e-mail para o Palácio do Planalto na segunda-feira (27) e conversou com
assessores do governo interino na manhã desta terça-feira (28).
Entidades apontam risco de contaminação
Os órgãos do setor da saúde que rejeitam a prática
apontam principalmente o risco de contaminação de pessoas e do meio ambiente
pelo uso aéreo de produtos químicos para combater o mosquito.
A pulverização aérea exigiria uma quantidade maior
de produtos químicos, já que há uma maior dispersão até atingir o solo. O
Sindag afirma que a tecnologia disponível permite reduzir a quantidade de
inseticida utilizada.
O Conselho Nacional de Saúde e o Departamento de
Vigilância em Saúde Ambiental e do Trabalhador, do Ministério da Saúde, afirmam
que isso aumentaria o risco de contaminação de fontes de água usadas no abastecimento
ou na agricultura, o risco de doenças na população mais frágil, como idosos e
crianças e também poderia resultar na eliminação de outros insetos importantes
para o equilíbrio ecológico.
"Por fim, levando em consideração os riscos
associados à exposição da população aos agrotóxicos, com destaque para aquelas
de maior vulnerabilidade (idosos, crianças, gestantes, lactantes, doentes
dentre outros); a potencial contaminação de corpos hídricos, alimentos e
produções orgânicas e agroecológicas; o desequilíbrio ecológico causado pela
inespecificidade dos inseticidas (...) o Departamento de Vigilância em Saúde
Ambiental e Saúde do Trabalhador - DSAST se manifesta contrário à adoção dessa
técnica como estratégia para combate de vetores, mesmo em situação
emergencial", diz nota informativa publicada pelo departamento.
Em maio, o Conselho Nacional de Saúde criticou
supostos interesses econômicos que embasariam a proposta em moção de repúdio
"a qualquer iniciativa que tenha como objetivo derramar ainda mais
veneno no ar, no solo, na água e nas nossas mesas. A preocupação internacional
em torno das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti não pode servir
de pretexto para interesses econômicos de determinados grupos."
DE TRANSGÊNICO A
RADIAÇÃO: AS ARMAS DO BRASIL CONTRA O 'AEDES AEGYPTI'
Experiências anteriores
O Sindag afirma que a técnica é "mundialmente
reconhecida" e utilizada em outros países. "Tal estratégia –em caso
de epidemia grave, repetimos– é mundialmente reconhecida e recomendada",
diz nota do sindicato, publicada ainda em 2007.
No Brasil, a dispersão aérea foi utilizada no
litoral paulista, em 1975, para combater uma epidemia de encefalite transmitida
por um mosquito de outra espécie.
Nos Estados Unidos, a técnica é utilizada para
combater o mosquito transmissor da febre do Nilo ocidental, o Culex. Mas,
segundo nota técnica da Secretaria de Vigilância em Saúde, os mosquitos, nesses
casos, têm hábitos diferentes do Aedes aegypti, que costuma se reproduzir
principalmente dentro dos imóveis.
Estudo da Organização Pan-americana de Saúde,
citado pela nota da Secretaria de Vigilância em Saúde, acompanhou uma
experiência na Colômbia em 1979 e concluiu que o método só deveria ser usado em
casos de surtos "de grande magnitude" e não seria recomendável como
operação de rotina.
O estudo também apontou que a técnica é mais cara e menos eficaz que
aplicar o inseticida ao nível do solo, como por
exemplo, por meio de visitas de agentes de saúde, e que o uso dos produtos
químicos deve ser feito em nível superior ao das aplicações terrestres.
Empresas defendem estudo prévio
O presidente do Sindag, Júlio Kampf, afirma que as
empresas do setor defendem que o Ministério da Saúde promova um estudo prévio à
aplicação da técnica.
"O que nós estamos propondo é que o
Ministério da Saúde valide essa tecnologia juntamente com todas as instituições
brasileiras, criando um protocolo brasileiro.
Ou seja, a aviação agrícola
quando for necessária numa epidemia utilizará esse protocolo", diz.
"Então estamos pedindo que o ministério faça pesquisa, não estamos pedindo
para sair prestando o serviço aleatoriamente no Brasil", afirma Kampf.
O dirigente do setor afirma ainda não entender o
motivo da resistência de setores técnicos da saúde e diz que o ministro Ricardo
Barros foi receptivo à proposta durante a reunião de maio.
"O que nós estamos propondo é que existe uma
tecnologia mundial, aprovada pela OMS, e aplicada em vários países no
mundo", diz Kampf. "Essa tecnologia nós dominamos. Entretanto, o
Ministério da Saúde, por motivos que não sei se são ideológicos, políticos ou
outros interesses obscuros que eu não entendo, se nega a fazer ou entender essa
tecnologia", afirma o presidente do Sindag.
SAIR DE CASA E TAPAR O
NARIZ: COMO LIDAR COM O FUMACÊ QUE MATA O AEDES
Felipe Amorim
Do UOL, em Brasília
Do UOL, em Brasília
Se
gostou deste post subscreva o nosso RSS
Feed ou siga-nos no Twitter
para acompanhar nossas atualizações
*
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Olá!
Bem vindo, a sua opinião é muito importante.