segunda-feira, 21 de março de 2016

Se o moro já se achava o tal, mesmo depois do grampo ilegal ele não se deu por achado. Veja!

Se o tal do moro já se achava o tal, o dono da cocada preta, como se diz, depois da marcha na Paulista, dia 13/03, com um apoio explícito “das elites” à sua atuação e desmandos, ele deve ter-se alçado, de uma vez por todas, à condição de imortal, de semideus da Justiça, tanto é que usou de recursos ilegais – como o grampo da presidente da República – e saiu-se com esta:
- “Não havia reparado antes no ponto, mas não vejo maior relevância”.
Então, só um “imortal” não sei de que, que se pretende o paladino da Justiça se expressa assim sobre uma ação sua claramente ilegal, passível de punição e de perda de condição de continuar a fazer o que vem fazendo até então, conduzir um processo de qualquer natureza, sobretudo um com a relevância do Lava Jato. Cadeia para um delito assim não seria uma excrescência da Justiça em qualquer país.

Um “sintoma” mais do que preocupante, é o silêncio quase geral das instâncias de Justiça no país, sobretudo da sua corte maior, o STF, a exceção honrosa do Lewandowsk, a um delito desta natureza, que a desmoraliza de forma radical e com desdobramentos inusitados em futuro próximo para a lei, à ordem e à segurança institucional do país.
"Gaspari: grampo de Moro contra Dilma é ilegal
“Explicando sua decisão de incluir o 'evento 133', que grampeou Dilma, Moro disse: 'Não havia reparado antes no ponto, mas não vejo maior relevância'. Pode-se fazer tudo por Moro, menos papel de bobo. Sua explicação ofende a inteligência alheia, e a repercussão do gesto mostrou sua relevância. O juiz tem tanta convicção de que está sempre certo que se julga incapaz de errar”, diz o colunista Sérgio Moro, sobre a realização e a divulgação de um grampo contra a presidente Dilma Rousseff, que não estava coberto por autorização judicial.

O jornalista Élio Gaspari considera ilegal a realização de um grampo contra a presidente Dilma Rousseff, assim como a sua divulgação para a imprensa, na coluna O mistério do 'evento 133'.

Lula e Dilma tomaram café da manhã juntos. Era sabido que ele temia ser preso e que ela o convidara para o governo. Pouco depois das 11 horas, o juiz Sérgio Moro suspendeu várias interceptações telefônicas, inclusive a de um celular 'laranja' de Lula. Passados alguns minutos, o Planalto informou que ele iria para a chefia da Casa Civil.

Às 13h32, Dilma telefonou a Lula, avisando que estava remetendo “o termo de posse", para usá-lo 'em caso de necessidade'. Às 15h34, a PF informou que ouviu a conversa e, às 16h19, Moro retirou o sigilo que protegia tanto a investigação como os grampos. Às 18h40, o diálogo foi ao ar", diz Gaspari, relembrando a cronologia do caso.

“Quando Moro aceitou o grampo feito depois de ter determinado a suspensão das interceptações, também sabia que o curto diálogo incendiaria o debate. Explicando sua decisão de incluir o 'evento 133', que grampeou Dilma, Moro disse: 'Não havia reparado antes no ponto, mas não vejo maior relevância'. Pode-se fazer tudo por Moro, menos papel de bobo. Sua explicação ofende a inteligência alheia, e a repercussão do gesto mostrou sua relevância. O juiz tem tanta convicção de que está sempre certo que se julga incapaz de errar.”

No 247
 
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