sábado, 9 de janeiro de 2016

Apesar das más línguas da oposição e “sua” mídia associada, o Brasil reduz pobreza extrema em 63% (Ipea)


Claro que seria um ‘osso’ na linha de difamação – com muitas mentiras e armações, diga-se de passagem – adotada por certa mídia oposicionista local, hegemônica por sinal. 

É isso, não teria, mesmo, como conciliar dados assim com a propaganda de terra arrasada que imputam ao PT em seus 15 anos de governo, logo, o lance é fazer de conta que nada disso existe. Principalmente porque dentro da concepção ideológica desta turma – políticos de direita e sua mídia associada – este lance de pobre não tem nada a ver. Ele – o pobre – tem que reconhecer o seu lugar. Lugar esse que seria uma versão pós-moderna das velhas e históricas senzalas.

Mas, os números estão aí. Você pode até optar – livremente – por ignorar, por fazer de conta que não existem, mas, o fato é que estão aí.


Segundo o Ipea, base estruturante dos avanços feitos desde 2003 permaneceu em 2014, com crescimento real da renda do trabalhador, redução de desigualdades, melhora da escolaridade e das condições de vida dos brasileiros.

O Brasil conseguiu reduzir a extrema pobreza em pelo menos 63% entre 2004 e 2014, segundo análise feita pelo Instituto de Pesquisa Aplicada (Ipea) sobre os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2014. A avaliação está na Nota Técnica Pnad 2014, divulgada na quarta-feira, dia 30/12, na sede da entidade, em Brasília.

De acordo com o Ipea, mesmo em 2014, quando começaram a ser sentidos aqui os primeiros efeitos da crise econômica mundial, o Brasil permaneceu em “franco processo de mudança social”. Isso porque a base estruturante desses avanços, que vêm sendo feitos desde 2003, permaneceu no ano passado, com o crescimento real da renda do trabalhador e a diminuição de desigualdades, o aumento da escolaridade e das condições gerais de vida dos brasileiros, além da redução das desigualdades entre negros e brancos, mulheres e homens, trabalhadores rurais e urbanos.

“Passamos por um ciclo ininterrupto de transformações sociais em dez anos (2004-2014). Todos os dados relacionados às questões sociais têm apresentado melhora e nos permitiram a constituição de um colchão de amortecimento às crises”, pontuou André Calixtre, diretor de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, durante o lançamento da Nota Técnica Pnad 2014 – breves análises.

Para o pesquisador, a renda crescente, a diminuição da desigualdade de renda, além da melhoria dos programas de transferência de renda e o aumento da cobertura previdenciária explicam os números de 2004 a 2014. “Houve uma retomada do ciclo de redução da extrema pobreza”.

Índice de Gini

O estudo é composto de diversas análises sobre temas como desigualdade social, gênero e raça e arranjos familiares. No primeiro texto, Desigualdade e Pobreza, o autor, Rafael Osório, demonstra que tanto pelo índice de Gini quanto por outros três índices da família de indicadores de entropia generalizada as desigualdades de renda decrescem no Brasil de 2004 a 2014.

O Índice de Gini é um sistema de cálculo usado internacionalmente para medir o grau de concentração de renda em um em determinado grupo. Valores mais altos deste coeficiente indicam maior concentração de renda. Numericamente, o índice varia de zero a um (alguns apresentam de zero a 100), em que o valor zero representa a situação de igualdade, ou seja, todos têm a mesma renda. Já o valor um (ou 100) representa o extremo oposto, isto é, uma só pessoa detém toda a riqueza.

Segundo o Ipea, o índice de Gini do País caiu de 0,570 em 2004 para 0,515 no ano passado. Da mesma forma, a parcela da população em situação de pobreza teve uma redução no período analisado. A queda na taxa de pobreza extrema de 2004 para 2014 varia de 63% a 68,5%, dependendo da linha de análise utilizada, uma redução média em torno de 10% ao ano.

Educação

Já a análise feita pelos pesquisadores Paulo Corbucci, Herton Ellery Araujo, Ana Codes e Camilo Bassi trata da evolução de dois indicadores educacionais: média de anos de estudo dos jovens brasileiros e taxa de alfabetização da população de 15 anos ou mais.

A pesquisa mostra que os dados da Pnad 2014 reiteram os avanços obtidos na última década com relação à ampliação da escolaridade dos jovens brasileiros, mas também confirmam a necessidade de maior atenção junto aos segmentos populacionais de maior idade.

Por outro lado, o texto Breve análise dos dados da Pnad 2014 para o mercado de trabalho explorou o tema por meio da comparação dos resultados de seus principais indicadores, ao longo dos dez anos. E concluiu que o desempenho dos rendimentos do trabalho, da informalidade e do desemprego foi amplamente favorável no período.

Os dados da Previdência capturados pela Pnad 2014, e analisador por Leonardo Alves Rangel, revelaram que a cobertura previdenciária da população ocupada (PO) de 16 a 64 anos e da população idosa (65 anos ou mais), quando considerados todos os beneficiários contributivos e não contributivos, pulou de 63,4% em 2004 para 72,9% em 2014 em toda a população ocupada de 16 a 64 anos. Quando se observa somente a população idosa, a cobertura subiu de 89,9% em 2004 para 91,3% em 2014.


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