sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Acredite se quiser. Veja o que disse em entrevista o novo Secretário de Educação do alquimin

É a cara do alquimin. Ele escolheu um jurista para “gerenciar” a educação no Estado, provavelmente por falta de professores a altura, sobretudo algum que consiga, quem sabe, impedir ou reverter ações do Ministério Publico contra suas pretensões de detonar de vez o que restou de seus 20 anos de governo (entre aspas), a famigerada Reforma Educacional, bravamente combatida – e vencida – pela mobilização dos estudantes.

Ele deve sonhar, mesmo, com a reversão da ação da Defensoria Pública que traga de volta a “coisa”.
"Desembargador defende auxílio-moradia para ir a miami comprar terno e para não ter depressão
Discutir eleição é importante, claro. Mas o período eleitoral sempre serve também para que outras instituições que estão de fora do processo aprovem benefícios em causa própria ou façam coisas que querem ver debaixo do tapete. Como todo mundo que acompanha o noticiário só presta atenção aos candidatos, fica barato fazer coisas impopulares nesses meses.

Em 2014, o troféu da medida impopular foi para o Judiciário, que aprovou R$1 bilhão em “auxílio-moradia” para os seus. São R$4,4 mil por mês para cada magistrado do país, independente de ele (ela) já ter casa, de morar com outro juiz (juíza) e agora, discute-se, até mesmo independente de estar na ativa ou ser aposentado.

Como não precisam se eleger nem gostam muito de prestar contas do que fazem, os juízes se retraíram e os críticos ficaram falando sozinhos. Mas às vezes alguém põe a cabeça para fora e é possível perguntar por que, afinal, dar auxílio moradia para quem já tem casa, e dar mais benefícios a quem já tem salário inicial superior a R$20 mil.

No Jornal da Cultura, isso aconteceu. O desembargador José Roberto Nalini, presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, foi questionado sobre o tema. E vale a pena transcrever na íntegra a resposta:
Esse auxílio-moradia na verdade disfarça um aumento do subsídio que está defasado há muito tempo. Hoje, aparentemente o juiz brasileiro ganha bem, mas ele tem 27% de desconto de Imposto de Renda, ele tem de pagar plano de saúde, ele tem de comprar terno, não dá para ir toda hora a Miami comprar terno, que cada dia da semana ele tem de usar um terno diferente, ele tem de usar uma camisa razoável, um sapato decente, ele tem de ter um carro.
Espera-se que a Justiça, que personifica uma expressão da soberania, tem de estar apresentável. E há muito tempo não há o reajuste do subsídio. Então o auxílio-moradia foi um disfarce para aumentar um pouquinho. E até para fazer com que o juiz fique um pouquinho mais animado, não tenha tanta depressão, tanta síndrome de pânico, tanto AVC etc.
Então a população tem de entender isso. No momento que a população perceber o quanto o juiz trabalha, eles vão ver que não é a remuneração do juiz que vai fazer falta. Se a Justiça funcionar, vale a pena pagar bem o juiz.”
[...]
Via Gazeta do Povo em 31/10/2014

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